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21 DE JUNHO DE 1989 4617

O Sr. António - Guterres (PS):. - Sr. Deputado Duarte Lima, apenas gostaria de dizer que a afirmação de V. Ex.ª é falsa!

A Sr.ª Presidente: - Para dar explicações; tem a palavra o Sr.. Deputado Duarte Lima.

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Sr. Deputado António Guterres,- como V. Ex. e sabe, a minha afirmação não é falsa. O que pode ser falso é aquilo que alguns jornais escreveram e que o Sr. .Deputado não desmentiu. O que eu disse veio escrito em vários órgãos de comunicação social e o Sr. Deputado não desmentiu) Neste momento não tenho-os aqui os recortes dos jornais, mas tenho em meu poder. Portanto, se estou a cometer uma «inverdade», não tenho culpa...!
Contudo, espero que o Sr. Deputado, que está sempre tão pressurosamente em defesa dos jornalistas e da comunicação social, não venha aqui dizer que a comunicação social está motivada para mais uma campanha de «meter» intriga entre V. Ex.ª e o secretário-geral do seu partido ou entre V. Ex.ª e o Sr. Deputado João Cravinho. O que estou a dizer foi aquilo que vi escrito. Se estou a dizer uma incorrecção é porque li uma incorrecção, e penitencio-me disso!

O Sr. António Guterres (PS): - Sr.ª Presidente, peço a palavra.

A Sr.ª Presidente: - Ao abrigo de que figura regimental, Sr. Deputado?

O Sr. António Guterres (PS): - Sr.ª Presidente; de facto não tenho figura regimental ao abrigo, da qual possa usar da palavra.
Porém, apenas gostaria de, dizer que aquilo que o Sr. Deputado disse que não foi desmentido foi-o, efectivamente!

Vozes do PSD: - Onde?

A Sr.ª Presidente: - Sr. Deputado João Cravinho, havendo mais oradores inscritos para pedidos de esclarecimento, V. Ex.ª deseja responder já ou no fim?

O Sr. João Cravinho (PS): - No fim, Sr.ª Presidente.

A Sr.ª Presidente: = Então, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Filipe Meneses.

O Sr. Luís Filipe Menezes (PSD): - Sr. Deputado João Cravinho, em primeiro lugar, gostaria de referir uma breve nota pessoal dizendo que com a eleição de V. Ex.ª para o Parlamento de Estrasburgo, Portugal ganhou, certamente, um magnifico parlamentar europeu.
Ao ouvir a intervenção de V. Ex.ª pareceu-me que o Sr. Deputado estava a comentar e a tecer considerações sobre os resultados das eleições em Inglaterra ou, porventura, em qualquer outro pais europeu e não em Portugal porque, de facto, quem venceu as eleições em Portugal foi o PSD.
Ora, é preciso que determinado número de questões fiquem suficientemente claras. 0 Sr. Deputado, que é um político experiente, sabe muito bem que em democracia parlamentar por essa Europa fora; eleições intercalares durante um processo de legislatura são eleições era que o eleitorado tem, por vezes, comportamentos difíceis de explicar. Normalmente, é nesses actos eleitorais que o eleitorado dá azo a um comportamento por vezes até romântico! Não é por acaso que os pequenos partidos - partidos ecologistas e pequenos partidos marginais dos leques partidários - nestes processos eleitorais têm alguma expressão que se dilui, de imediato; quando aparece um processo de eleição legislativa subsequente. O Sr. Deputado sabe que isto é verdade!
Em nossa opinião, a posição do PS não devia ser de euforia, mas sim a de uma preocupação moderada. Na verdade, o PS não aproveitou este fenómeno de eleição intercalar para subir alguma coisa! Por outro lado, tinha uma situação conjuntural que lhe era relativamente propicia! Todos sabemos que reformas estruturais profundas são sempre, pelo menos transitoriamente, incompreendidas por «franjas» do eleitorado até que alguns resultados visíveis sejam possíveis de constatar.
Por outro lado, o PS tinha ainda um facto importantíssimo: tinha à sua esquerda um Partido Comunista debilitado por uma crise recente e poderia e deveria ter ido. al buscar «franjas» significativas de eleitorado, mas não. foi. O que se passou foi que na própria noite das eleições o porta-voz do PS, com alguma prudência, foi à televisão e não disse que o PS tinha ganho as eleições, mas sim que tinha consolidado o seu eleitorado. Estamos totalmente de acordo com o Sr. Dr. Marques dá Costa.
O PS não avançou mais do que um pequeno ponto percentual e o Sr. Deputado João Cravinho não desmentiu aquilo que há pouco o Sr. Deputado Montalvão Machado afirmou num pedido de. esclarecimento quando disse que o PS tinha conseguido uma coisa fantástica descer percentualmente do somatório dos votos do PRD com o PS em 6 distritos - Évora, Beja, Lisboa, Setúbal, Santarém e Região Autónoma da Madeira:

Vozes do PSD:- - Grande vitória!...

O Orador: - Sr. Deputado; faço-lhe a seguinte pergunta os festejos do Partido Socialista são para festejar a consolidação do Partido Socialista como o maior partido da esquerda não comunista em. Portugal? Se são, pensamos que VV. Ex.ªs têm razão para festejar.
Termino reafirmando os meus votos de muitas felicidades no desempenho do seu cargo europeu.

A Sr.ª Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Correia Afonso.

O Sr. Correia Afonso (PSD): - Sr.ª Presidente, Sr. Deputado João Cravinho, quero começar por lhe agradecer e, como deputado, não só retribuir as saudações que nos dirigiu mas também desejar que, em Estrasburgo e em Bruxelas, tenha a carreia de deputado, parlamentar que merece, com os seus dotes e com ás suas qualidades.
Julgo que o Partido Socialista mereceria felicitações pelo resultado das eleições para o Parlamento Europeu, se não fosse a sua actuação desde então e a intervenção feita agora pelo Sr. Deputado João Cravinho.