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8 DE NOVEMBRO DE 1989 327

da Festa, faze&Io que dinheiros pdblicos sejam utilizadospara directa ou indirectamente financiar as actividadespartidárias.

Na verdade, 0 dnico factor que une as autarquias quefazern a Festa d serem autarquias onde o PCP é rnaioritário. São por isso falsos os argumentos que justificam oapoio de urna deterrninada autarquia corn a circunstfinciade poder haver hipotdticos efeitos benéficos dessa realização a nfvel local. Assim a Càmara Municipal de Louresjá participava na realizaçao da Festa do Avante ainda estase encontrava em Lisboa e autarquias como as da Amadora, Seixal, Airnada, Barreiro, entre outras, enviarnhornens, camionetas e materiais para Loures. Existemfumes na RTP, fotografias, testernunhos diversos e mesmomultas aplicadas durante o trânsito de velculos camarários de e para a Festa, que revelam a evidência estaorganizaçao colectiva das autarquias subordinada a direcção do PCP.

Toda esta actividade d por regra incluIda nos orçamentos correntes, corno se fizesse pane das actividadesnormals da autarquia, escondendo-se assim os seus valoresglobais. So por excepcAo e para os casos de major visibiidade péblica — como urn prograrna de recepção a 50mernbros das delegacOes estrangeiras — d que o executivoda Festa do Avante oficia a Câmara de Loures, para aliasreceber urn automático assentimento. A regra d que trabaihadores, velculos e materiais, em vez de se deslocarempara as suas actividades normais, são enviados pam Irabaihar na realizaçao do PCP, como se se tratasse de umatarefa corno qualquer outra.

Pensamos por isso que o inquérito a realizar deveesciarecer caso a caso onde se encontravam os velculos,os trabaihadores e os materiais durante os meses deAgosto a Outubro de 1988 e 1989, o que é que estiveram a fazer, sob que ordem e corn que pretexto forarnenviados pam apoiar urna realização partidária, assirncorno proceder a urna contabilizaçao rigorosa de todos Oscustos envolvidos. Do mesmo modo o inquerito deveaveriguar o valor do alojamento de delegaçOes estrangeiras, seguros de pessoal, refeicOes, revisão de rnáquinas, despesas corn reparaçOes, multas de trânsito, despesascorn acidentes de trabaiho, etc. Rapidamente se vera osenormes montantes envolvidos.

Que estas actividades são deliberadarnente ocultadasrevela a circunstância de nestes ñltirnos anos todas astentativas de autarcas não cornunistas na Câmara deLoures de serem informados sobre estes gastos não teremtido rasposta. Requerimentos a Assembleia Municipal parasaber dos rnapas de combustIveis durante o perlodo daFesta do Avante! Silncio. Perguntas de vereadores sobremovimentos de velculos e máquinas! Silncio. Perguntassobre quais os financiarnentos para a Festa do Avante!?Silêncio. Perguntas de todo 0 género sobre esta matdria!Silêncio. Talvez possamos e devamos agora fazer as perguntas urn pouco rnais alto. E ternos que as fazer depressaporque a ocultacão intencional das obras realizadas erespectivos custos ja corneçou. Darei apenas urn exernplopor escassez de tempo, ficando para os trabaihos doinquénto rnuitos outros.

Em Juiho de 1989, Francisco Lopes, membro suplentedo CC, responsável pela organização da Festa, declaravanuma entrevista ao Militante que, entre outras obras pararnelhorar os acessos, o PCP tinha <> (Militante, n.2 170, Juiho de 1989, p. 16).

Mais tarde o programa oficial da Festa anunciava que<> (lugar onde se realizou a Festa).

Pensavam que era o PCP que tinha <> essasinalizaçao e iluminaçäo? Engano: aqui o <> é aCâmara de Loures, que decide no perlodo irnediatamenteanterior a Festa do Avante, realizar uma obra intitulada<>. No âmbito dessa <>foram montados cerca de uma centena de postes de betAocorn respectivas armaduras e candeeiros, colocados quilOmetros de cabo, tudo isto ligado a rede püblica, ou sejaao contador carnarário.

Tudo nesta obra é estranho: tratando-se de urna obraparcialrnente efectuada numa urbanização privada, por que6 que a Câmara a realiza e custeia? E por que 6 que,sendo uma obra de ilurninacAo pdblica, nAo 6 feita pelaEDP, a quem habitualmente cabe este tipo de realizaçOes?E, mais estranho ainda, por que 6 que numa obra de<> de Loures nela participaram trabaihadoresde outra autarquia da margem sul do Tejo?

o Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — NAo 6 isso. Nãoseja calunioso!

o Orador: — Mas o mais estranho 6 o que vem aseguir. Pensam que a obra serve algudm ou alguma coisa?Engano de novo: os postes estAo no meio de descampados, em caminhos que nAo seguem nern vão dar a panenenhuma a nAo ser ao terreno da festa do Avante. Foramlogo a seguir a Festa desligados, como é óbvio, visto quenAo ha vivalma para des iluminarem, a nAo ser Os grilose as ervas. E mais estranho ainda: estão hoje a ser retirados a toda a pressa,

Vozes do PSD: — Ah!

o Orador: — ... enconirando-se alguns deitados pelabeira dos caminhos, nurn esforço para apagar todos osvestigios, e se os senhores tiverem düvidas eu disponhode fotografias que darei a comissão de inquérito para sever o interessante trabalho que está a ser realizado paraapagar os vestfgios da festa do Avante em Loures.

Protestos do PCP.

Como <> 6 evidentemente urna fraude.Trata-se de uma obra completamente fantasma cuja razAode ser foi apenas servir a Festa do Avante e que representa rnais urn desperdIcio monumental deliberadarnenteescondido. Custos? Segundo técnicos consultados, qualquer coisa — sO nesta obra — como 4000 contos, a queha a somar os custos da energia consumida durante operIodo em que a iluminaçao esteve ligada.

Quantas mais <> deste tipo näo terAo sidofeitas? Sob que rubricas orçarnentais estarão disfarcadosOs arranjos e abertura de estradas e carninhos que estAohoje a ser dcstruIdos? A utilização do enorrne parque dernáquinas da Cârnara corn vérios camiOes estreados nafesta (vários caminhos novos foram estreados na Festa,outras máquinas pesadas forarn revistas no terreno daFesta), as lirnpezas de várias estradas desde a ponte deFrielas ate ao Infantado, a terraplenagem, os parquesde estacionamento, estruturas metálicas vindas da festa doconcelho para a Festa do Avante,

Vozes do PCP: —0 ax, o oxigénio’