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3106 I SÉRIE - NÚMERO 93

25 000 alunos; a construção de 13 000 novas camas em residências de estudantes; a formação de 4 700 novos investigadores; a construção de 500 Km de
auto-estradas e de outros 500 Km de itinerários principais; a redução para 2 horas e 15 minutos do tempo de percurso de comboio entre Lisboa e Porto e para 2 horas e 40 minutos no percurso Lisboa/Faro; a construção de 900 Km de gasoduto; a beneficiação de 100000 hectares de regadios; a construção de 900 Km de caminhos rurais; a formação profissional para 45 000 agricultores e o realojamento de 25 000 famílias que vivem em barracas e de outras 17 000 que vivem em zonas degradadas.
Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: É para nós claro que o próximo Quadro Comunitário de Apoio vai constituir um importantíssimo factor de relançamento da economia. Pelo investimento que vai gerar, pelo emprego que vai criar, pelo dinamismo que vai provocar nas exportações, pela generalização de infra-estruturas fundamentais, pelo reforço da competitividade que vai proporcionar no interior das empresas.
Esta é a única resposta que pode dar-se às dificuldades do presente. Os três documentos que constituem o Plano de Desenvolvimento Regional fazem o retrato real e rigoroso do país que hoje somos. Ainda com muitas dificuldades, bem distante do objectivo que ambicionamos.
Há quem se compraza a olhar para as dificuldades do presente. Nós comprometemo-
-nos a investir no futuro. Com os pés firmes no chão e o ânimo bem levantado.
Há os que preferem olhar para a realidade pelo lado dos problemas. Nós assumimos a responsabilidade de a olhar pelo lado das soluções.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Assumimos as dificuldades do presente com responsabilidade. E assumimos com coragem e determinação os desafios do futuro.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado José Lello inscreveu-se para pedir esclarecimentos, mas o PS já não tem tempo disponível; no entanto, o PSN cede o seu tempo, quatro minutos, dos quais a Mesa apenas concede dois ao Sr. Deputado José Lello, ficando os outros dois para descontar ao tempo negativo que o PS já tem neste momento.
Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. José Lello (PS): - Sr. Presidente, não pretendo interferir com a aritmética da Mesa, pelo que, agradecendo ao Sr. Deputado Manuel Sérgio, vou utilizar rapidamente o tempo que me foi disponibilizado.
O Sr. Deputado Castro Almeida veio aqui fazer uma arenga delico-doce, com uma terminologia muito própria e disse que as opções estratégicas se traduzem, rigorosamente, no documento do PDR; depois, falou sobre a actuação dos autarcas do Norte, designadamente dos do PS. Ora, o que os autarcas do PS condenaram, em conferência de imprensa, foi o modelo de desenvolvimento para a Área Metropolitana do Porto e região envolvente, que está consubstanciado neste plano; porque é um plano que se propõe manter o actual sistema industrial vigente no Norte, embora com algumas melhorias e uma pequena diversificação, enquanto prevê que todo o tipo de modernização e de inovação, relacionado com tecnologias mais sofisticadas, seja dedicado à região de Lisboa. Isto quer dizer, tal como
o Dr. Fernando Gomes disse, que «para Lisboa se prevê a inovação e para o Norte as bicicletas». Portanto, é um plano contra o Norte, o que, vindo de quem vem, é, no mínimo, uma infidelidade e um plano absurdo.
O Sr. Deputado Castro Almeida referiu também - e fez uma charla! - a contradição entre as posições assumidas pelo Presidente da Associação de Autarcas Socialistas e pelo Presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde. E estranho que V. Ex.ª se admire tanto! Devia estar habituado a esse tipo de actuações! Nós já estamos demasiado habituados a esse tipo de intervenção, por exemplo, quando o Presidente do PSD fala das forças de bloqueio e o Primeiro-Ministro vem dizer à televisão que, afinal, nada disse sobre essa matéria!

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Castro Almeida.

O Sr. Castro Almeida (PSD): - Sr. Deputado José Lello, eu nunca tinha tido o privilégio de conversar consigo no Plenário, mas tive um palpite de que, referindo-me vagamente ao Dr. Fernando Gomes, a oportunidade surgiria porque V. Ex.ª não iria resistir.
Eu tenho conhecimento do que o Dr. Fernando Gomes disse na conferência de imprensa, até porque veio nos jornais. O que quis aqui dizer é que tudo leva a crer que o Dr. Fernando Gomes não tinha lido o PDR! O episódio que relatei, relativo ao Sr. Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, é demonstrativo. Depois reforcei a minha convicção quando eu próprio li e estudei o PDR, porque aquilo que o Dr. Fernando Gomes diz não tem qualquer consistência no PDR.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Não há local nenhum, não há número nenhum, não há página nenhuma que ele possa citar ou invocar onde se conclua que a investigação, a tecnologia e a ciência vão ser feitas em Lisboa e, no Porto, vão ser feitas bicicletas! Nem nada que se pareça com isso! O que pedia - e admitia que o Sr. Deputado José Lello quisesse usar aqui essa oportunidade - era que V. Ex.ª viesse
demonstrar-nos o que o Dr. Fernando Gomes deixou por demonstrar. Ele fez a invocação pelo que cabia aqui fazer a demonstração.
Os números que pode encontrar, da regionalização do PDR, no que respeita ao eixo da qualificação dos recursos humanos e do emprego, no que respeita ao programa das bases de conhecimento e da inovação, onde se tratam as questões que estamos aqui a dilucidar, mostram que o Norte e a região de Lisboa e Vale do Tejo têm o mesmo montante disponível para aplicação.
Portanto, não entendo como é que se vai gastar tanto dinheiro a fazer bicicletas nem como é que se vai fazer tanta ciência e tecnologia com a mesma quantidade de dinheiro!
Sr. Deputado, eu, que sou do Norte e prezo muito o Norte que conheço, não acredito que os nortenhos sejam mais incapazes do que os homens de Lisboa, pelo que com os mesmos recursos à disposição, o Norte não vai, seguramente, fazer pior do que Lisboa. O que me espanta é a incredulidade que o Dr. Fernando Gomes mostra nas capacidades da gente do Norte para, com os mesmos recursos, fazer tanto como se faz em Lisboa.

Aplausos do PSD.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Temos de mudar o Presidente da Câmara. Porque o Norte tem essa capacidade!