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30 DE OUTUBRO DE 1992 159

A Sr.ª Edite Estrela (PS): - Quanto é que o Governo gastou na campanha das propinas?!

O Orador: - ... ou seja, houve 200 famílias que deixaram de ter os fogos a que teriam direito devido à política municipal da sua Câmara.

Aplausos do PSD.

Protestos do PS.

Sr. Deputado, como é natural e ficámos a ver, o Partido Socialista não tem qualquer política económica, não tem alternativas melhores em relação às do Governo, nem mesmo em matéria de política cambial. V. Ex.ª, falou aqui da desvalorização, mas o porta-voz do seu partido, que está a( ao seu lado, disse, numa entrevista ao Semanário Económico, há pouco tempo, que o PS não defende que a política cambial deva ser uma política de desvalorização real do escudo, que funcione como balões de oxigénio em empresas que não têm condições de concorrência. Portanto, veja-se bem qual é a coerência!
A pergunta que lhe faço é a seguinte: Sr. Deputado e ilustre líder do PS, quem é que tem razão? É o Deputado socialista economista Dr. Vítor Constâncio, que todas nós muito estimamos e respeitamos, quando, numa entrevista designada «Esperava mais de Guterres», disse «Vítor Constâncio é contra a redução da despesa do Estado» ou é o Sr. Deputado, porta-voz do Partido Socialista, que disse, numa entrevista ao Semanário Económico, «PS: necessário reduzir as despesas».

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - 15so é um título! Nada tem a ver com o conteúdo da entrevista!

O Orador: - Quem é que tem razão, Sr. Deputado?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado António Guterres, V. Ex? pretende responder já ou no final? É óbvio que o Sr. Deputado tem cerca de cinco minutos para responder. É o princípio da igualdade. Só que, se vamos por sete caminho, nem de madrugada temos o debate encerrado.

O Sr. António Guterres (PS): - Pretendo responder já, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra para esse efeito, Sr. Deputado.

O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, julgo que é vital dar vivacidade ao debate parlamentar e penso que a sua vivacidade decorre do facto de se responder imediatamente a cada pedido de esclarecimento e não desta forma ritualizada de responder no fim, porque essa a melhor maneira de leão responder a ninguém. Por isso, embora custando mais tempo ao meu grupo parlamentar, prefiro seguir este método.
Sr. Deputado Rui Carp, terrível exemplo o seu. É que não afirmei que estava feliz com as dificuldades económicas do País, nem mostrei tal felicidade. Até referi que isso não seria consolação para o PS.
Quem está feliz com as dificuldades económicas do País é o seu grupo parlamentar, porque só interrompeu o Sr. Ministro da Indústria e Energia duas vezes, e em ambas para aplaudir o fecho das empresa.

Espero que nenhum dos Srs. Deputados que bateu palmas ao fecho cias empresas venha alguma vez a ficar desempregado com o encerramento de uma unidade empresarial.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

Depois diz que o Governo, este ano, faz com que o crescimento seja apenas menos um ponto acima da média europeia, mas que, nos outros anos, quando a conjuntura era boa, estava nos dois pontos acima. Ora bem, tive a honestidade intelectual de incluir o período de 1976 a 1985, mas, como já previa essa sua resposta, também mandei fazer as contas para o período de 1976 a 1982. Sabe quanto é que dá? O resultado é 2 %, precisamente porque não houve o impacte negativo das medidas que tiveram de ser tomadas durante o Governo do bloco central, para salvar o País da banca rota, como o Sr. Deputado sabe muito betu.
Ou seja: nem em conjuntura alta, nem em conjuntura baixa - e de 1976 a 1982 também estão governos do PSD, com certeza,...

O Sr. Rui Carp (PSD): - Do PSD?! ...

O Orador: - Mas no bloco central também está, e isso os senhores constantemente omitem!
A diferença é esta: nós falamos das coisas com honestidade intelectual e os senhores fazem, sobretudo, propaganda política, mesmo esquecendo que, na sua bancada e ao seu lado, está um membro do Governo do bloco central.

Aplausos do PS.

Disse-nos que 71 % dos empresários pensam que o Governo não vai ser nem melhor nem pior, que 15 % pensam que vai melhorar e que 14 % pensam que vai piorar. Ora isso quer dizer que fica tudo na mesma. O que lamentamos é que o Governo não seja capaz de melhorar, porque os problemas do País exigiam uma acção do Governo bem mais eficaz.
E, depois, o Sr. Deputado vem-nos com o desperdício de uma exposição sobre a habitação em que, aliás, a Clamara de Oeiras - não sei se sabe que o presidente da Câmara de Oeiras é um membro do seu partido- tinha um pavilhão. Seria, seguramente, para evitar também a política de habitação social em Oeiras!

Risos do PS.

Sabe quantas habitações sociais se fariam sem aquele projecto - esse, sim, megalómano e aparentemente inútil - do Centro Cultural de Belém? Quem tem esse pecado na consciência não pode dar exemplos como o que deu!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Guido Rodrigues.

O Sr. Guido Rodrigues (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado António Guterres, nunca o Governo definiu como objectivo único a convergência macroeconómica. Foi sempre dito que se queria uma política global, alicerçada