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4640 I SÉRIE - NÚMERO 93

O Sr. Duarte Lima (PSD): - W. Ex.as disseram, aquando do 19 de Julho de 1987, em que tiveram 4% para as legislativas e 16% - penso eu - para o Parlamento Europeu,...

O Orador: - 15,5%.

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Exactamente, muito obrigado!
Disseram, então, que o verdadeiro CDS - e até foi uma desconsideração para o Sr. Deputado Adriano Moreira - não era este CDS dos 4 deputados, mas aquele que se salientara nas eleições para o Parlamento Europeu, pois, era dele que iria germinar a esperança para o futuro. Mas essa esperança foi reduzida.
Assim, Sr. Deputado Basílio Horta, não fuja à questão e não venha falar na intervenção do meu colega Luís Filipe Menezes que, quando disse que era um bom resultado, disse bom resultado entre aspas. Deve entender-se assim, a menos que as contas sejam 2 + 2 = 3...

A Sr.ª Presidente: - Srs. Deputados, já não dispõem de mais tempo para intervir, pelo que solicito a V. Ex.a, Sr. Deputado Basílio Horta, que termine a sua intervenção de imediato.

O Orador: - Sr.ª Presidente, gostaria apenas de dizer que, em meu entender, a casa desarrumada é a bancada do PSD, pois um deputado diz que o meu partido tem um bom resultado e outro diz que é mau. Certamente, que um mau resultado é perder 7%, é perder um milhão de votos, é um péssimo resultado. Descer de 39 para 32% é inequivocamente um mau resultado.

O grande problema está no facto de termos uma posição diferente sobre a interpretação desses resultados. Penso que o PSD e o Sr. Deputado Duarte Lima fazem mal em não seguir a nossa interpretação.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Muito bem! O Sr. Duarte Lima (PSD): - Não a seguirei!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Tem uma cabeça muito arrumada!

A Sr.ª Presidente: - Srs. Deputados, vamos passar a votações e iremos começar por um voto de pesar.

O Sr. Adriano Moreira (CDS): - Sr.ª Presidente, peço a palavra.

A Sr.ª Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Adriano Moreira (CDS): - É para a defesa da consideração da bancada, Sr.ª Presidente.

A Sr.ª Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Adriano Moreira (CDS): - Embora vá tentar ser breve, penso que devo tecer alguns comentários às várias referências que aqui foram feitas à minha intervenção.
Começando pelas referências de que não gostei, em primeiro lugar, devo dizer que não gostei que o Sr. Deputado Duarte Lima falasse no cristianíssimo partido,
porque amigo e discípulo, como fui, do Dr. Francisco Gentil habituei-me a ouvi-lo dizer que há três espécies de católicos: os não praticantes, os praticantes e os profissionais. E estes últimos não estão no meu partido.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Muito bem!

O Orador: - Portanto, gostaria de salientar que o facto de sermos católicos não nos serve para fazer política, pois fazemos as nossas peregrinações em dias anónimos, que não são noticiados e os devotos não precisam de saber que estamos presentes.
Em segundo lugar, também não apreciei muito que o Sr. Deputado Silva Marques dissesse que hoje o Parlamento se transformou num círculo de carpideiras. Por acaso, não terá o seu partido passado a tarde a olhar para o espelho e não terá confundido o que viu com o Parlamento em que nos encontramos? Não vimos aqui ninguém a fazer de carpideira, vimos pessoas, responsavelmente, a ocuparem-se dos problemas do País.
Após este comentário, que, em meu entender, corresponde a algumas palavras que ouvi e que não me agradaram, gostaria ainda de agradecer a intervenção do Sr. Deputado Carlos Encarnação, pois, penso que entendeu perfeitamente o sentido das minhas palavras e agradeço-lhe a projecção que lhes deu, sublinhando-as.
Com efeito, como já aqui foi dito, sabemos muito bem que a representação que temos dificilmente leva a nossa voz, muitas vezes plena de razão, para além do Parlamento, mas se for acompanhada com a sua, provavelmente, vai ter mais eco e espero que o interesse do País seja melhor servido.
Acrescentaria ainda que vi com gosto que, em seguimento dessa intervenção, uma geração já mais nova que a sua, representada pelo Sr. Deputado Luís Filipe Menezes, lastimasse o facto de nós não termos aprofundado os problemas que estão relacionados com a eleição para o Parlamento Europeu. A esse propósito, gostaria de insistir na nossa posição, que considero fundamentada e a mais útil para o País.
Li os comentários do Sr. Jacques Delors e não ouvi, neste Parlamento, qualquer comentário que se aproximasse do que foi dito pelo Sr. Delors. Em meu entender, o Sr. Delors precisa de ser mais ouvido do que muitos líderes políticos que tivemos oportunidade de ouvir na longa noite das eleições.
Fundamentalmente, o que está em causa é saber qual é o projecto que hoje é mais viável na Europa, em vista da composição que alcançou o Parlamento Europeu, não pelos pequenos poderes que tem, mas pelo grande poder pedagógico em relação à Europa. Mas, em vez disso, nós aqui estamos a discutir ou o da personalidade carismática - o culto da personalidade, não nos toquem na liderança do partido - ou muito preocupados com as somas e as diminuições - mais um deputado e menos um deputado -, enquanto que lá estão é a discutir se vamos aumentar os poderes do Parlamento Europeu, se vamos ter um poder político que vai sobrepor-se à soberania, e que não será a co-gestão das soberanias que os tecnocratas já nos foram ajudando a entender o sentido, mas se vamos ter um senado ou se vamos ter um governo eleito. Foi isso que o País andou a decidir sem saber, mas o que o País andou a discutir foi política interna.