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396 I SÉRIE - NÚMERO 13

ça Social -, acaba por assumi-las mais tarde, quase sempre, infelizmente, tarde demais.

Aplausos do PS.

Em pânico com as eleições autárquicas, o Primeiro-Ministro entra e sai da
campanha mês sim, mês não na mais completa desorientação estratégica

Risos do PS.

Viola hoje compromissos públicos assumidos ainda ontem.
Como todos os pretextos servem para desviar as atenções, o Governo utiliza agora o fantasma da dissolução do Parlamento. Primeiro, para a combater, assumindo o ar da vítima inocente. Agora, surgem sinais de que se poderá agarrar a ela como tábua de salvação, não venham por aí catástrofes ainda piores.
No meio do deserto, que criou, o Primeiro-Ministro hesita perante a miragem da corrida a Belém. Os barões do PSD agitam-se e contam as espingardas para uma guerra anunciada. Ao mesmo tempo que, aqui e ali, iniciam os primeiros focos de guerrilha.
Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo e Srs. Deputados, tudo na vida tem os seus períodos de ascensão e de decadência. A actual fórmula política está, definitivamente, na decadência. São precisas novas ideias. É precisa uma nova relação de confiança entre governantes e governados.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - É para isso que o PS trabalha, serenamente, sem pressas, sem triunfalismos nem demagogias.

Aplausos do PS.

Sem propor, hoje, nada que, em consciência, saibamos não poder fazer amanhã.

Risos do PSD.

O País costuma lembrar-se do PS em momentos de dificuldade.

Risos do PSD e do CDS-PP.

No futuro, como no passado, e ao contrário de outros o PS não fugirá. Cá estamos para assumir as plenamente as nossas responsabilidades.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, inscreveram-se os Srs. Deputados Rui Carp e Nogueira de Brito. Tem a palavra o Sr. Deputado Rui Carp.

O Sr. Rui Carp (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado António Guterres, V. Ex.ª concluiu o seu discurso dizendo que o País costuma lembrar-se do PS nos momentos de dificuldades. É verdade!

Vozes do PSD: - É verdade!

O Orador: - O País lembra-se do PS, em 1977, quando a inflação era superior a 27 % e os salários caíram 7,3 %.

Aplausos do PSD.

Protestos do PS.

O País lembra-se do PS, em 1978, quando a inflação foi de 22,5 % e os salários caíram 5 %. Ò País lembra-se do PS quando, em 1984, a inflação foi de 29,3 % e os salários caíram perto de 9 %.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O País lembra-se também do PS quando, em 1978, o investimento caiu em menos de 18 % e quando, em 1983, caiu menos de 7,5 % e, em 1984, caiu menos de 18 %!

Protestos do PS.

São recordações, fez bem em lembrar-nos!

Aplausos do PSD.

Vai desculpar-me ser tão seco, mas o seu discurso foi profundamente decepcionante.

Risos do PS.

Mais uma vez, V. Ex.ª não apresentou qualquer alternativa credível e coerente às propostas do Governo.

Risos do PS.

Tal como no ano passado remeteu-nos para a discussão na especialidade e nós sabemos o que resultava das propostas apresentadas nessa altura: era um défice que, se tivesse sido aceite, seria superior ao que se verificou este ano em mais 100 milhões de contos!

Vozes do PS: - Não é verdade!

Vozes do PSD:- É verdade! É verdade!

O Orador: - Eram essas as vossas propostas!
Para este ano depreendemos daquilo que disse, para além do rendimento mínimo garantido - uma forma defendida por Milton Friedman dentro da perspectiva mais liberal e nunca, digamos assim, executada em qualquer país, pois equivaleria a uma queda brutal do Estado enquanto Estado providência e de segurança social dos rendimentos mais desfavorecidos - e para além de um aumento dos impostos, suponho que era do IRS, nada nos adiantou e propôs mais despesas para a educação. , Mas, mais grave, Sr. Deputado António Guterres, é que V. Ex.ª falou várias vezes em seriedade, teoria da verdade, rigor e credibilidade.

Vozes do PS: - E falou bem!

O Orador: - Só posso justificar, como vou provar imediatamente, tantas alusões à seriedade, à verdade, ao rigor e à credibilidade...

O Sr. Presidente: - Queira terminar, Sr. Deputado.

O Orador: - Termino já, Sr. Presidente.
... com problemas freudianos.

Risos.

A verdade é que V. Ex.ª, e não é preciso ir muito longe, tem demonstrado, do ponto de vista político, muita falta de rigor.

O Sr. João Corregedor da Fonseca (Indep.): - Não apoiado!