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6 DE MAIO DE 1993 2105

mações que aqui foram proferidas foram já provadas publicamente. Os tribunais prová-las-ão, porque todos os processos estão a seguir os seus trâmites normais, alguns com 7, 8, 9 e 10 vezes mais o volume de fraudes que aqui denunciei!...
Julguei que o Sr. Deputado, quando veio falar de vidas humanas, vinha protestar pelo comportamento do seu governo em relação à utilização dos beta-agonistas e das hormonas no gado.
Gostaria -e repito o que já disse na minha intervenção- que o Sr. Deputado apresentasse nesta Assembleia os nomes dos 207 criadores que foram «apanhados» no Oeste do Ribatejo e viesse aqui dizer o que aconteceu a esses 207 criadores...

O Sr. Carlos Duarte (PSD): - Estão 500 processos em tribunal!

O Orador: - Não estão, não! Não há um único desses indivíduos preso. A maioria dos processos está arquivada, quase todos os processos foram metidos na gaveta, porque agora os processos são dados. As colheitas foram mal colhidas e os processos foram todos para a gaveta.
Desafio o Sr. Deputado a apresentar aqui os 207 nomes e o destino de cada um desses processos. Confrontaremos então, dado que sei os nomes e o destino de cada um dos processos, a actuação do seu governo.
Mas não vale a pena perder muito tempo com o Sr. Deputado, porque se trata de um daqueles Deputados que não tem emenda e que não vale as palavras que perco consigo.

O Sr. Presidente: - Para formular um protesto em relação à intervenção do Sr. Deputado António Campos, tem a palavra o Sr. Deputado Mário Maciel.

O Sr. Mário Maciel (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, não vou protestar contra o estilo parlamentar do Sr. Deputado António Campos. Cada um tem o seu estilo.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - O Sr. Deputado António Campos, como Deputado opositor que é, traz aqui, com afinco, reflexões, considerações e críticas que, na esfera de Deputado da oposição, acha serem plausíveis perante o País e a Câmara.
Todavia a legitimidade no exercício desse direito e toda a nobreza que enquadra essa atitude ficam, no nosso entender, seriamente danificadas quando o Sr. Deputado António Campos faz uma miscelânea, ou seja não só traz essas considerações à tribuna como não resiste à tentação, rasteira e fácil, de insultar e caluniar o Grupo Parlamentar do Partido Social-Democrata.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Uma coisa - e peco-lhe o favor de doravante se comportar assim - são as críticas, acusações e reflexões que o Sr. Deputado António Campos traz à tribuna e que nós, homens de boa vontade aqui sentados, até ouvimos, interrogando o nosso espírito sobre a sua pertinência e plausibilidade,...

Risos do PS.

... outra coisa Sr. Deputado, é intimidar psicologicamente os meus companheiros de bancada...

Risos do PS.

... e denegrir a origem, que é igual à sua de homens eleitos, que, numa postura de serenidade, pretendem, analisando os seus argumentos, discernir esses mesmos argumentos, ajuizar da sua intervenção e tomar uma decisão. Era isso que estávamos a fazer: eu e os meus companheiros de bancada estávamos a ajuizar da sua intervenção.
O Sr. Deputado António Campos não tem o direito de insultar intelectualmente os meus companheiros de bancada partindo do princípio de que nós temos menos dignidade do que o Sr. Deputado. V. Ex.ª tem a dignidade de Deputado da oposição e nós temos a dignidade de Deputados apoiantes do Governo, que é igual à sua Sr. Deputado! Não é menos digno ser apoiante do Governo. Portanto, não aceitamos as etiquetas de servilismo e de menor dignidade intelectual que o Sr. Deputado António Campos nos quis colocar.
Para terminar, quero ainda dizer que ouço sempre com muita atenção as suas intervenções e posso adiantar-lhe que o considero um parlamentar corajoso, interveniente e muito capaz. De facto, todas as suas intervenções despertam em mim muitas interrogações que levo para o seio do meu partido, porque também as quero ver respondidas e resolvidas. Ora, o Sr. Deputado ao exercer a actividade parlamentar desta forma também dignifica o exercício da função de parlamentar português.

O Sr. Raúl Rêgo (PS): - Aprovem o inquérito!

O Orador: - Finalmente, na sequência do que disse o Sr. Deputado António Lobo Xavier, gostaria de salientar que pela minha parte...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, peco-lhe que termine, pois já esgotou o tempo de que dispunha para fazer o protesto.

O Orador: - Sr. Presidente, termino já!
Sr. Deputado António Campos, na qualidade de Deputado do PSD, quero dizer-lhe que as suas intervenções provocam interrogações no meu espírito e eu, de forma responsável e consciente, faço eco delas no seio do meu partido. Tudo o mais pode até transcender-me!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para contraprotestar, tem a palavra o Sr. Deputado António Campos, que para o efeito dispõe de dois minutos.

O Sr. António Campos (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Mário Maciel, muitas vezes não me bato aqui, neste Parlamento, como Deputado da oposição, acredite! Confesso-lhe -e digo isto com sinceridade- que muitas vezes actuo apenas como um cidadão revoltado e sob uma certa carga emotiva porque o sentimento de revolta em relação a esta matéria é, realmente, bastante elevado.
Devo dizer-lhe que não «intimido» a bancada do Sr. Deputado porque penso que os Deputados da maioria não são intimidáveis, mas o que posso garantir é que preparo as