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3200 I SÉRIE-NÚMERO 96

se calhar mais fácil de «vender», mas não é tão boa, é pior. Se calhar, é um produto mais barato, mas não é tão bom.
Esta política, tanto do meu ponto de vista como no do Governo, é a única que Portugal pode seguir. Há outra, mas essa não tem o nosso acordo e quero deixar aqui muito claro que tudo aquilo que tem vindo a ser defendido por ilustres articulistas, membros da direcção, do secretariado, etc., do Partido Socialista, não tem o nosso apoio Estamos em total e franca discordância
Nesta matéria, há que separar as águas Nós pensamos deste modo. o CDS-PP pensa mais ou menos como nós e o Partido Comunista e o Partido Socialista pensam muito diferentemente de nós. E eu, por todos os que não pensam como nós, quero, para que o País o saiba, acabar a minha intervenção com mais uma citação. E agora não é sua. Sr Deputado Almeida Santos, é do Sr. Deputado António Costa e foi publicada num jornal do passado dia 10.
Para nós, este problema tem uma dimensão urgente, é um problema importante em Portugal e o Partido Socialista, pela voz do Deputado António Costa, que, nesta matéria, é quase o seu porta-voz, pensa diferentemente.
Diz o Sr Deputado António Costa o seguinte! «mas é um problema com as dimensões que tem e não mais do que isso Em Portugal, os estrangeiros são 2,5 % dos residentes, contra 7 % na Alemanha ou em França, 9 % na Bélgica, 20 % no Luxemburgo » Com isto, quer ele dizer que, em Portugal, a situação ainda não é problema, que a integração dos que cá estão e fácil, pois podemos integrar estes e, se calhar, ainda mais meio milhão, de um momento para o outro.
Não pensamos assim e isto representa a postura mais tradicional, mais idiossincrática, do Partido Socialista. É aquilo que vai mais ao encontro da vossa História, porque o PS normalmente, quando considera que os problemas são grandes e complexos, tem a seguinte postura: isto é tão grande e tão complicado que o melhor é não lhe mexer. Não podemos agora mexer-lhe.

Risos do PSD

Quando os problemas ainda são pequenos, dizem assim eles são pequenos ainda, vamos deixa-los avolumar porque, então, tornam-se grande e complexos e depois já podemos resolve-los
Isto é a vossa política de sempre!

Risos e aplausos do PSD

Nesta matéria é esse o vosso refúgio. Mas, como sabem, esse não é, de modo algum, o nosso caso. A nossa História é a de encarar os problemas e resolve-los - sobretudo porque o queremos fazer -, em qualquer tempo, não os deixando avolumar para depois a sua resolução não ser muito mais difícil.
Srs. Deputados, termino com mais uma citação, sem a comentar. Agora não lhe farei qualquer comentário e serão as minhas últimas palavras. Porém, essa citação é a dimensão da diferença, é bem reveladora da diferença entre a nossa postura e a nossa política nesta matéria e a do Partido Socialista Porque, Srs. Deputados, este debate não é jurídico mas sim, político, é um debate de políticas e nada mais do que isso Portanto, para verem bem a dimensão da diferença entre a nossa e a vossa política, termino sem um único comentário
Vou citar uma frase do Deputado António Costa, retirada de um artigo publicado num jornal do dia 10, que dá bem a dimensão de como estamos separados em toda esta matéria - separados politicamente, com políticas diferentes -, e com ela termino a minha intervenção.
Dizia o Sr. Deputado António Costa- «o Governo devia saber que, quando acabou com a imigração legal, estava a fomentar a imigração ilegal »

Aplausos, de pé, do PSD

O Sr Presidente: - Para pedir esclarecimentos, inscreveram-se Srs Deputados António Guterres. Almeida Santos, Mário Tomé, José Lamego, João Amaral, Raúl Castro, José Magalhães, Nogueira de Brito e Manuel Sérgio.

O Sr Duarte Lima (PSD). - Só?!

O Sr. Silva Marques (PSD): - A oposição hoje veio a banhos!

O Sr. Raúl Rêgo (PS): - Eu também pedi a palavra!..

O Sr Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António Guterres.

O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Esta é uma questão, que tem de ser tratada com seriedade e sem mistificações

Aplausos do PSD.

O discurso do Sr. Ministro Dias Loureiro é uma completa mistificação a este respeito

Vozes do PS: - Muito bem!

Vozes do PSD: - Oh!...

O Orador: - O Sr. Ministro fez várias citações, foi pena que não se tivesse dado ao trabalho de citar as sucessivas intervenções que, sobre esta matéria, eu próprio, no último ano e meio, fiz naquela tribuna,..

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - ...porque há muito tempo que o Partido Socialista e que eu próprio estamos profundamente preocupados com a situação que este Governo tem gerado em Portugal, uma situação que, em minha opinião, reiteradas vezes afirmada nesta Câmara perante a vossa indiferença, pode estar a conduzir este país a uma situação grave, de confronto no seio da sociedade portuguesa, que deve ser impedida.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - É necessário dizer que se hoje existem, em Portugal, mais de 200 000 estrangeiros eles entraram, na sua esmagadora maioria, clandestinamente e durante os governos do PSD dos últimos anos.

Aplausos do PS.

E a única razão por que eles entraram clandestinamente reside na vossa indiferença, até porque eram uma massa de mão-de-obra necessária a uma política de obras públicas feita para a obtenção do voto

Aplausos do PS.

De facto, com os senhores no Governo, eles trabalharam ilegalmente, em situações dramáticas e criando até con-