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328 i SERIE — NUMERO 11

0 Orador: — ... etc. Custos? Várias dezenas demilhares de contos.

Confrontados corn o escândalo piiblico deste seu apoioa urna realizaçao partidária, os responsáveis do PCP e daCâmara de Loures tern tentado fugir as suas responsabilidades inventando desculpas, algumas das quais pretendern apenas explorar o desconhecimento real sobre ascircunstâncias fIsicas da realizaçäo da Festa, outras manipulando apressadarnente o seu carácter. Entre os primeiros argurnentos contain-se os daqueles que dizem nAopoder deixar de apoiar a Festa pelo seu impacte napopulacao e no cornércio local. Trata-se de pura mistificacAo, dado que a Festa se realiza nurn local periférico aqualquer concentraçAo urbana significativa no conceiho, eos visitantes chegavam na sua maioria ern transportes doexterior e eram encaminhados directamente para o recinto.E por isso que tambdrn é deitar poeira pain os olhospretender, como fez o dirigente do PCP Luls Sa, que ocomércio de Loures ficasse altamente beneficiado. NAo soa Festa nAo coincidiu corn os horários da esmagadoramaioria de estabelecimentos comerciais, a nAo ser nosábado de manhA, como também quase todos os consumosdos seus visitantes forarn feitos no interior do recinto, quecomo é sabido está especialmente preparado pam o efeito.

o Sr. Silva Marques (PSD): — Claro!

o Orador: — As pessoas chegavam sern passar pelazona urbana de Loures, entravam pain a Festa, comiarne bebiam no seu interior, compravam o que havia paracomprar e salarn pain se irern embora.

Por seu lado tambdrn nAo pode bayer dOvida quantoaos objectivos centrals da Festa do Avante e ao seucaräcter polItico. Nenhum mal viria daqui se fosse o PCPa pagar a factura dos custos.

O Sr. Silva Marques (PSD): — Sirn, sirn!

o Orador: — Na verdade, a Festa do Avante serve,através da realizaçAo de uma espécie de contra-sociedade,de grande palco para o discurso de Alvaro Cunhal na suarentrée polItica. Pain alérn disso, representa urna iniciativa crucial de recolha de fundos, quer airavés do pagamemo da entrada, quer através de mákiplas vendas,quermesses, restaurantes, etc. Refira-se que se o némerode 500 000 pessoas fosse credIvel (trata-se de urn nümeroficticio, repetido todos Os anos pain a irnprensa crédula)

0 Sr. JerOnimo de Sousa (PCP): — Essa agora!

o Orador: — ... o PCP teria tirado da Festa urn lucrobruto, so nas entradas, entre urn mInirno de 150 000 eurn rnáxirno de cerca de 450 000 contos. E näo adiantacomo tern tentado fazer dirigentes do PCP negar estacornponente de financiamento, porque vrios docurnentosdo prOprio partido o desmentem. Corno dizia peremptoriamente o Militanie: <> (Militante, n. 123, Agosto 1985,p.14.)

Ora é a luz desta realidade que se tern de desmentirOs esforços desesperados que tern feito responsáveis doPCP (como o presidente da Câmara de Loures e tambdinmembro do CC do PCP, Severiano FalcAo) de considcrarern a Festa do Avante como sendo <>uma <>. Acrescentam, scm qualquersentido do ridIculo, que se trata da maior realizaçao cul

tural de Portugal, corn grande repercurssAo internacional.Estranho é que so o salientem agora, após ter sido denunciado o financiamento da Festa

Protestos do PCP.

Vozes do PSD: — NAo estejam nervosos!

0 Orador: — ... pelas autarquias do PCP. Porque— tenham paciencia — o que dizern em Juiho era que oCC do PCP tinha athbufdo corno <> aos organismos<>. E emAgosto descreviam assim Os objectivos e as funçOes dafesta do Avante:

Integrada na dinAmica politica do PCP apOs o XIICongresso, num perIodo de importantes lucas sociais,em que cresce o descontentarnento corn a polIticade Cavaco Silva [...], a Festa do Avante 89 terá urnarepercussAo polItica notável que pode influenciargrandemente a campanha para as eleiçOes autérquicas.

A estas citaçOes poderiam acrescentar-se rnuitas outrase sO por ingenuidade ou má-fé politica é que se podeacreditar que o PCP organiza a Festa do Avante para dar<>(fecha aspas).

O Sr. João Ainaral (PCP): — Fecha a boca!

o Orador: — Mesrno as realizaçOes que se podemchamar <> na Festa do Avante estAo directamentesubordinadas a objectivos politicos.

O Sr. JerOnirno de Sousa (PCP): — 0 senhor é anticultura!

Protestos do PCP.

o Orador — Eu percebo a preocupaçAo do PartidoComunista, mas eu gostaria de falar em silêncio.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, pedia-lhe para interromper por urn momdnto.

Solicitava aos Srs. Deputados que fizessem o silênciopossIvel, para que o Sr. Deputado Pacheco Pereira pudesse prosseguir a sua intervencAo.

Pode continuar, por favor.

O Orador: — Os pecCs usam a <> como factorde legitimacäo poiltica — os dirigentes soviéticos ateAndropov tinham sempre prdrnios de literatura — e a<> assim usada nAo é senAo urna consequCncia davisAo globalizante do rnarxismo-leninisrno.

Por tiltimo, recorda-se aos autarcas comunistas que sejustificam dizendo que apoiam a Festa do Avante comoorganizacAo <> que essas actividades to generosamente apoiadas não so gratis e implicarn o pagamentode uma entrada nurna festa partidaria.

Mas é capaz de ser por tudo isto, por este tipo derealizaçOes >, que os rnunicIpios do PCP tern taoavultadas verbas para a <>, como o MunIcipio deLoures, que se gaba de gastar mais de 30 % do seu orçamento em actividades culturais — qualquer coisa como10 vezes a media nacional.

0 Sr. JoAo Amaral (PCP): — Muito bern.