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12 DE JUNHO DE 1991 3031

No entanto, não quero deixar passar algumas das suas palavras que me soaram mal.
De facto, o Sr. Deputado disse que não me pedia esclarecimentos porque o opositor do CDS é o Governo, que 6 com este que tem de bater-se e não com o meu grupo parlamentar.
Sr. Deputado, anoto este seu excelente entendimento institucional. Quer dizer, e nós é que diminuímos o papel da Assembleia da República...

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Não, não!

O Orador: - Sim, Sr. Deputado. Pois se os senhores se recusam a discutir connosco e querem discutir com o Governo, é porque esto a minorizar notavelmente o papel da Assembleia da República!

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Eu não disse isso!

O Orador: - Foi isto que o Sr. Deputado disse. Acredito que não fosse o que tivesse querido dizer, mas, porventura por lapso, foi o que afirmou. Assim, anoto as suas palavras para que conste, como costuma dizer-se.

Aplausos do PSD.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Presidente, é para dar uma explicação.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Deputado Mário Montalvão Machado, quero dar-lhe uma explicação para que não fique qualquer dúvida nem menosprezo pelo Grupo Parlamentar do PSD.
O que eu disse foi que, sendo os mesmos os temas tratados nesta Assembleia pelo Governo e pela vossa bancada, nós, CDS, preferimos tratá-los directamente com o Governo de quem somos opositores. É que a nossa oposição 6 ao Governo e não aos partidos entre si.
Desta mesma forma, também somos oposição ao PS, porque o nosso ideário é diferente do deste partido e somos oposição ao PCP, porque os nossos objectivos também são diferentes dos deste partido.
Portanto, o confronto é mais entre o Governo e um qualquer partido da oposição do que entre um destes e o PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Mário Montalvão Machado.

O Sr. Mário Montalvão Machado (PSD): - Sr. Presidente, é só para dizer que, afinal, eu não estava enganado quando entendi as palavras do Sr. Deputado Narana Coissoró e ele próprio também não se enganou.
Na verdade, anoto que o Grupo Parlamentar do CDS prefere discutir os problemas com o Governo do que discuti-los na Assembleia da República com os grupos parlamentares.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, estão suspensos os trabalhos para o intervalo regimental de almoço. Recomeçaremos às 15 horas.

Eram 13 horas e 10 minutos.

Srs. Deputados, está reaberta a sessão.

Eram 15 horas e 35 minutos.

Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Ferraz de Abreu.

O Sr. Ferraz de Abreu (PS): - Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Deputados: Nunca é demais recordar que as eleições são um acto de grande transcendência e significado nos regimes democráticos pois que elas são o momento em que lodo o poder é restituído aos cidadãos eleitores que, em assembleia magna, irão usá-lo para designarem quem os representará na Assembleia da República.
Existe um calendário para todo este processo, mas a tentação para o antecipar é grande, como se verifica neste momento entre nós, onde todos os partidos já estão empenhados em contactar os eleitores.
Mas há que reconhecer que, neste empenhamento, quem leva a palma a todos os outros é o presidente do PSD, não despindo para isso as vestes de Chefe do Governo. Efectivamente, alardeando a obra feita, o Prof. Cavaco Silva foi possuído pela «Febre dos Sábados» e é vê-lo nas suas digressões, vangloriando-se aqui, prometendo ali e inaugurando acolá obras mesmo já há muito acabadas ou ainda por acabar.

O Sr. José Silva Marques (PSD): - Está no seu direito!

O Orador: - E embora nessas andanças se apresente não como um líder partidário mas como Chefe do Governo, não deixa de as aproveitar para difundir a ideia de que toda a magnífica obra feita e o mais que estará para vir se perderá se ele, com a sua maioria, não permanecer no Governo.

O Sr. Laurentino Dias (PS): - Muito bem!

O Orador: - A acompanhá-lo, como a sua sombra, lá tem sempre a independente e isenta televisão que enche com a sua imagem todos os telejornais de sábado, com repetição integral nos de domingo, não vá ter havido alguns eleitores distraídos.
Mas o Prof. Cavaco Silva, pressentindo que algumas falhas poderão ser notadas, procura tapá-las com promessas, algumas inesperadas, na boca de um conceituado economista.
Assim, não se cansa de repetir, entre outras coisas, que a sua permanência no Governo será a garantia de que o crescimento económico continuará de modo a colocar-nos, a curto prazo, entre os primeiros países no comboio da CEE.
Tem sido também pródigo em promessas nos campos da educação, da habitação, das vias de comunicação, do ambiente, das pensões, das condições de vida e dos salários dos trabalhadores, com soluções risonhas e optimistas para o futuro dos Portugueses.
Mas, pelo sim pelo não. e para mostrar que as promessas são mesmo para se cumprir, o Prof. Cavaco Silva vai oferecendo, de moto próprio, uma ambulância aqui, um