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25 DE OUTUBRO DE 1989 173

Tal como eu disse na intervenção, essas pessoas tom valorizado Portugal no mundo; são, de alguma forma, um património cultural de Portugal.
Daqui fazemos votos para que continuem a prosperar nos mais diversos países onde trabalham.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção; tem a palavra o Sr. Deputado Poças Santos.

O Sr. Poças Santos (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quem, como o orador, nasceu e reside em Leiria e foi eleito deputado pelo círculo eleitoral de Leiria tem naturalmente a obrigação de trazer à Assembleia da República e, através dela, ao Governo e à opinião pública o conhecimento das suas realidades actuais, dos seus problemas e das suas virtualidades. É o que agora se pretende fazer.
O concelho de Leiria tem hoje uma população superior a 105 000 habitantes, distribuídos por 29 freguesias e 626 lugares, numa área de 550 km2, mas a sua importância no contexto nacional, já sugerida por estes; números, compreende-se melhor se tivermos em atenção, nomeadamente, que o consumo de electricidade para fins industriais é de 2% do total nacional e um terço do total distrital e que é considerado o segundo centro rodoviário do País.
Por outro lado, Leiria é também a «cabeça» de um distrito que ocupa uma posição de grande relevância, qualquer que seja o índice utilizado, nomeadamente a nível industrial, parque automóvel, pagamento de impostos, etc.
Esta posição de que hoje Leiria pode orgulhar-se foi conseguida, sobretudo, pelo esforço dos seus naturais no sentido de melhorar o respectivo nível de vida, sem estar à espera do Estado para conseguir o desenvolvimento económico da região e a promoção social dos seus habitantes.
É quase exclusivamente ao dinamismo dos empresários e dos trabalhadores de Leiria que deve imputar-se a situação de relativa prosperidade que se vive nesta região, sobretudo com o surto de industrialização que se verificou nos últimos 25 anos.
É por isso que Leiria não pede ao Estado que lhe traga benesses ou privilégios, de qualquer apoio. Apenas se exige ao Estado aquilo que ao Estado compete, nomeadamente ao nível da, saúde, da educação e da rede viária.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Assim, é prioritária a resolução de várias situações.
Quanto ao novo hospital de Leiria, está prevista, como investimento plurianual, a construção do novo hospital, tendo-se inscrito no PIDDAC/90 significativas verbas, que demonstram a efectiva vontade do Governo em levar a cabo esta importantíssima obra. Chama-se a atenção das entidades competentes para a necessidade de ter em consideração que a categoria a atribuir ao hospital e respectivas valências médicas devem estar em proporção com a densidade demográfica da região, do seu carácter industrializado e do elevado tráfego rodoviário e consequente alta sinistralidade. Assim, requer-se para Leiria um Hospital da mais elevada classificação em termos clínicos de equipamento.
Outro assunto é o das variantes da Barosa e da Gândara e do nó viário de Porto Moniz-Parceiros. Com a densidade de tráfego, que é conhecida e motivada pelo facto de ter um dos maiores parques automóveis do País e por estar inserida no eixo rodoviário mais importante, pretende-se que algumas medidas se concretizem no sentido de diminuir a morosidade do escoamento dos veículos e o elevado número de acidentes verificados.
Deste modo, é essencial que se concluam as referidas variantes e, no mencionado nó de Porto Moniz-Parceiros, enquanto não for possível TC formular todo o sistema, são necessárias sinalizações de aproximação e limitação de velocidade, dado que se trata de, um dos locais mais mortíferos do País em termos de acidentes de trânsito.
Quanto à construção da auto-estrada Lisboa-Porto, saúda-se à anunciada redução dos prazos para a construção desta auto-estrada, que muito virá beneficiar a região de Leiria e o seu desenvolvimento. Apenas se reafirma a necessidade de que a respectiva construção tenha em consideração o respectivo impacte ambiental e o serviço das populações e das localidades que são atravessadas por essa auto-estrada.
Quanto à Escola Superior de Tecnologia e Gestão e à Escola Profissional, trata-se de dois estabelecimentos de primordial importância para a aproximação das actividades económicas da região de Leiria ao nível do desenvolvimento tecnológico e da qualificação profissional europeus e para ajudar a integração na vida activa dos jovens de Leiria.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Ambas vão já funcionar em pleno no corrente ano lectivo, com cursos na área comercial e bacharelatos em Engenharia e Gestão Comercial, respectivamente.
Leiria, que no século XV foi já expoente do desenvolvimento tecnológico, com as suas fábricas de papel e tipografia - de que foi pioneira no nosso país -, está hoje em condições de estar novamente na vanguarda de ligação entre o ensino e as tecnologias e os conhecimentos científicos, mais avançados, por um lado, e o tecido empresarial da região, por outro.
Serão, estou certo, um factor decisivo num desenvolvimento regional, que se quer equilibrado e harmonioso.
Também a reabilitação da área histórica da cidade de Leiria, a poluição do rio Lis, a construção da escola secundária, onde os aumentos da população assim o impunham, a possível instalação de outros tipos de escola, o apoio aos bombeiros municipais, a possível construção de um terminal TIR, a aceleração da instalação da Polícia Judiciária e as indemnizações à Santa Casa da Misericórdia são, entre outras questões e brevitatis causae, problemas que preocupam os responsáveis locais e as populações e merecem a atenção do Governo e demais entidades públicas.
Por último, vou referir uma questão, que é de importância fundamental para o futuro de Leiria: a posição que irá ocupar, no contexto da eventual e tão falada criação de regiões administrativas. Sobre esta problemática, haveria que considerar, que desde a sua elevação a cidade por D. João III, e até antes, Leiria é a cabeça natural de uma região com afinidades geográficas, etnológicas e sócio-económicas que corresponde, em traços gerais, à diocese de Leiria; com a criação dos distritos, essa área estendeu-se a norte e a sul, numa vasta área, que engloba hoje mais de 420 000 habitantes.