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21 DE JUNHO DE 1989 4637

O Sr. Basílio Horta (CDS): - Sr. Deputado Luís Filipe Menezes, quero começar por felicitá-lo pela sua contribuição, porque fugiu-lhe a boca para-a verdade, quando disse esta coisa espantosa, o que contradiz claramente o Sr. Deputado Duarte Lima - aqui, sim, há contradição.
Perguntou-me se os bons resultados eleitorais do CDS, repito, os bons resultados eleitorais se devem ao deputado Lucas Pires ou ao CDS.

O Sr. Narana Coissoró(CDS): - Muito bem!

O Orador: - Portanto, é evidente- que foram bons resultados eleitorais!
Quero dizer-lhe, Sr. Deputado Luís Filipe Menezes, que realmente devem-se aos dois.

O Sr. Luís Filipe Menezes (PSD): - Sr. Deputado, dá-me licença que o interrompa?

O Orador: - Agora não, Sr. Deputado deixe-me acabar.
Como estava a dizer, os bons resultados devem-se aos dois. Devem-se ao CDS, que já estava, aliás; a subir nas sondagens, vindo a confirmar essa subida nestas eleições e devem-se ao facto de ter escolhido um óptimo cabeça de lista para as suas listas europeias, que foi o Dr. Francisco Lucas Pires. Portanto, a explicação é muito simples.
Quanto ao problema do secretário-geral do meu partido e à sua atitude, penso que isso é uma matéria do foro interno e não é próprio da Assembleia da República estar a tratar de problemas internos do CDS. Já basta os senhores trazerem para aqui os casos dos vossos deputados dissidentes, como o do deputado Carlos Macedo e outros, mas nós só não gostamos de seguir esse exemplos. Por conseguinte, esses casos são tratados dentro da nossa casa e quando tiverem relevância pública não deixaremos de dar a respectiva explicação.

A Sr.ª Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Silva Marques.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Deputado Basílio Horta, de facto, estando nós a chegar ao fim deste debate, a sensação que tenho é que a Oposição o transformou, infelizmente, numa sessão de carpideiras. A Oposição está desde o princípio da tarde a carpir-se de várias coisas: do facto de ter ganho as eleições e de o Professor Cavaco Silva não se demitir; do facto de ter ganho as eleições e o Professor Cavaco Silva não deixar de ser arrogante; do facto de ter . ganho as eleições e de o Professor Cavaco Silva não mudar de política - e estou já a entrar na parte final deste carpir, que foi o último contributo do Sr. Deputado , de que o Professor Cavaco Silva devia mudar de política económica; de política de saúde; devia ser dialogante, etc.
Mas, Srs. Deputados, em vez de pedirem tão insistente a uma pessoa que os senhores, há mais de dois anos, dizem, repetidamente, que é arrogante, deixe de o ser, por que é que os Srs. Deputados não dialogam, antes, mais com o vosso eleitorado ou com o eleitorado português que não é vosso?! Era isso que deviam fazer. Os senhores não dizem o que é que pretendem fazer. Pedem para entrar no Governo, não direi de forma física, espero que não vão a esse ponto, querem entrar no Governo através das vossas sugestões, mas as sugestões são vossas, não são as nossas e este Governo é um Governo de maioria de um só partido, e aí devo dizer-vos: felizmente!
As experiências dos governos de vários partidos não resultaram bem.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Os senhores sabem quanta concorrência paralizante e de efeito negativo isso gera dentro dos governos.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Vocês lá sabem!

O Orador: - Por isso, quando o povo português deu a maioria absoluta a um só partido fez bem. O Sr. Deputado Adriano Moreira disse que isso tinha constituído uma alteração substancial no sistema de funcionamento das nossas instituições.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Má!

O Orador: - De facto foi assim, porque permitiu arredar da governação a disputa interpartidária. O resultado positivo viu-se: finalmente, foi possível fazer as reformas estruturais.
Srs. Deputados, não peçam, pois, para entrar no Governo quando o eleitorado não vos deu essa oportunidade. Tratem antes de exibir os vossos créditos face ao eleitorado, numa esperança que é sempre legítima de ele vos vir a dar maior credibilidade. Mas os senhores que durante toda a tarde nos deram - aceito desportivamente, mas convenhamos de forma excessiva lições de moralidade, de ética, de política, sobretudo quando as vossas mazelas - não são as só vossas à minha direita, mas as vossas de um lado e do outro do PSD - são tão grandes e sangram tanto, levam-nos a perguntar como é que as conseguirão curar. Tentem, pelo menos cicatrizar ou sarar as vossas próprias feridas e, sobretudo, as vossas, Sr. Deputado Basílio Horta.
Não estou a interferir abusivamente num partido, Sr. Deputado sabe que os partidos são pilares da democracia e um partido, por definição, é público porque ele é, direi, uma instituição para-estatal. Sr. Deputado, como é que pode estar a preocupar-se em arrumar o Governo quando a sua própria casa está tão desarrumada politicamente.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Brito.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Deputado Basílio Horta, não vou argumentar com estados de espírito, isto é, a alegria ou a tristeza dos líderes do CDS. Segui pela televisão e até me pareceu que, ao princípio da noite, era o Sr. Deputado Lucas Pires que estava mais alegre e que o Professor Freiras do Amaral estava mais triste e depois, ao fim dá noite, era o contrário, estava o Professor Freitas do Amaral mais contente è o deputado Lucas Pires mais triste.

Risos.