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28 DE JUNHO DE 1989 4757

O Sr. Presidente: - Para formular pedidos de esclarecimento, tema palavra o Sr. Deputado, Narana Coissoró.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Deputado, José Manuel Mendes, V. Ex.ª sabe o respeito intelectual que tenho pela sua pessoa e pelas posições não partidárias que tem sabido defender fora desta Assembleia, nós assuntos que não interessam à política partidária.
Hoje o Sr. Deputado veio condenar a morte de um jovem indefeso pelas forças da autoridade. Estou de acordo, com o Sr. Deputado, como homem, como professor, como pai e como chefe de família. Aliás, creio que todos nós não podemos deixar de lamentar e condenar, vivamente, a morte de um jovem, qualquer tenha sido a sua causa. 15to, porque a grande causa da juventude é, a aventura, é o sonho, mesmo quando injusta!
Assim, pergunto ao Sr. Deputado qual é á sua, posição clara e do PCP perante todos aqueles milhares de jovens, que foram mortos, indefesos, pelas forças da autoridade, em Tiananmen e que o seu partido não soube aqui fazer uma condenação clara, ficou-se pela preocupação, como hoje se encontra o PSP perante a morte de um jovem em Portugal.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - É uma vergonha!

O Orador: - Ora, queremos saber qual a posição do PCP perante toda esta juventude que esta a ser massacrada na China.

O Sr. João Amaral (PCP): - Finalmente, fez o frete ao Governo!

O Sr. Carlos Brito (PCP): - 15so é de um brincalhão e não de um dirigente partidário que vocês descem!

O Sr. Presidente: - Para formular pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Encarnação.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Então o deputado de Braga não diz nada? Braga não vai a Barqueiros? O deputado de Braga não sabe onde é Barqueiros?

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - O dirigente da bancada do PCP não tem responsabilidades? Eu não estou inscrito, Sr. Deputado?

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - São palermices: Na semana passada não falavam assim!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peço o favor de criarem as condições necessárias para, o Sr. Deputado Carlos Encarnação poder usar da palavra. Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Gostaria de dizer que nos inquieta que sobre este assunto se possa ouvir, mesmo entre palavras cruzadas de duas bancadas, o argumento de que se está eventualmente a tratar de brincadeiras de argumentação! Na verdade nada inquieta mais a nossa bancada e a mim pessoalmente do que a morte de um jovem, na flor da idade, defendendo, ideias.
Contudo, o que não posso é fazer aquilo que muitas vezes algumas oposições a pretexto destes e de outros acontecimentos, pretendem e que é a pura
actividade de condenação a propósito de pretextações políticas que não têm mais do que visar a condenação de um Governo sem se saber o que é que realmente
aconteceu.
Não tenho dúvida alguma em me solidariza com qualquer dos Srs. Deputados da Oposição pela morte deste jovem. Porém, tenho muitas dúvidas em me solidarizar com os Srs. Deputados em votos que são apenas de cariz político, apenas de oportunidade de protesto. Em relação a isso certamente que, os Sr. Deputados não terão a minha posição de solidariedade!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para formular: pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Sérgio de Azevedo.

O Sr. Sérgio de Azevedo (PSD): - Sr. Deputado José Manuel Mendes; utilizando a figura regimental do pedido de esclarecimento, pretendo, como barcelense e com toda a, serenidade, porque, creio que gravidade da situação assim exige, dizer alguma coisa acerca desta situação de Barqueiros.
Já na legislatura anterior tive oportunidade de produzir aqui uma pequena intervenção que pretendeu, numa primeira parte, fazer um relato da situação e, numa segunda parte,- um apelo a todos os intervenientes neste processo para que fosse possível encontrar uma solução que tivesse em conta todos os interesses em jogo.
É com muita tristeza que hoje olho para todos os órgãos de comunicação social e vejo, como notícia de primeira página, o caso de Barqueiros. Como barcelense que, sou, sinto que pode ficar a ideia de que os barcelenses são pessoas violentas; quando a verdade é exactamente o contrário é um povo trabalhador, e sempre o demonstrou ao longo de toda a sua história.
Como já referi, é com tristeza que hoje falo nisto, na sequência dos acontecimentos que ontem tiveram lugar. Na verdade, lamento as consequências dos incidentes. Aliás, aproveito esta oportunidade para manifestar à população de Barqueiros o meu pesar pelo desaparecimento de um dos seus filhos e aos
familiares da vitima também quero exprimir o sentimento do meu profundo pesar.
Tal como na primeira intervenção que aqui produzi fiz um apelo para que, se possível, se chegasse a uma solução satisfatória, hoje mantenho a mesma posição. A razão de mais uma vez usar da palavra sobre esta matéria e no sentido de renovar um apelo. Não ponho ,em causa, antes pelo contrário respeito - e nós, aqui, na Assembleia da República, devemos dar esse exemplo, no cumprimento da legalidade democrática - os interesses dos, recursos naturais, naturalmente, que o Governo e todos os responsáveis têm que fazer uma gestão, correcta desses recurso.
Não ponho em causa os interesses da empresa concessionária, mas também não ponho em causa os interesses da população da freguesia de Barqueiros. Ora se estes interesses, todos eles, são legítimos, creio que nada há de mais legítimo do que a vida humana. E quando vejo que vidas humanas são perdidas, penso