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23 DE JUNHO DE 1989

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Guimarães está a ficar espectante, anseia retomar a carreira do desenvolvimento; quer, no, fundo das suas aspirações mais que legítimas, ser cabeça de leão e não cauda de rato.
Mas que falta a esta gente e a esta terra para alcançar os seus desígnios? Falta-lhes por acaso, virtualidades como povo? Falta-lhes poder económico ou força inventiva para acelerar a passada? Os filhos desta terra, por acaso, deixaram cair os braços ou furtam-se à batalha do progresso e do desenvolvimento? Não temos, como vimaranenses, o secreto orgulho de vencermos o futuro com os olhos postos no legado .histórico do passado?
Tudo isto o bom povo desta terra, que é por adopção e convicção também, a minha, tem em demasia então, que lhe falta?
Alguém que sinta na alma e no corpo este constante anseio e transforme em acções concretas o sonho vimaranense.
Alguém que sinta na alma è no corpo este constante anseio e transforme em acções concretas o sonho vimaranense.
Alguém que faça ' mais do que, falar: alguém que queira pôr-se em mangas de camisa, que arregace as mangas e diga, alto é convicto: Vimaranenses, vamos a isto.
E como se pode fazer. sentir na alma e no querer profundos dos vimaranenses este constante apelo?
Entendemos que não é com "doutrinações" partidárias, venham elas donde vierem, que se chega lá, mas com acções concretas e motivadoras que os despertem para os desafios da. actualidade. Nesta perspectiva,
entendemos que ao povo de Guimarães, há duas dividas a pagar imediatamente:
Uma relaciona-se com o reconhecimento nacional de que, em Guimarães, continua a existir o alto. sentido da portugalidade. , .
Não podemos. concordar que o dia 24 de Junho, dia da portugalidade, se afirme de maneira tão` insipiente e envergonhada como tem ultimamente sido comemorado...
Guimarães tem o direito, eu diria o dever sagrado, de restaurar o seu cortejo histórico do dia 24 de Junho. Custe o que ele custar, porque sempre entendemos que esta manifestação histórica, para lá dos, aspectos educativos como lição viva e ao vivo que é para todos quantos nela possam participar, para lá do seu aspecto turístico de que eventualmente se reveste e tem outra
importância que transende tudo isto: é o orgulho vimaranense de fazer acordar em todos nós a consciência da nacionalidade.
É que Srs. Deputados, a consciência de um povo não se contabiliza: é um serviço que vai buscar ao fundo do ser a satisfação que não se encontra nos cofres nem na adição de Superávites.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: A outra divida a pagar aos vimaranenses é a que se prende directamente com a identificação .das gentes com os grandes projectos de desenvolvimento de que o concelho carece.

0 Sr. Caio Roque (PS): - Basta de Pedagogia!

O Orador: - O povo de Guimarães quer e tem o direito de tomar nas suas mãos os destinos desta terra que é sua tão encarecidamente ama. É conhecido o bairrismo de Guimarães, tantas e tantas vezes tem demonstrado em circunstâncias adversas, mas não podemos permitir que este bairrismo e este acalorado incentivo e apetência vimaranense se dilua no futebol. Temos que chamar a nós todos os que querem ver crescer harmónicamente esta terra: temos que os fazer "confidentes e cúmplices" dos nossos sonhos e quereres. Não acreditamos em desenvolvimento que não tenha a participação de todos os filhos da terra. Estão aqui os industriais, os trabalhadores por conta própria ou de outrem, estão aqui os comerciantes, os estudantes, os professores, os trabalhadores rurais, em suma, todos aqueles que, sem olhar a cores ou credos, acreditam que poderemos restaurar a imagem de Guimarães dinâmica e dar-lhe novamente a vida, a alegria e o dinamismo que a tornaram a primeira capital da Nação.

Vozes do PSD: - Muito- bem!

O Orador: -- Não escondemos o orgulho que sentimos quando em Guimarães se realizam obras; não escondemos a nossa enorme satisfação pessoal quando verificamos que há gente que nos contacta, aqui e ali por toda a parte a dizer: vamos mudar de agulha; vamos deixar as palavras para os que nada querem fazer; não queremos promessas, queremos obras e tantas quantas não caibam na nossa imaginação.
Esta divida temos de pagá-la todos nós caso contrário; um dia, que já espreita na soleira da porta, o povo cansado, triste e aborrecido, virar-nos-á as costas... e tem razão.
Por isso entendo que o povo de Guimarães tem de participar em tudo quanto se realiza ou irá realizar-se em Guimarães. É aquilo a que eu chamo política participativa; ao contrário dos que pensam que os destinos dos povos e das gentes, se riscam no papel dos gabinetes, nas antecâmaras da intriga e dos mesquinhos ou através de benesses ou compromissos políticos.
Não posso deixar daqui salientar a satisfação e o orgulho que. os vimaranenses sentem pelo que no seu concelho o Governo do PSD tem feito. É justo que queiram. mais, cada vez mais, até à plena satisfação dos seus anseios e, .por isso, é compreensível que os vimaranenses repudiem os discursos balofos...
Risos do PS.

O Sr. Calo Roque (PS): - Tanta demagogia.

O Orador: - ... os escritos bafientos, os conceitos
radicais, o atabalhoamento das oposições, os slogans
gastos de sentido, o predomínio do interesse pessoal
sobre o interesse geral. -
Este estado de espirito traduz um querer bem mais significativo do que muito boa gente pensa e cuida.
-Por isso, não se surpreende que os vimaranenses olhem com agrado e com orgulho para as realizações concretas levadas a cabo pelo Governo do PSD.
Não se pode negar aquilo que os nossos olhos vêm com clareza; não se -pode esconder a ninguém ou tentar fazer dos outros cegos, quando se pretende afirmar que não foi o Governo do PSD quem mandou fazer a central de camionagem, o hospital, a circular urbana,