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27 DE MAIO DE 1993 2403

pensamento e com os meus estudos, ninguém me chama à pedra para dar explicações. Portanto, há uma diferença grande entre o funcionamento do CDS e o do PSD, que é esta: é que no meu partido é possível discordar e é possível ter na Assembleia da República uma posição que, uma vez ou outra, diverge, em alguns pontos, da posição do partido

O Sr. Rui Carp (PSD): - Qual é a posição do seu partido?!

O Orador: - Em segundo lugar - e não julgue que fujo à questão fundamental-, o meu partido, pela voz do seu presidente e pela do Prof Vasco d'Orey, propôs a suspensão temporária do escudo do mecanismo das taxas de câmbio e eu, na minha intervenção, disse apenas que estão a legitimar-se as dúvidas sobre a bondade da entrada do escudo nesse mecanismo e que se estão a levantar dúvidas legítimas sobre a rigidez com que os responsáveis da política monetária e cambial em Portugal tem entendido a participação do escudo nesse mecanismo.

O Sr. Rui Carp (PSD): - Então o Vasco d'Orey é maldoso!

O Orador: - Isto significa o que significa. Eu disse isto e nada mais e sou responsável pelo que disse

O Sr. Rui Carp (PSD): - Então o Vasco d'Orey é maldoso?!

O Orador: - Também quero dar uma resposta clara ao Sr. Deputado Silva Marques. O discurso de V. Ex.ª, que é um paradigma da intervenção parlamentar, que eu admiro, desta vez correu mal, porque não percebeu o que eu disse.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Então, explique-me!

O Orador: - O gaúche plan, o plano, não tem nada a ver comigo, Sr. Deputado, nem no passado nem no presente. Há aqui Srs. Deputados que, por vezes, se arrepiam com o seu passado, quando há qualquer facto ou afirmação que lhes provoca lembranças.

O Sr. Silva Marques (PSD): - O Sr. Deputado quer responder à questão?

O Orador: - Arrepiam-se, incomodam-se e chegam mesmo a enojar-se. Mas eu não me arrepio com nada do meu passado e não há qualquer afirmação ou lembrança que me provoque a pele de 'galinha, como esta ideia lhe provocou.

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Sr Deputado, peco-lhe que conclua.

O Orador: - Vou concluir, Sr. Presidente.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Deputado, dá-me licença que o interrompa?

O Orador: - Faça favor, Sr Deputado.

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Sr. Deputado Silva Marques, o Sr. Deputado António Lobo Xavier não pode permitir que o interrompa porque já esgotou o tempo dele.

O Sr. Silva Marques (PSD): - O PSD dá-lhe mais 30 segundos. É o princípio do Orçamento do Estado - despesa/receita!

O Orador: - Não é esse o princípio, Sr. Deputado, é o contrário!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Não fuja às questões, aos fantasmas, etc. Aliás, isso é a espuma do debate! . O que o Sr. Deputado preconizou não foi que o Governo orientasse os empresários no sentido de lhes dizer quais eram os sectores de sucesso no futuro?

O Orador: - Não! Não disse nada disso!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Não foi isso o que o senhor disse? O Sr. Deputado não disse que o Governo tinha obrigação de dizer aos empresários o que é que o nosso país irá ser: se um País de serviços, de indústria pesada, de indústria ligeira?. Não foi isso!

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - O Sr Deputado Silva Marques não pode conceder apenas 30 segundos, tem de conceder dois minutos, pois foi quase esse o tempo que utilizou
Tem a palavra o Sr Deputado António Lobo Xavier

O Sr Silva Marques (PSD): - O Sr. Deputado tem de fazer um estorço de síntese.

O Orador: - Sr. Presidente, Sr. Deputado Silva Marques, muito obrigado.
Eu disse algo completamento diferente Durante algum tempo era credível a resposta às pessoas ou aos políticos que pretendiam que alguém lhes indicasse caminhos É essa, muitas vezes, a posição dos empresários Durante algum tempo foi credível e parecia aceitável uma resposta segundo a qual o mercado é que encaminhava, nos termos seguintes os senhores façam as empresas, auscultem o mercado, escolham as produções, escolham os sectores segundo o mercado.
Esta posição é-me cara, como sabe. Mas o desenvolvimento do País, neste momento, está afectado por uma lógica que não tem nada a ver com o mercado. É uma lógica de utilização maciça de fundos de natureza pública, internacional ou interna. Portanto, se o sistema é esse e se o crescimento e o progresso do País passam fatalmente por aí, alguém tem ,de explicar quais são os desígnios e por onde se leva o País ao fazer a canalização dos fundos

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Deputado, isso há!

O Orador: - Não há esses desígnios

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Sr. Deputado, queira concluir

O Orador: - Concluo já, Sr. Presidente. O que eu disse foi que esses desígnios não são conhecidos.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Ai são!

O Orador: - ... e que não há mobilização do País em prol desses desígnios

Vozes do PS: - Bem vindo à nossa família!