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2106 I SÉRIE - NÚMERO 66

minhas intervenções com algum cuidado, estudo os dossiers e só trago para aqui os elementos que, em minha opinião, têm rigor, para não dar oportunidade a quem quer que seja de me «apanhar em falta».
Expresso-me de determinada maneira -é o meu feitio ... -, mas nunca pretendo insultar ninguém! Exijo é que cada um assuma as suas responsabilidades perante os factos e quando houver dúvidas é preciso que esta Casa as deixe apurar para alcançarmos as certezas. Logo que isso aconteça, cada um tem de assumir a sua própria verdade.
Mas cada vez que faço aqui uma intervenção vejo que o comportamento dessa bancada é atabalhoado; ouço respostas de qualquer forma e feitio, sem sentido e sem conhecimento, o que ainda me revolta mais. E, como já disse, a minha revolta já é grande perante a actuação do Ministério da Agricultura.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, lembro à Câmara que está a decorrer a eleição para a Comissão Nacional de Protecção de Dados Pessoais Informatizados.
Vamos agora votar o voto de pesar n.º 80/VI pelo falecimento de Túlio Espanca.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade, registando-se a ausência de Os Verdes e dos Deputados independentes Freitas do Amaral e Mário Tomé.
É o seguinte:

Voto n.º 80/VI

De pesar pelo falecimento do historiador da Arte Túlio Espanca

Faleceu no passado dia 2 de Maio o historiador da Arte Túlio Espanca.
A sua memória ficará indissoluvelmente ligada à cidade de Évora e à região alentejana que amou profundamente e a cujo estudo e divulgação dedicou toda uma vida de trabalho insaciável.
Nascido em Vila Viçosa, com a instrução primária como habilitações literárias, autodidacta, Túlio Espanca transformou-se num dos mais importantes historiadores da Arte do País, seguramente o grande historiador de Évora e do Alentejo, membro da Academia de Ciências, da Academia Nacional de Belas-Artes, da Academia Portuguesa de História, titular do Prémio Europeu para a Conservação de Monumentos Históricos, doutor honoris causa pela Universidade de Évora, medalha de ouro da cidade de Évora, agraciado com a Comenda de Santiago de Espada.
A sua vastíssima obra percorre toda a monumentalidade do Alentejo e em particular de Évora, cuja classificação como património histórico da humanidade muito lhe deve e a que junto a um dos seus monumentos morreu.
Não havia monumento, arco, ogiva, pedra de que não lhe conhecesse o nome, o seu humanismo, a sua figura de cidadão emento, exemplo de dignidade cívica.
Com a morte de Túlio Espanca, a história da Arte ficou mais só; Évora, o Alentejo e o País ficaram mais pobres, mas a obra e o exemplo de Túlio Espanca perdurarão para sempre.
Com profunda emoção, a Assembleia da República curva-se perante a memória do homem íntegro e do cidadão exemplar que foi Túlio Espanca e manifesta profundo pesar pela perda irreparável que a sua morte constitui.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peço à Câmara que guarde um minuto de silêncio por intenção de Túlio Espanca.
A Câmara guardou, de pé, um minuto de silêncio.
Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Lino de Carvalho.

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não é fácil para quem o conheceu e com ele conviveu pessoalmente falar sobre Túlio Espanca. Túlio representava esse tipo de grandes figuras que dedicam toda uma vida modesta e discreta a uma causa - neste caso, a causa da Arte e, mais particularmente, a história da Arte do Alentejo e da sua cidade: Évora.
Pelas calçadas milenares da cidade deixará de se ouvir o toque da sua bengala, que ele usava nos últimos tempos, a sua passada em busca do conhecimento da origem dos percursos das coisas e dos homens. Deixará de se avistar a sua cabeleira branca, mas ficará para sempre o exemplo da sua vida e de uma obra de quem subindo a pulso, desde a sua inicial profissão de barbeiro, simplesmente com a instrução primária, se tomou num dos mais eminentes conhecedores da história da Arte do País, membro da Academia de Ciências, da Academia Nacional de Belas-Artes, da Academia Portuguesa de História, titular do Prémio Europeu para a Conservação de Monumentos Históricos, doutor honoris causa pela Universidade de Évora, medalha de ouro da cidade de Évora, agraciado com a Comenda de Santiago de Espada e a quem, no próximo domingo, Vila Viçosa, sua terra natal, se preparava para prestar uma homenagem nacional pelo octogésimo aniversário.
Figura grande de humanista, de dignidade cívica, de democrata, escolheu morrer quando viveu, junto aos monumentos que com ele dialogavam, em Maio, mês do seu nascimento.
O Grupo Parlamentar do PCP e a Assembleia da República não poderiam, pois, deixar de prestar homenagem a esta figura ímpar e de manifestar profundo pesar pelo seu falecimento, certos de que a sua vida, a sua obra e o seu exemplo perdurarão para sempre.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Armando Cunha.

O Sr. Armando Cunha (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Grupo Parlamentar do PSD associa-se também ao voto de pesar pelo falecimento do eminente homem de arte que foi Túlio Espanca, que tive a honra e o agrado de conhecer pessoalmente. Eu era, então, menino e já ele era homem, quando ainda desempenhava, em Évora, como agora se disse, a profissão de barbeiro.
Nessa época, em Évora, houve um grupo de pessoas de espírito iluminado - e entre elas destaco o, ao tempo, reitor do Liceu de André de Gouveia, Dr. Bartolomeu Gormi-