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4624 I SÉRIE - NÚMERO 93
Entretanto, volto a dizê-lo, os resultados das eleições confirmam e abrem novas condições e perspectivas de trabalho, visando uma alternativa democrática com base no diálogo sério que recuse posições e atitudes hegemónicas e da persistente procura de entendimento responsável entre as forças democráticas.
O resultado eleitoral da CDU constitui um grande encorajamento para este objectivo, além de constituir um importante êxito eleitoral do PCP, do Partido Os Verdes, da Intervenção Democrática e dos numerosos democratas independentes que apoiam a CDU.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Ao registar a mais nítida subida percentual - cerca de três pontos - ao eleger mais um deputado, ao aumentar a sua votação em números absolutos em quatro distritos e significativos concelhos, a CDU vê reconhecida pelo eleitorado a coerência da sua intervenção, o valor das suas propostas, a sua firme oposição à política do Governo do PSD, o seu empenho na convergência dos democratas, a sua solidariedade activa com todos os que lutam em defesa dos seus direitos.
Aplausos do PCP, de Os Verdes e do Deputado Independente Raul Castro.

Regozijamo-nos com a eleição dos quatro deputados eleitos pela CDU e queremos fazer uma especial referência à eleição nas listas da CDU de uma deputada de «Os Verdes» para o Parlamento Europeu, a nossa colega Maria Santos. Este era um objectivo central da coligação e foi atingido!
Os bons resultados da CDU assinalam um importante passo na sua recuperação eleitoral e abrem novas e estimulantes perspectivas para que, em próximos actos eleitorais, a CDU, no interesse do povo e da democracia, conquiste um maior apoio popular.
Os resultados de 18 de Junho confirmam e reforçam o PCP e a CDU como uma força necessária, indispensável e para a solução dos problemas nacionais e para insubstituível a construção de uma alternativa democrática à direita, à sua política e ao seu Governo.
Aplausos do PCP, de Os Verdes e do Deputado Independente Raul Castro.

A Sr.ª Presidente: - Inscreveu-se para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado

Silva Marques. Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Carlos Brito: Volto a insistir na questão que coloquei ao Sr. Deputado João Cravinho e com alguma pertinência, visto que o Sr. Deputado acabou de dirigir um convite ao Partido Socialista para conversações a fim de constituírem a celebrada alternativa ao Governo e, por isso, com essa legitimidade, espero que não me responda como se a minha questão não tivesse sentido.
O senhor pretende que o seu partido e o Partido Socialista formem uma alternativa de governo e, dadas as vossas afirmações na sequência das afirmações do outro eventual parceiro de coligação-alternativa relativamente às vossas vitórias, às vossas subidas - o Sr. Deputado João Cravinho disse que subiu imenso e o Sr. Deputado Carlos Brito vem dizer que também
subiram imenso -, o Sr. Deputado não acha que o mais elementar imperativo de natureza democrática, para voltarmos a falar das regras sagradas, vos levaria a reclamar a dissolução do Parlamento e a realização imediata de eleições legislativas'' Não acha isso, Sr. Deputado? Aliás, em conformidade com o que se está a passar até nos outros países.
Como sabe, o líder da oposição trabalhista na Inglaterra reclamou eleições invocando precisamente que, eventualmente, a maioria legislativa se tinha alterado. É uma regra elementar e é um acto de grande seriedade política; o contrário seria invocai uma eventual alteração da maioria legislativa, pura e simplesmente, seria anunciar a continuação de uma oposição, o que seria assumir de modo próprio um grave prejuízo relativamente não só ao país, mas inclusivamente às expectativas do eleitorado.
Por isso, perante as afirmações do Sr. Deputado João Cravinho, perante as afirmações do Sr. Deputado Carlos Brito, pergunto-lhe - e também perguntei ao Sr. Deputado João Cravinho, mas ele não respondeu, mas o Sr. Deputado Carlos Brito de certo vai responder - se, perante as vossas afirmações, não era uma obrigação elementar da vossa parte, relativamente às regras do funcionamento democrático e sobretudo às expectativas do eleitorado, que os senhores reclamassem a dissolução do Parlamento e a realização de eleições legislativas? Porque não o fazendo, Sr. Deputado, os senhores podem estar até à meia-noite a autoelogiar-se, a cantarem vitória, que estão pura e simplesmente, no domínio dos factos, a reconhecer a vossa própria derrota.

A Sr.ª Presidente: - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Brito.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Deputado Silva Marques, olhe que não!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Então, peça eleições!

O Orador: - Estou recordado de que antes das eleições, quando aqui teve lugar a interpelação ao Governo do Partido Socialista, foram feitas afirmações, por diferentes partidos da Oposição, no sentido da queda do Governo e nessa altura os senhores riam-se muito, como hoje se riram de algumas observações que aqui foram feitas.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Não, de forma nenhuma!

O Orador: - Em todo o caso, talvez o eleitorado nos tivesse ouvido e aquilo que
nessa altura discutimos talvez tivesse produzido alguns efeitos neste resultado que as eleições agora acusam.
Depois, Sr. Deputado, o seu a seu tempo. Esta é uma boa regra que vem da sabedoria popular.
Sr. Deputado Silva Marques, não se esqueça e certamente que tem isto presente, de que foi o líder do seu partido que lançou um desafio ao eleitorado, mais ou menos nestes termos: ou me dão a confiança ou volto para casa e calço as pantufas., não quero saber mais deste país!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Portanto, ainda não ganharam desta vez?