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604 I SÉRIE - NÚMERO 18

O Governo apostou no fortalecimento da sociedade civil. E a razão ideológica subjacente ao fenómeno das privatizações era esta o aumento do nível das classes médias a diversificação da propriedade estatal neste caso pelas classes médias a formulação e o crescimento de grupos económicos portugueses o crescimento da sociedade civil portuguesa.
Mas não são só razões ideológicas que justificam e legitimam esta postura. E a diminuição da divida publica nacional a amortização mais acelerada da mesma a cria cão de micro unidades de planeamento estratégico que substituem com eficácia e qualidade o grande planeamento estratégico estatal que em todos os países em que foi aplicado falhou e ruiu. E por isso que ideologicamente também estamos melhor.
Nesse aspecto Sr. Presidente e Srs. Deputados a conclusão é óbvia o saldo é positivo. E curiosamente e tão positivo que do léxico político português ha uma expressão que foi extinta Portugal pais adiado. Já não se fala em Portugal pais adiado Em Portugal fala-se de um caminho de um rumo fala se de progresso fala-se de optimismo não se fala de pais adiado. Dir-se-á que há ilhas de pobreza erros manchas de desigualdade! Seguramente que os há. Seguramente que há erros manchas de pobreza zonas de desigualdades regional e social. Mas a questão não é da sua existência. A questão está em saber se relativamente ao passado essas áreas deprimidas diminuíram ou aumentaram e se o caminho traçado hoje permite no futuro combater com maior ou menor incidência esses factores.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador:- A nossa resposta é evidente diminuíram as ilhas de pobreza mas existem diminuíram muitas desigualdades mas existem diminuíram fortes conflitos na sociedade portuguesa mas podem existir.
Porém o caminho que percorremos é o que pode atacar com mais eficácia no futuro essas mesmas realidades negativas que oneram o presente fruto de um passado de certo modo longínquo e nalguns casos ainda recente.

Aplausos do PSD.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Governo não produziu uma visão meramente economicista o Governo não alinhou naquilo que o Sr. Deputado António Guterres ontem qualificou como visão liberal por um lado e como socialista por outro.

O Sr. António Guterres (PS): - Não disse isso.

O Orador:- O Governo não optou por uma ou por outra via. E fez bem. Porque se tivesse optado por uma via exclusivamente liberal o governo teria prejudicado a solidariedade social nacional se tivesse optado pela via socialista teria prejudicado o Pais económica e mais tarde socialmente.

Vozes do PSD: - Muito bem.

O Orador: - O País constata uma linha de entendimento e de balanceamento entre uma preocupação modernizadora da economia e uma perspectiva de distensionalista na área social. O Governo privilegia de um lado a reforma e a remodelação económica mas por outro procura sal aguardar mecanismos de coesão social.
O Governo procura melhorar a produtividade e a concorrência de alguns sectores em Portugal mas preocupa-se também em melhorar e reforçar a dignidade do cidadão e do homem. O Governo privilegia infra-estruturas mas também privilegia o sector da educação e da saúde. Acima de tudo o Governo privilegia o cidadão português.
Portanto tenho de dizer-lhe que a visão em que o Sr. Deputado António Guterres coloca a questão essa visão maniqueica ou essa dicotomia é errada. Senão reparemos ao contemplarmos a Itália por exemplo que os últimos 10 anos foi gerida por um socialista Bettino Craxi e por um democrata cristão Giulio Andreoti verificamos que o conteúdo da política é o mesmo e que é tão igual que os dois se sentam se bem que em lugares diferentes nos mesmos dois executivos. Se se olhar para a Bélgica verificamos que o problema é igual. E claro que se pode olhar para a Espanha onde a afirmação do Partido Socialista foi pelo reforço do poder nacional pela modernização acelerada do equipamento produtivo sacrificando os equilíbrios sociais sacrificando o emprego sacrificando o clima de estabilidade social que provocou na própria UGT e nas confederações operárias uma atitude ostensiva contra o próprio Partido Socialista.
Se se dá como exemplo uma brilhante acção do Partido Socialista então retomemos o do lado de lá que obviamente não se pode qualificar como socialista. Ou então qualifica-se a acção do Partido Socialista grego cuja acção primorosa no domínio económico produziu inflação desemprego caos económico miséria e derrota eleitoral.

Risos do PSD.

Por isso Sr Deputado António Guterres o único exemplo válido que o senhor tem para se colocar é o da contradição sequencial de um governo soe alista que é o francês. A gestão de Pierre Mauroy e a de Laurent Fabius duas gestões consecutivas de um poder socialista demonstraram à evidencia que são as contradições as dificuldades e as antinomias da política não entre liberais e socialistas mas no seio dos próprios socialistas. E essa a questão com que hoje o Partido Socialista se debate.

Risos do PSD.

Essa Sr. Presidente e Srs. Deputados é que é a questão grave para este Executivo não tem alternativa nem oposições o que é mau para o País e para si próprio. Ou seja a capacidade de estimular de criticar de ser contra ponto não se fazem hoje em dia em Portugal entre as oposições políticas parlamentares e o Governo mas sim entre os sectores sociais e o Governo. A oposição deixa que diálogo político nacional que devia ser privilegiado por alguém como o Partido Socialista que anda a falar de ética e a pensar se há de privilegiar o debate parlamentar no sentido de tomar visível e afrontativo um contraponto de visões do Governo e da oposição - passe por cima do Parlamento em muitos casos por ausência por debilidade por omissão sua e deixa que esse diálogo essa concertação se faça entre o Governo e os sectores sociais.
Há aqui uma situação debilitadora da democracia porque a oposição a criou de tal forma por ausência de modelo e de perspectiva de alternativa credível perante