O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

158 I SÉRIE - NÚMERO 7

no ajusta as obras e as políticas ao calendário eleitoral e as Câmaras de Lisboa e do Porto fazem obras, em bom ritmo, permanentemente, durante todo o ciclo da sua permanência. É essa a diferença e é isso que o preocupa!

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

Penso também que o Sr. Deputado Pacheco Pereira, que pertence à maioria nesta Câmara, deveria propor, em sede de alterações ao Regimento, a figura da interpelação ao jornal Público,...

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Exactamente!

O Orador: - ... para que fosse possível um debate, seguramente esclarecedor, entre a bancada do PSD e o jornal Público acerca da política e da estratégia do Partido Socialista.
O que quero dizer ao Sr. Deputado Pacheco Pereira é que a estratégia do Partido Socialista é uma estratégia de oposição firme, serena, mas muito clara. E mais: é uma estratégia de oposição que não tem complexos, porque o PS denuncia, com firmeza, os erros da política económica do Governo, que estão a causar as maiores dificuldades a todas as empresas, excepto aos novos empresários, pois esses são os que melhor se defendem, esses são os que não pagam a ninguém, esses são os que deixam os salários em atraso, esses são os que fazem concorrência indevida aos outros empresários.

Aplausos do PS.

Repito: trata-se de uma política que está a causar as maiores dificuldades a todas as empresas, e não aos novos empresários, mas é necessário dizer, com clareza, que, ao mesmo tempo que denunciamos esta política, estamos aqui disponíveis para, com o Governo, encontrar boas soluções para o funcionamento da Assembleia da República e para permitir a ratificação tio Tratado de Maastricht, que permitirá duplicar os fundos comunitários, e talvez, assim, nos aproximemos mais depressa da Europa, porque, com os que temos, só conseguimos o ritmo dos governos do Partido Socialista. .

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, antes de prosseguirmos, fazia um apelo para que todos os intervenientes se cingissem aos três minutos regimentais.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Carp.

O Sr. Rui Carp (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado António Guterres, antes de começar a expor as questões, quero dizer a V. Ex., que o Governo «não atira bolas para canto», o Partido Socialista é que mete golos na sua própria baliza, como agora vamos ver.
A sua intervenção suscita-me um comentário à atitude que tomou durante o seu discurso, um comentário às suas afirmações e uma pergunta final.
No que se refere à atitude que tomou durante o seu discurso, quero dizer-lhe que, francamente, não gostei...

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Ainda bem!

O Orador: - ... que V. Ex." tivesse exibido um ar feliz cada vez que disse que o País está pior. Podemos estar em desacordo sobre esta matéria, mas penso que referir com um ar feliz, aqui no Plenário, que o País está pior, não fica bem ao líder do maior partido da oposição.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Quanto aos ataques que fez à política do Governo, quero dizer-lhe que julgava que, na semana passada, VV. Ex.- tivessem absorvido o modelo de política económica do Governo. Houve até um semanário que expressou, com uma certa graça, que o Governo trouxe aqui a «artilharia pesada» - aliás, como hoje, que está aqui representado ao mais alto nível, pois está aqui o Chefe do Governo -, mas que VV. Ex.- deram apenas uns tiritos, prometendo, afinal de contas, que hoje haveria artilharia pesada.
Escutei com muita atenção o seu discurso e penso que nem tiritos deram. Mas, se deram, foram de pólvora seca! E porquê de pólvora seca? Porque V. Ex.ª vem aqui com uma série de ataques exacerbados, revelando algum saudosismo do estatismo do passado, referindo-se, por exemplo, ao desemprego quando o nosso é o mais baixo da Europa e falando, por exemplo, da falta de confiança dos empresários na política económica do Governo.
Mas eu tenho aqui, por exemplo, o último inquérito do CISEP, que é o Centro de Investigação sobre a Economia Portuguesa, que é dirigido pelo professor Brandão Trigo que V. Ex., conhece muitíssimo bem, ...

O Sr. Silva Marques (PSD): - Que é insuspeito!

O Orador: - É insuspeitíssimo, pelo menos para o Partido Socialista!
E no relatório desse inquérito, a dada altura, diz-se, naus expectativas para o 4.º trimestre sobre a política económica do Governo, que 71 % dos empresários consideram que a capacidade para resolver o problema do País mantém-se idêntico ao que está, 15 % consideram que ainda melhorará e apenas 14 %b consideram que pode piorar. 15to vem, a par de outros elementos, do CISEP e por isso não vai pôr em dúvida a origem desta informação.
Posso dar-lhe fotocópias, no entanto suponho que já deve ter este estudo.
Sobre o crescimento da economia portuguesa, apenas quero corrigir um aspecto que referiu e que não está correcto. É que a economia portuguesa, desde que o Governo é social-democrata, tem crescido a um nível superior a 2 % relativamente à média comunitária. Só quando a economia internacional e a economia europeia entrou em recessão é que esse gap diminuiu para cerca de 1 %, o que, apesar de tudo, é extraordinário, porque quanto menor for a média do crescimento económico internacional tanto mais valor tem esse gap.
Portanto, não podemos estar a fazer comparações com o passado, ou melhor, se as fizermos, são abonatórias para a actual política económica do Governo.
Sobre a habitação, quero referir aqui o seguinte: V. Ex., sabe quanto é que a Câmara Municipal de Lisboa gastou com aquela exposição da habitação que se realizou no Terreiro do Paço, com aquele mamarracho que lá puseram? Pois, foi uma quantia equivalente à construção de 200 fogos, ...