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2402 I SÉRIE - NÚMERO 75

cudo, diz o seguinte: «Manuel Monteiro propôs ontem a saída temporária do escudo do mecanismo da taxa de câmbios do Sistema Monetário Europeu; considerando que; assim se garantirá uma recuperação efectiva da economia portuguesa. Foi o Sr. Dr. Manuel Monteiro, líder do CDS, quem fez esta afirmação.
O Sr. Dr. Vasco d' Orey, «ministro-sombra» ou porta-voz para as finanças e economia do CDS.

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Ministro na sombra!

O Orador: - Não sei se é na sombra, mas pelo menos ele aparece como a vossa alternativa ao Ministro das Finanças.
Mas diz ele o seguinte, no Semanário Económico, de 14 de Maio, Sexta-feira, portanto na mesma altura exactamente no mesmo dia em que o Sr. Dr. Manuel Monteiro fez aquela afirmação: «eu não penso que este seja o momento ideal para propôr uma saída do Sistema Monetário Europeu, julgo que existem suficientes factores de ordem política que aconselham uma certa prudência nesta área e também não acho que uma desvalorização vá resolver sozinha os actuais problemas da economia portuguesa».
E, depois, num acesso que eu suponho de lucidez, lucidez política, porque não estou a falar da sua capacidade científica, mas sim, do ponto de vista político no contexto do CDS.

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - É bom esclarecer isso!

O Orador: -... diz o seguinte: «eu acho enquanto que o Tratado visar a introdução de uma moeda única na Europa, enquanto for esse projecto europeu, Portugal deve procurar estar incluído nele».
Então em que é que ficamos? Devemos tomar como ponto de referência a palavra do Sr. Dr. Manuel Monteiro ou a do Sr. Dr. Vasco d'Orey? Ou seja nem beneficiando do facto de ser um partido de elites, ainda que de uma determinada franja ideológica, nem assim os senhores conseguem Ter uma linguagem única. É essa a vossa alternativa. Para a política monetária?

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Silva Marques.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado António Xavier, é evidente que todos nós andamos aqui á procura da alternativa. Estamos na expectativa de que finalmente, vai aparecer uma alternativa, mas ela ou não aparece, ou, então se bem compreendemos; é pior que a nossa.
Eu explico: de facto, há um ponto onde dificilmente, se encontram diferenças entre nós e os socialistas, ou, entre os socialistas e nós. A esse respeito permito-me ler a proposta enérgica do «ministro-sombra» da indústria do Partido Socialista, que diz o seguinte: «terão de ser eles, empresários da indústria e dos serviços a liderar o desenvolvimento do País, a modernizar a gestão e as empresas». È claro que, por isso, os socialistas, não conseguem alternativa. Pois se eles estão a dizer a mesma coisa que nós, embora com vocabulários ligeiramente diferentes, e nem isso!
Agora, quando nós pensamos, todos os dias que, finalmente, vem aí a alternativa, que se supõe uma alternativa que tenha pelo menos, um mínimo de adequação económica aos nossos dias, o Sr. Deputado vem preconizar um plano? É o retorno ao gauche plan que o Partido Comunista nem sequer já deseja que se fale nele? O Sr. Deputado queria que se dissesse aos empresários. «olhe o senhor agora vai fazer isto; o senhor vai fazer aquilo, invista ali, que ali vai dar dinheiro»?
Quando o Sr. Deputado diz, aliás, como o Sr. Deputado Nogueira de Brito, que há alguns empresários que têm dificuldade de se adaptar, que não compreendem... É verdade que há, Srs. Deputados. Mas suspeito que sejam os empresários que ainda não compreenderam que acabou o condicionamento indústrial. Suspeito que alguns empresários ainda não tenham compreendido que esta almofada, essa «sumaúma», que tanto os protegeu, desapareceu. Eu espero que a alternativa da vossa parte não seja de novo a «sumaúma», a almofada acolchoada para certo empresariado!
Por isso, Sr. Deputado António Lobo Xavier; será que, de facto, compreendi bem? O Sr. Deputado acha que o Governo, este ou outro - é claro que se for um governo socialista também não fará isso, pois nesse aspecto não existe qualquer diferença -, deve dizer aos empresários: «façam isto; façam aquilo; apostem ali, porque ali vão ganhar dinheiro»? É isso Sr. Deputado?

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Para responder, se assim, o entender, tem a palavra o Sr. Deputado António Lobo Xavier.

O Sr. António Lobo Xavier (CDS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Rui Carp, tenho a felicidade de ser interrogado por dois Deputados do PSD, que sabem exactamente o que penso, portanto posso guardar-me para dizer exactamente aquilo que quero.

O Sr. Rui Carp. (PSD): - Eu queria conhecer a versão oficial do seu partido!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Então interpretámos bem!

O Orador: - Depois desta introdução e desta pequena explicação, quero dizer ao Sr. Deputado Rui Carp.

O Sr. Rui Carp. (PSD): - Então, qual a versão oficial do seu partido?

O Orador: - já lhe vou responder.
Sr. Deputado Rui Carp. Se bem percebi, julga que me embaraça com declarações do presidente do meu partido ou com declarações de um alegado membro da direcção do meu partido.

O Sr. Rui Carp. (PSD): - Então já não é?

O Orador: - O Sr. Deputado Rui Carp. Está muito enganado, porque eu, no meu partido, falo o que entendo, ao contrário do que se passa no seu.

O Sr. Rui Carp. (PSD): - Qual é a posição oficial do CDS?

O Orador: - Eu falo o que entendo no meu partido, com respeito pelas regras estatuárias e pelos princípios e, quando discordo, por razões fundamentais com o meu