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616 I SÉRIE - NÚMERO 18

reparado quando alguma vez falto é porque há algum motivo importante. Contudo tenho o hábito da leitura portanto posso ler e ainda por cima o Sr. Ministro da Defesa teve a amabilidade de fazer uma intervenção tão curta que em qualquer pequeno intervalo se podia tomar total conhecimento dela.

Risos.

Foi precisamente aquilo que eu pude fazer. Aquilo que o Sr. Ministro da Defesa afirmou em resumo foi que a conjuntura internacional está, em tais circunstancias favoráveis que não se justifica fazer o aumento das despesas militares. Isto diz se muito rapidamente e revela uma intuição profunda da evolução da defesa da Europa que não está ao alcance dos analistas puramente terrenos que andam por aqui e que realmente não escutam, vozes do alto Sr Deputado.

Risos.

Vejo que essa atitude é bastante contrária por exemplo às noticias de hoje mesmo que referenda Primeiro-Ministro da Inglaterra porque uma das coisas em que ela pensa que obteve um grande êxito nas suas negociações com os parceiros das comunidades europeias foi conseguir que o diálogo militar continue através da NATO. Ela pensa que foi um grande êxito. Ela não é tão informada nem elucidada como acontece entre nós para dizer ao Parlamento Britânico. Não se preocupem agora com a defesa porque como as coisas estão não vai ser necessário aumentar as despesas.

Risos.

Ela não se atreveu a dizer isso. Realmente parece que ela não tem tanta informação mas talvez nós possamos ajudá-la.

O Sr Carlos Encarnação (PSD): - Posso interrompê-lo Sr Deputado?

O Orador: - Já ou dar-lhe licença para me interromper V. Ex.ª sabe que lhe dou a si as licenças todas.
Tal como V. Ex.ª sabe havia um defeito do antigo regime que de vez em quando é aqui lembrado até porque há pessoas que não podem viver sem essa tripeça se lha tiram ficam sem se poder ver e sem nada para dizer.

O Sr. Silva Marques (PSD): -Isso é verdade! Isso acontece!

O Orador: - Justamente queria dizer-lhe que um dos defeitos que havia era este, havia pessoas em Portugal que se cansavam de dizer à Europa o quê ela devia fazer. E eu desconfio que isso está a renascer.

Risos.

E que começa a haver por aí umas pessoas que dizem à Europa o que é que a Europa há de, fazer e a Europa é capaz de não os escutar para mais da Europa e depois por reflexo para mal nosso.

Risos.

Sr. Deputado Carlos Encarnação faça o favor de me interromper porque tenho todo o prazer nisso.

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Sr. Deputado eu quase me penalizo por o interromper porque V. Ex.ª ia tão bem .Aliás ai sempre tão bem que me penalizo por interrompê-lo e por interromper também as gargalhadas de satisfação que alguns sectores desta Câmara dão quando V. Ex.ª fala.

Risos do PSD.

É das tais coisas quando não podem falar e quando não podem falar e quando não podem falar com a clareza de V. Ex.ª fala gargalham nem.

Risos do PSD.

Mas já que assim é vamos continuar nós a conversa e as pessoas continuarão então a usufruir da sua intervenção que não da minha que é um mero apontamento que eu me permitiria fazer incrustado no seu.
Eu também louvo o espirito de síntese que o Sr. Ministro da Defesa teve em relação a este problema que como V. Ex.ª sabe até talvez nem esteja muito deslocado.
Isto porque uma coisa são as obrigações que o nosso país tem dentro da NATO outra coisa são as obrigações porventura acrescidas que a Grã Bretanha tem dentro da NATO. Talvez por isso e V. Ex.ª com certeza concordará comigo a afirmação do Sr. Ministro da Defesa foi num senado e a afirmação do Sr. Primeiro Ministro da Grã Bretanha foi noutro sentido.

O Orador: - Aceito inteiramente que as duas afirmações tenham sido feitas em sentido diferente com a diferença de que acho que o sentido que foi dado pela Sr.ª Primeiro Ministro da Inglaterra é certo e aquele que lhe foi dado aqui parece-me menos certo. E parece-me menos certo porque nós pouca influência temos como sabe - a não ser o poder funcional que decorre da nossa situação geográfica - na revolução deste problema da direcção militar Mas o que acontece - e sempre considerei isso infeliz para nós - é que o nosso esforço a nossa capacidade a nossa influência são pequenos mas a participação nos riscos é exactamente mesma o que nos exige muito maior atenção para esta situação. Finalmente queria dizer mais o seguinte. Já chamei a atenção de facto para a formação do sindicato dos professores e a intervenção deles porque não posso deixar de verificar a modificação também acelerada e às vezes tão lateral com o movimento de massas que há hoje na Europa e que ninguém governa e as alterações também aceleradas e que talvez ninguém governe das estruturas dos corpos de intervenção portugueses. Por exemplo nunca tinha ocorrido desde 1974 aos professores do ensino superior organizarem-se em sindicato - nunca lhes tinha ocorrido. O que é que aconteceu na vida portuguesa para que isso se tivesse verificado? Alguma coisa que talvez ninguém tenha governado. Muitos efeitos conduziram a que esse corpo que até então só tinha reclamado laboratórios bibliotecas meios bolsas de estudo entendesse que também tinha de discutir um estatuto profissional.
Por outro lado é alguma coisa de importante - que não pode ser ir para apartes partidários ou graças partidárias porque é demasiadamente sério - que o braço do Estado que tem a seu cargo responsabilidade da acção diplomática tenha sentido pela primeira vez a necessidade de se organizar em associação sindical. Isto é um facto