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3180 I SÉRIE - NÚMERO 94

políticos é uma tarefa transitória, que não há qualquer despromoção quando um camarada do meu partido deixa de cumprir certas funções e que o nosso partido e o nosso grupo parlamentar têm a mais elevada consideração intelectual, moral e política pelo meu camarada Sottomayor Cárdia!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Se pretender dar explicações, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado.

O Sr. Secretário de Estado da Cultura: - Sr. Presidente, permita-se-me que lamente que, às vezes, algumas observações ou intervenções do Sr. Deputado Sottomayor Cárdia, na minha opinião, vão para além daquele que deve ser o respeito entre membros do mesmo órgão, da mesma instituição - e compreendo a sensibilidade da direcção da bancada do PS a este respeito - e que tenho a mesma pena exactamente pela mesma consideração que tenho nos planos intelectual, pessoal e moral pelo Sr. Deputado Sottomayor Cárdia.
Portanto, não vejo motivo para a defesa da consideração. Foi uma mera resposta que dei a uma observação, se me permite, talvez muito menos amigável do que a que o Sr. Deputado Sottomayor Cárdia me fez. E foi uma mera resposta que só traduz a consideração que tenho por ele e pelas qualidades que revelou, quer como ministro da educação, em que tive oportunidade de lidar directamente com ele quando fui presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito de Lisboa, quer como deputado.
Tenho muita pena e devo dizer que tenho a noção - e tenho procurado demonstrá-lo ao longo da minha vida política- de que os cargos são o que menos interessa na política.
Difícil não é saber entrar, difícil é saber sair!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Sottomayor Cárdia

O Sr. Sottomayor Cárdia (PS): - Sr. «Ministro da Cultura», estou perplexo quando vem dizer que eu me concedo no uso da palavra. Efectivamente, não me excedo nunca! O que acontece é que tenho a noção do que é o parlamento. Não considero que o Parlamento seja uma tiara corporativa. É uma instituição do Estado que protagoniza a liberdade!

O Sr. José Magalhães (Indep.): - Muito bem!

O Orador: - E liberdade não é tratarmo-nos todos por Exa., uns aos outros, cumprimentarmo-nos ou darmos pancadinhas nas costas!... Liberdade é dizer aquilo que qualquer cidadão tem o direito de poder dizer, no seu [...] de trabalho, na terra onde vive!
Se o cidadão não tem identificação possível com um lado, aí começa a ser considerado como um marginal. , eu próprio sou aqui considerado um «marginal» por [...] actuação que não é conforme as regras.
Desculpe-me que eu responda desta maneira aos seus rimemos..., talvez Exa. não tenha ainda suficiente [...] democrática para saber o que é um deputado!...

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, se assim entender, o Sr. Secretário de Estado.

O Sr. Secretário de Estado da Cultura: - Sr. Presidente, só quero dizer que não vou responder ao Sr. Deputado Sottomayor Cárdia no mesmo nível das afirmações dele. Deixo a pane final sem comentários.
Se calhar, Sr. Deputado Sottomayor Cárdia, foi essa noção de educadores da liberdade que fez perder alguns nas estradas da história recente.

Aplausos do PSD.

O Sr. João Corregedor da Fonseca (Indcp.): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. João Corregedor da Fonseca (Indcp.): - Sr. Presidente, com seriedade, levantei há momentos questões talvez desconfortáveis para o Governo, mas gostaria que a Mesa me informasse sobre se tem ou não conhecimento da intenção do Governo em responder a essas questões que levantei e que preocupam a generalidade dos portugueses. São questões como sejam Belém e a UNESCO, os critérios a adoptar para os apoios selectivos, a política da língua para os imigrantes e, sobretudo, a questão de fundo que é o problema dos consensos.
Sr. Presidente, seria possível obter essa informação, através da Mesa, uma vez que o Sr. Secretário de Estado aqui presente a desconheceu?
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, neste momento o Presidente em exercício não pode responder-lhe cabalmente a interpelação que faz. Quero apenas dizer que, na actual lista de inscrições, ainda não está nenhum membro do Governo, mas, tendo em conta que o Governo ainda dispõe de 13,6 minutos para intervir, tudo leva a crer que o Sr. Secretário de Estado ou outros membros do Governo venham a responder-lhe.
Srs. Deputados, vamos agora suspender os nossos trabalhos, que recomeçarão às 15 horas.
Está interrompida a sessão.

Eram 13 horas e 20 minutos.

Entretanto, reassumiu a presidência o Sr. Presidente Vítor Crespo.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, declaro reaberta a sessão.

Eram 15 horas e 25 minutos.

Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Sousa Lara.

O Sr. António Sousa Lara (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Tenho as mais fundadas dúvidas de que o bem do País, o futuro dos Portugueses e a felicidade do povo dependam de uma ideia de cultura quieta e acomodada.
A cultura dos abraços e da abrangência; a cultura das distinções e dos ghettos dos ilustres, a cultura da linguagem hermética em circuito fechado; a cultura da promoção de cliques, em que são sempre os mesmos ou os mesmos grupos que valorizam entre si ou excluem