O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2426 I SÉRIE -NÚMERO 73

o decreto-lei antes de falar comigo, esse alguém era o senhor e não eu. Não estou aqui para discutir os pontos de vista jurídicos, mas os pontos de vista éticos desta Assembleia. É isso que estou a fazer!
Sr. Deputado, não estamos na Ordem dos Advogados a discutir legislação, mas numa Assembleia política, onde as questões se discutem numa perspectiva política e gostaria que o senhor se mantivesse nesse nível. Não vou adiantar mais nada, mesmo que me obrigue a fazê-lo, porque tenho os meus princípios e agradecia que mantivesse os seus e não adiantasse determinadas conversas, pois não me quero exaltar.
O senhor é exaltado por natureza, mas eu não me quero exaltar, para evitar dizer algumas verdades que, talvez, não me ficasse bem dizê-las, uma vez que não pretendo contribuir para que esta Câmara deixe de ser dignificada.
Quando o Sr. Deputado diz: «o senhor não sabia e levava muito tempo para aprender a ler», será bom que saiba que, se calhar, aprendi a ler primeiro do que o senhor. Mas não vamos discutir isso aqui. Ou o Sr. Deputado acha que isso tem dignidade?

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado António Vairinhos, informo que esgotou o seu tempo. Solicito-lhe que conclua de imediato.

O Orador: - Termino já, Sr. Presidente!
Sr. Deputado, V. Ex.ª é de Direito, eu sou de Economia, mas tive cadeiras de Direito e o senhor ale nem sabe se eu tenho ou não alguns conhecimentos de Direito. É isso que quer discutir aqui na Assembleia? Acha que isso é digno? Levantar calúnias e discutir sobre quem sabe mais de Direito, quem lê mais depressa ou mais devagar, são essas as propostas que o Partido Socialista faz ao País e que vem aqui apresentar?!
Por amor de Deus, Sr. Deputado, tenha dignidade e ponderação! Vamos lá ver se ficamos por aqui!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Filipe Madeira.

O Sr. Luís Filipe Madeira (PS): - Sr. Presidente, é com muito gosto que dou explicações.
De facto, o Sr. Deputado António Vairinhos é um sanguíneo bilioso...

O Sr. António Vairinhos (PSD): - Problemas de sangue é com o senhor e não comigo!

O Orador: -... e ficou - como diria um outro deputado, com verve - um bocado «desvairinho».

O Sr. António Vairinhos (PSD): - Olhe que não!...

O Orador: - Sr. Deputado, não pretendia que o senhor se exaltasse a esse ponto. Longe de mim a ideia de pôr em causa a sua dignidade ou a sua honra. Limitei-me a dizer - e o seu protesto não me desmentiu - que o senhor não leu o decreto-lei nem a rectificação. De facto, o senhor Tez um protesto em defesa da sua dama, por dever de ofício, enfim, entendeu que tinha de sair à estacada e saiu. Mas, com o devido respeito, saiu mal, porque nem sequer tocou no assumo a que eu me referi.

O Sr. José Carneiro dos Santos (PS): - Muito bem!

O Orador: - Depois, entusiasmou-se e cometeu aquilo a que chamo um outro «crimezinho» - pequenino, a que não ligo grande importância - e referiu que eu tive consigo conversas de corredor. Mas a que propósito é que eu iria Talar com o senhor? O que tem o senhor a ver com a assembleia distrital? O senhor é autarca?

O Sr. António Vairinhos (PSD): - Sou!

O Orador: - Mas não tem assento na assembleia distrital. Poderá ser membro de algum conselho de freguesia ou coisa que o valha...

O Sr. António Vairinhos (PSD): - Sou membro da assembleia municipal!

O Orador: - Distrital. Eu disse distrital!

O Sr. António Vairinhos (PSD): - Dá-me licença que o esclareça?

O Orador: - Faça favor!

O Sr. António Vairinhos (PSD): - Sr. Deputado, sou membro de uma assembleia municipal, onde os membros da assembleia e os respectivos representantes discutem tudo aquilo que se passa na assembleia distrital e, por esse motivo, conheço perfeitamente o problema em causa. O senhor desconhece isto, mas eu sei que o senhor é presidente da Assembleia Municipal de Loulé.
Sc o senhor não sabe que eu fui o primeiro elemento eleito na lista para a Assembleia Municipal de Vila Real de Santo António, lamento, pois só prova que está mal informado.

O Orador: - Muito prazer em conhecê-lo!

Risos do PS e do CDS.

Sr. Deputado António Vairinhos, não é isso que está em causa! A que propósito é que eu iria falar com o senhor sobre os assuntos da assembleia distrital? De facto, não falei! E muito menos falaria sobre as rectificações, de que, efectivamente, não falei, nem a si, nem a ninguém da sua bancada, pois, como é óbvio, queria tirar aqui um pouco de vantagem do efeito surpresa.
Os senhores tem de saber que quem as faz paga-as! Estão habituados a «cortar neste matagal» a torto e a direito, sem que apareça alguém a dizer salto!». Convém que saibam que, às vezes, quando abusam - não os senhores, mas a força política que representam, como foi o caso -, isto é, quando o abuso é excessivo, tem de haver alguém que diga salto!» e exija que, neste país, se tomem as medidas adequadas contra os malfeitores políticos. É só isso, Sr. Deputado!

Aplausos do PS.

O Sr. José Sócrates (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. José Sócrates (PS): - Sr. Presidente, face ao que foi dito pelo Sr. Deputado António Vairinhos, quando se