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2584 I SÉRIE - NÚMERO 81

O Sr Duarte Lima (PSD):- O Sr. Deputado Carlos Lage disse que lhe parecia uma manobra é uma operação excessivas Pergunto: uma manobra e uma operação do jornal ou do secretário-geral do seu partido?

O Orador: - Sr: Deputado Duarte Lima, parece-me que está a tentar prender-se ao acessório! E, já agora, relativamente à questão do Sr. Presidente da República e do jantar a que se referiu, quero dizer-lhe que entendo que os políticos não são forçosamente cínicos, mas também não são personagens de Lumier, nem mais. Por isso, a dívida é pública, é feita de conversas, de reflexões, de encontros e de meditação sobre a evolução das sociedades e dá vida política. Não nos devemos, pois, impressionar demasiado com isso.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Atenção! Aquilo foi excessivo...

O Orador: - Parece-me que o PSD já está muito à defesa quando se preocupa com essas reuniões, ou seja, está numa posição muito, vulnerável e, por isso, empola tanto esses episódios.

O Sr Presidente: - Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé.

O Sr. Mário Tomé (Indep ): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Carlos Lage, estive ai ouvir a sua intervenção e, a propósito da questão do dia - a do Ministro Borrego - , começava por dizer que a irresponsabilidade do Sr. Ministro; demonstrada ontem, não foi tanta como a que tem demonstrado ao longo do seu exercício de ministro. Para tanto, basta ver o que se passou com a Metalimex, em Setúbal, em que o Sr. Ministro se mostrou totalmente incapaz para mandar retirar as escórias de alumínio dessa empresa, que estão a criar grandes prejuízos na região às populações e ao ambiente. Perante esta situação; repito, o Sr. Ministro do Ambiente confessou que era incapaz de resolver o assunto.
Mas, penso que a responsabilidade não é só do Sr. Ministro do Ambiente, é do Governo!

O Sr. José Magalhães (PS): - Exacto.

O Orador: - O Sr. Primeiro-Ministro, Cavaco Silva, já disse várias vezes que não há políticas de ministérios, mas uma política de Governo! Ora, quero saber o que o Sr. Primeiro-Ministro vai dizer em relação ao que foi dito pelo Sr. Ministro do Ambiente, para além de aceitar, apenas, a sua demissão.
Ó Sr Deputado Carlos Lage atingiu fortemente, e com razão, o Governo. Contudo, entendo que a questão não se pode centrar apenas na reacção que propõe ao Sr. Primeiro-Ministro mas, também, na reacção da oposição, no forjar de uma alternativa. E aí o PS tem uma grande responsabilidade, como primeiro partido da oposição.
Gostaria de saber até que ponto o Partido Socialista se dispõe a encontrar os caminhos, ao lado das forças que estão preocupadas com o social e a solidariedade! É que à posição do Ministro do Ambiente também revela uma insensibilidade total do Governo em relação à vida das pessoas, às questões de solidariedade social e humana!
Deste modo, é preciso que as forças que se preocupam com a solidariedade e com o aspecto social saibam dar as mãos para gerar uma alternativa a este Governo. Assim, Sr. Deputado, no seguimento da sua intervenção pergunto-lhe como vamos encantar essa alternativa para, na devida altura, sabermos responder.

O Sr. Presidente:- Ainda para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António Lobo Xavier.

O Sr. António Lobo Xavier (CDS):- Sr. Presidente, Sr. Deputado Carlos Lage, o senhor não resistiu à tentação de falar na vitória do PSOE nas eleições em Espanha, na demissão do Ministro, do Ambiente. Tinha de misturar as coisas! Foi pena que ainda tivesse acrescentado a esse «almanaque» uma crítica à política cambial.
Sr. Deputado, compatibilizar a história da anedota com a vitória- em França, a vitória panca- dos socialistas espanhóis ainda seria de admitir, mas, ainda por cima; falar na política cambial do Sr. Ministro Braga de Macedo já foi demais!
Mas, o que queria dizer, em primeiro lugar, era o seguinte: não tenho a sua paixão internacionalista com os resultados das eleições dos outros países tenho por outras coisas: pela gastronomia, pela paisagem, etc. - é certo que sem essa exaltação que o Sr Deputado Carlos Lage mostrou..

O Sr. José Magalhães (PS): - O PP dói-lhe...

O Orador: - Em todo o caso, quero dizer-lhe que tem um entusiasmo enganoso, senão" veja-se que vários Deputados do PSD tiveram o mesmo tipo de entusiasmo! O que não deixa de ser sintomático! O Sr. Deputado Carlos Lage julga ver nesta vitória de Felipe González uma no vá, estrada para o socialismos os Srs Deputados do PSD, com certeza quando, se entusiasmam com essa vitória não vêem essa estrada!
E sabe porquê, Sr. Deputado? Porque o que estava em jogo na proposta de Felipe González era tudo menos o socialismo de que o Sr. Deputado fala. O que estava em jogo e o que ,se discutia nada tinha a ver com o socialismo de que fala. Aliás, a campanha que fez o Presidente do Governo espanhol foi muito semelhante à que o Sr. Primeiro-Ministro, Prof. Cavaco Silva, vai fazer no PSD, perante a sua indignação e os seus protesteis quando for outra vez candidato pelo Porto.

O Sr. Silva Marques(PSD): - Não se antecipe; Sr. Deputado.

O Orador: - Nessa matéria, como noutras, aliás. O seu colega de partido Daniel Bessa foi muito mais razoável, porque percebeu que o número de críticas a que era vulnerável Felipe González é o mesmo que é passível de ser feito, em Portugal, ao t Primeiro-Ministro português, e que não era possível assumir a posição do socialismo espanhol porque nas próximas eleições vai ser preciso tomar exactamente á posição contrária.

O Sr. Silva Marquês (PSD):- Atenção, Sr. Deputado, a política portuguesa é muito mais social do que a política espanhola!

O Sr. Joaquim da Silva Pinto (PS): - Já o ouvi melhor, Sr. Deputado António Lobo Xavier!

O Orador: - O quero Sr. Deputado vê em Espanha não é uma nova estrada para o socialismo, é uma outra realidade do socialismo, é o socialismo a ser acusado, pela direita, de ter causado- o desemprego e a dizer, apenas, à direita, que é preciso tolerância e é preciso travar o conservadorismo, enfim, é o socialismo responsável por 20 e tal por cento de desempregados' Esta é que é a nova estrada do socialismo que o Sr. Deputado vê. Mas isto, que lhe dá ânimo, a mim, francamente, não me dá ânimo algum, pois vejo a