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2400 I SÉRIE - NÚMERO 75

extrema moderação na procura nos países de destino, não houve significativa perda de posição nos principais mercados externos. As importações de mercadorias cresceram 13,5% e as de bens e serviços cerca de 115% o que revela, apesar de tudo, um certo dinamismo da procura interna.
Não me espantaria que o défice comercial baixasse em relação ao PIB em 1992. Não é uma situação boa, mas para a conjuntura em que vivemos, julgo que devemos louvar os responsáveis por este aguentar bem das dificuldades.
Os recentes pacotes sectoriais anunciados pelo Sr. Primeiro-Ministro e por outros membros de Governo demonstram também que estamos a saber responder, no quadro europeu às necessárias iniciativas do relançamento que a Cimeira de Edimburgo anunciou.

O Sr. Castro Almeida (PSD): Muito bem!

O Orador: - No fundo, estamos a preparar o terreno para o aumento de fundos estruturais no âmbito do Pacote Delors II e considero muito corajoso o anúncio de cortes no Orçamento, nas despesas de funcionamento do Estado para o acomodar ao último realinhamento cambial.

Aplausos do PSD:

Até porque estes, cortes, não deverão pôr em causa o pleno aproveitamento, de fundos comunitários do futuro Plano de Desenvolvimento Regiional, (PDR), para, assim se atingir a convergência real, a par da convergência, nominal.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: nesta, fase da interpelação do PS, julgo ter o direito de pedir à oposição que responda se concorda, ou não com, os objectivos do Governo para o, aumento do investimento, e das, oportunidades de emprego, - mais empresas modernas, e competitivas, em especial nas áreas das, PME, para mais disciplina financeiras de contenção de despesas, em consumo do Estado, para a estabilidade da moeda, e para, o combate à subida de preços.
Concorda ou não o PS que são precisas condições inflacionistas para fazer descer as taxas de juro?
Concorda ou não que é preciso ajudar ao diálogo e à concertação social, por forma a promover o emprego e a diminuir as injustiças sociais?
Concorda ou não que é preciso continuar a reestruturar a nossa Administração Pública, a indústria o comércio e a agricultura, sem ignorar o contexto da integração europeia, e que tudo não será de mais para esclarecer, para transmitir aos interessados de cada um daqueles sectores a importância do que está em causa?
Se concorda com estes objectivos a que o Governo dá tanta importância e que o Sr. Primeiro-Ministro recentemente anunciou, o PS revela um elevado sentido de Estado. Mas se não concorda, que estratégia alternativa defende, que medidas concretas propõe, visando que resultados?
Estamos na altura de ouvir essas propostas apresentadas de modo ligado, coerente e consistente - ainda não ouvimos nada e já estamos aqui há um bom par de horas!

Aplausos do PSD.

É que aproveitando uma ilação de Leonardo Coimbra, um grande pensador e democrata português, «ninguém ouve o excursionista da vida que, caminhando à superfície, vai tirando instantâneos para os sobrepor em cinematográficas ilusões da realidade».

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: Apontar os defeitos aos outros sem contribuir para os remediar é banal, Srs. Deputados!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - E isso, na prática, - é o que o PS tem vindo a fazer.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: desvalorizações para compensar demagogias nos aumentos salariais e depois culpar o Bundesbank não é difícil fazer! Mas não resolve os problemas da economia portuguesa.
Provém, Srs. Deputados da oposição que não estão condicionados psicológicamente. Concluam aqui e agora; o que o porta-voz do PS para a economia anda, implicitamente, a dar a entender à meses: não há alternativas de fundo à política económica global do governo do Prof. Cavaco Silva.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Se tiverem coragem para assumir publicamente esta constatação, podem crer que, finalmente, a vossa credibilidade política aumentará.
Não temos receio em dizer que muita coisa ainda precisa de ser afinada e corrigida - nas finanças públicas, no fisco, na segurança social, no sector empresarial do Estado, nas infra-estruturas, na burocracia do Estado -, mas não é com laxismo que se conseguem corrigir os erros porque, geralmente, as medidas acabam por incomodar corporativismos. E adiar é fácil, mas só iria aumentar os bónus futuros.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: recebemos um País adiado por meio século de ditaduras.

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Ditaduras?

O Orador: -... e proteccionismos vários. Aproveitemos esta oportunidade histórica de inquietação europeia para tomarmos, em liberdade e em democracia, algumas medidas, cujos frutos já não serão sentidos, totalmente, neste século.
Assumamos o risco de decidir o que nem sempre é agradável, para que não nos critiquem por termos transferido para os nossos filhos um País adiado. Queremos antes uma nação moderna, livre e solidária nesta gestão partilhada da Europa que queremos ajudar a construir no pelotão da frente.

Aplausos do PSD.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Só faltou terminar assim: a bem da Nação!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Tem a palavra Sr. Deputado.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Presidente, temos de tomar com a maior seriedade, a iniciativa institucional o Partido Socialista - uma interpelação ao Governo sobre um matéria da maior importância - pelo que o facto de os seus mais autorizados representantes, os seus líderes