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3182 I SÉRIE -NÚMERO 94

seja por isso que a sua pré-campanha não foi capaz de apresentar, até à data, uma única ideia mobilizadora, uma única proposta estimulante, um único projecto que excite a imaginação. E a política, evidentemente, só se faz com ideias».

Aplausos do PSD.

E quando já nada o fazia prever, Eduardo Prado Coelho junta-se aos demais - é a terceira voz de que falei!
Parece também a este autor ser óbvia a construção confusa e baralhada deste documento de trabalho. Das sete críticas principais apresentadas por Prado Coelho, ressaltamos quatro que, pela sua gravidade, não podemos deixar de sublinhar.
Primeira: «O documento, apontando a necessidade de regionalizar, não avança no sentido que parece hoje essencial: a importância de criar em determinadas zonas e sobretudo em determinadas cidades de província verdadeiras especializações culturais» - o que, aliás, direi, é política do Governo!
Segunda: «É de estranhar que o documento ignore por completo todos os problemas concretos de integração no espaço europeu que se colocam a uma política cultural.»
Terceira: «O facto (incompreensível) de o documento ser praticamente omisso em relação a todas as questões de uma política cultural portuguesa no estrangeiro.»
Quarta: «A exclusão por completo da comunicação social. E, sobretudo, não ter qualquer ideia concreta no plano do audiovisual (onde a recente criação de um secretariado nacional trouxe importante matéria para discussão e reflexão).»
Ou seja, em lugar do «efeito Jack Lang», que, na sua santa ingenuidade, alguém imaginou português, socialista e possível, o PS criou o «efeito Jack, o Estripador»!

Vozes do PSD: - Muito bem!

Risos do PSD.

O Orador: - Em vez da juventude da cultura, produziram o assassínio premeditado de uma ideia alternativa de cultura de esquerda.
O Doutor António Barreto tem razão para estar preocupado. Por este andar, as cabeças vão rolando pelo caminho e é de duvidar que em Outubro ainda haja alguma disponível.
O Doutor António Barreto tem razão em perseguir aquela fixação obsessiva pelo Centro Cultural de Belém.
Se as ideias não abundam pelo PS; se as que existem parecem retiradas das cavernas do tempo; se as que existem se exprimem através da angústia da impotência;
Se as que existem são o produto da vingança contra o
caminho da história ou se o canibalismo ideológico do PS devora o PS, então é melhor fazer férias de tudo isto, ... vida universitária, viajar para o estrangeiro e deixar os Portugueses todos entretidos a ver crescer o
centro e a exercitarem a sua permanente dúvida que o
Velho do Restelo assumiu. Entretanto, Portugal demostrará que o País tem razão e manteremos a rota!
Afinal, se todos quisermos, a índia é já ali, ao virar e esquina, porque a cultura dos novos tempos se faz porém com audácia e imaginação e é parte integrante do nosso destino como povo!

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Edite Estrela (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra para exercer o direito regimental de defesa da consideração.

O Sr. Manuel Alegre (PS): - Também peço a palavra para o mesmo efeito, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Com certeza, Srs. Deputados. Tem, então, a palavra a Sr.ª Deputada Edite Estrela.

A Sr.ª Edite Estrela (PS): - Sr. Deputado António Sousa Lara, pensávamos que este agendamento tinha como objectivo avaliar a política cultural do actual Governo. No entanto, verificamos que o Sr. Deputado tem pressa em falar da proposta socialista para a cultura, pois receia bem não estar cá na próxima legislatura para debater o programa do governo socialista a apresentar depois das próximas eleições!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: - Para isso não estará cá ninguém...

Risos do PSD.

A Oradora: - Na falta de ideias próprias, o Sr. Deputado revelou incapacidade de leitura e socorreu-se das palavras alheias. Aliás, tinha a oportunidade de ler o documento e de se pronunciar sobre ele, fazendo a sua própria leitura, uma vez que forneci ontem esse documento ao seu colega de bancada Carlos Lélis.
Sr. Deputado António Sousa Lara, isso é desonestidade intelectual, porque não se deu ao trabalho de referir a resposta que os visados deram no semanário Expresso. Resposta tanto mais convincente quanto, contrariamente ao que é hábito - os jornalistas reservaram-se o direito de ter sempre a última palavra -, Alexandre Pomar optou pelo silêncio. Na verdade, os argumentos contidos na resposta que lhe foi dada eram suficientemente convincentes!
Sr. Deputado, já que assim o deseja, vamos comparar documento por documento.
Assim sendo, num documento que o Sr. Secretário de Estado da Cultura deu a público, há mais ou menos um ano, pode ler-se: «Na nova era, lembremos com todo o orgulho os feitos do passado. Seguros de quem somos, partamos para esta nova era, na qual cultura é cada vez mais atenção às formas esgotadas de civilização e às exigências de um novo desenvolvimento».
Sinceramente, não percebo o que isto quer dizer...
O mesmo documento termina com uma espécie de «ementa» cultural semanal: «À segunda-feira, temos teatro; à terça-feira, temos ópera; à quarta-feira, bailado; à quinta-feira, cavalos e touros; à sexta-feira, música; ao sábado, luz e som, teatro popular e artesanato.» E certamente que, como disse alguém, ao sétimo dia, o Sr. Secretário de Estado terá de descansar para reflectir no disparate que apresentou!...

Risos do PS.

O Sr. José Silva Marques (PSD): - Ao sétimo dia, temos a Agenda Cultural da Câmara de Lisboa!

Risos do PSD.