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1224 I SÉRIE-NÚMERO 37

Mas compreende-se: para além da ausência de uma visão global, cada um valoriza o que o faz crescer. O PSD mostra o bom, o razoável com hipóteses, sem esconder o condenado.
O PS mostra sobretudo o irrecuperável, o mau e o sofrível com algumas chances.
Tem razão de ser assim.
O PSD sempre cresceu com o desenvolvimento, com a criação de riqueza, com o andar para a frente. Ao contrário, o PS vive da crise, alimenta-se da crise e vive, sem conflito, com ela. A proibição da palavra «crise», deixaria o discurso socialista cheio de buracos.
Na realidade actual do Vale do Ave conhecemos todas as cores: do branco ao preto, passando pelo vermelho desbotado actualmente chamado rosa. O PS só conhece duas: o «preto-claro» e o «preto-eseuro».
Será uma coincidência infeliz, mas esta região, que concentradamente mais dificuldades vive, é gerida exclusivamente por autarcas do PS. Alguns desses autarcas - que não todos, reconheça-se - são os mesmos que, hoje, criticam o Governo pelo miserabilismo das suas terras e que, há dois meses, em campanha autárquica, elogiaram as virtualidades e os sucessos das mesmas!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Uma palavra final sobre o futuro.

O País já percebeu que o II Quadro Comunitário de Apoio é um penalty no desafio do desenvolvimento e que não é pelo facto de o jogo ter começado há escassos minutos que vamos desperdiçar o ensejo de nos colocarmos, desde já, na posição de vencedores.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Os socialistas não querem jogar!

O Orador: - Satisfaz-nos a ideia de sabermos que a grande maioria dos portugueses que, com sacrifício, disponibilidade e trabalho, não entendem as dificuldades e adversidades inerentes a um processo de desenvolvimento como fatalidades.
Na visualização deste esforço colectivo e neste Hemiciclo acompanhe-nos quem quiser.
Pelo nosso lado, continuaremos!

Aplausos do PSD.

O Sr. Almeida Santos (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente (José Manuel Maia): - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Almeida Santos (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Delerue, lamento muito que a crise do Vale do Ave não se resolva batendo no PS. Se se resolvesse batendo no PS, não haveria, crise no Vale do Ave, pela razão simples de que os senhores ainda não deixaram de bater em nós e não encontram mesmo outra resposta para as críticas que vos fazemos.
Pergunto ao Sr. Deputado se foi ao Vale do Ave. É porque veio de lá a dizer que o PEDIP foi um êxito e que, afinal de contas, parece que está tudo bem* que o pessimismo é um privilégio do PS, que só vê o quê é mau e não o que é bom, apesar de, ainda há pouco, o líder do seu partido ter destacado a moderarão das minhas afirmações tal como a própria imprensa e de o próprio Secretário-Geral do Partido Socialista ter declarado que nem o «optimismo imbecil», não «dos imbecis»... Se o Sr. Deputado queria pessoalizar essa afirmação, tinha de concluir que o Secretário-Geral classificou o seu optimismo e não o Sr. Deputado: há uma grande diferença!
O Sr. Deputado diz que a nossa visita não ajudou. Ora, se esclarecer a verdade, se moderar o optimismo injustificado, se revelar o lado mau das coisas para temperar o excesso de optimismo de quem só vê o lado bom delas não ajuda, então, não sei o que é que ajuda.
O que vimos no Vale do Ave foi potencialidade - já aqui. foi dito -, foi uma reunião de iniciativas empresariais que qualificam aquela região como única no País, o que destaca a capacidade pessoal dos empresários do Vale do Ave. Mas também vimos uma crise que é grave, com tendência para se tornar gravíssima se não forem tomadas as medidas que já deviam ter sido tomadas há muito...

O Sr. José Vera Jardim (PS): - Muito bem!

O Orador: - ... porque a crise do Vale do Ave é consequência da passividade do Governo, da neutralidade do Governo, do demissionismo do Governo, durante quatro ou cinco anos a receber fundos estruturais substancialíssimos sem ter pensado no Vale do Ave.

O Sr. José Vera Jardim (PS): - Muito bem!

Q Orador: - E quem anunciou, em primeiro lugar, a ida ao Vale do Ave foi o meu partido! Os senhores anteciparam-se em esgotar a saída - felicito-vos por isso! -...

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - ... e acho que foram úteis as três visitas - digo três porque o CDS-PP também lá foi.

O Sr. Rui Carp (PSD): - Agora diz isso!

O Orador:- Do choque das nossas informações e das nossas sensibilidades é que há-de resultar o que é preciso para o .Vale do Ave. Por isso propusemos um debate parlamentar com carácter de urgência e espero que o tenhamos, pois estou convencido de que vão concordar com a sua realização.
Desse debate vamos concluir, com certeza, que os 14 milhões de contos do I Quadro Comunitário de Apoio foram uma gota de água para a crise do Vale do Ave, que os 18 milhões do II Quadro Comunitário de Apoio são apenas 10% do que o Vale do Ave necessita...

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Sr. Deputado, não conhece os números!

O Orador: - Vamos concluir que não há vontade política de enfrentar a crise do Vale do Ave, que é uma crise de mono-indústria, que é uma crise de impreparação de quadros, que é uma crise de trabalho intensivo, que é uma crise de precária qualificação cultural e profissional dos trabalhadores, que é uma crise resultante, inclusivamente, de não se saber qual é o futuro do têxtil, que é uma crise em que vos foi dito várias vezes que que-