O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1844 I SÉRIE - NÚMERO 52

ao crescimento das exportações, concluiremos que o volume total da exportação de leite e produtos lácteos subiu na ordem dos 36 %, de 1989 para 1990, e o crescimento de 1991, relativamente ao ano anterior, atingiu praticamente os 70 %.
Naturalmente, não ignoro o longo caminho a percorrer, os escolhos a ultrapassar e a vencer. É longa, dura e penosa a jornada que se nos depara, reconheço-o sem a mínima parcela de esforço.
Mas porque desde há muito estou ligado ao sector do leite e dos lacticínios, considero grave e ultrajante afirmar-se que pouco ou nada foi feito e que, porventura, foi mal realizado o pouco que se admite ter sido feito. Considero chocante a leviandade da acusação insidiosa de mau - até mesmo de desonesto - uso dos fundos estruturais.
A agricultura é um problema de Estado, importa que seja discutido com a dignidade de que se devem rodear os assuntos de Estado.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - É um problema que aflige muitos milhares de portugueses, muitos deles a atravessarem incontestáveis dificuldades, inquestionáveis momentos de dúvida e de alguma frustração.
A nossa solidariedade, o nosso apoio e empenhamento não se manifestam com a acusação fácil e demagógica, com o anúncio dramático do caos e da tragédia, antes se manifesta e concretiza na acção, trazendo novas e reais esperanças à agricultura portuguesa. Para isso continuaremos a lutar, cientes das dificuldades mas conscientes da nossa capacidade.
O tempo, o infalível juiz, encarregar-se-á de a todos nos julgar.

A Sr.ª Maria Julieta Sampaio (PS): - 15so é verdade! Nisso estamos todos de acordo!

O Orador: - Aos problemas responde-se com soluções, com medidas de apoio, tal como as recentemente anunciadas, e não com o anúncio do caos.
Não posso deixar de realçar, aqui e agora, a oportunidade das propostas apresentadas pelo Governo, visando o aperfeiçoamento das estruturas de transformação e comercialização, assim como permitir uma maior agressividade no mercado às organizações de produtores.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Importa referir que, também neste casso, o Governo é célere em tornar medidas, dialogando previamente com os agentes económicos representativos do sector.
Bom seria que os partidos da oposição afirmassem aqui as suas propostas alternativas, se é que as têm, ...

Vozes do PSD: - Não têm!

O Orador: - ... deixando de lançar suspeições infundamentadas, prejudicando a agricultura portuguesa, nomeadamente junto das instâncias comunitárias, pois tais atitudes, para além do mais, deformam a opinião pública do meio urbano, muito especialmente.
É isto que o Governo e o PSD pretendem: dar novas perspectivas e esperanças à agricultura portuguesa.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Para pedir escurecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António Campos.

O Sr. Silva Marques (PSD): - É para completar os esclarecimentos? Pendeu algumas notas?

O Sr. António Campos (PS): - Sr. Presidente, Sr. Ministro da Agricultura, Sr. Deputado, já aqui ouvi dois discursos parecidos sobre o oásis, o do Ministro das Finanças e o seu, sobre o oásis de Aveiro. Gostaria que fizesse esse discurso perto dos agricultores.

Vozes do PSD: - Está lá!

O Orador: - Por acaso, gostaria de estar ao seu lado! Acontecia-lhe pior do que ao Sr. Secretário de Estado...

Risos do PS.

Sr. Deputado, não confunda as situações. O PS deseja que venham muitos fundos mas lamenta que, venham os fundos que vierem, com a política que têm, estes nunca resolvam os problemas da agricultura portuguesa.
A própria Comunidade, «despejando» para cá todos os fundos, não consegue aguentar a «clientela» do seu partido, porque não há políticas, só há «clientela».
O senhor não quer discutir política, porque reparei, quando estava a proferir a minha intervenção, que o senhor estava a dormir e não ouviu que apresentei cinco questões essenciais. Quando as quiser discutir, estou ao seu dispor para o fazer.
O senhor estava a dormir, não ouviu. Agora também não ouve. É surdo!

O Sr. Rui Carp (PSD): - Só queremos respostas)

O Sr. Deputado, compreendo-o bem. O facto de haver cooperativas de base é um grande empecilho para a sua vida e para a sua organização. Mas ainda bem que elas existem, porque, de contrário, onde já estaria o movimento cooperativo? Já o vi fazer algumas declarações públicas e já tive o cuidado de avisar o Sr. Deputado que teríamos uma grande guerra. Felizmente, o Governo parece que vai agora tomar algumas medidas nesse sentido.

Vozes do PSD: - Já acredita! Ah!...

O Orador: - Compreendo e conheço o seu pensamento e desejo ardente de acabar com o movimento cooperativo, transformando-o numa grande empresa capitalista. Já o declarou e já tive oportunidade de discutir isso consigo.

Vozes do PSD: - Não compreendemos nada!

A Sr.ª Maria Julieta Sampaio (PS): - Compreenderam, sim!

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Casimiro de Almeida.

O Sr. Casimiro de Almeida (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado António Campos, apetecia-me dizer-lhe uma coisa, ...