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10 DE FEVEREIRO DE 1994 1225

ríamos saber qual foi o critério que presidiu à distribuição dos fundos comunitários- porquê aquele e não àquele? Porquê a este e não aqueloutro? E aquele recebeu e está falido e aqueloutro não recebeu e está a resistir! Esta análise é que tem de ser feita e nós vamos todos - espero que todos! -, construtivamente, debater estes problemas.
Mas não se sirvam da antecipação da vossa visita e de uma ou outra afirmação de um Deputado de um lado ou de outro para transformarem isto numa guerrilha política, acabando o Vale do Ave por ficar na segunda linha das preocupações.

O Sr. José Vera Jardim (PS): - Muito bem!

O Orador: - Vamos ao Vale do Ave, vamos à crise do Vale do Ave! Comecemos por não a negar, sob pena de não podermos enfrentá-la e tenho a certeza de que, assim, cumpriremos a nossa obrigação.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José Manuel Maia): - Sr. Deputado Nuno Delerue, tem a palavra para dar explicações se assim o desejar.

O Sr. Nuno Delerue (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Almeida Santos, telegraficamente, vou dizer-lhe três ou quatro coisas simples.
A primeira é que não vale a pena termos aqui uma conversa de surdos...

O Sr. José Magalhães (PS): - De facto!

O Orador: - Todos os números que V. Ex.ª refere não são verdadeiros. Não é verdade que tenha havido 18 milhões de contos de ajudas comunitárias no âmbito do I Quadro Comunitário de Apoio. Não é verdade - repito -, pois foram 63 milhões de contos...

O Sr. António Braga (PS): - Mas são necessários 180 milhões!

O Orador: - ... e o PSD está disponível para comprová-lo de forma inquestionável.
Portanto, Sr. Deputado Almeida Santos, não vale a pena discutirmos sobre isso porque sabe...

O Sr. António Braga (PS): - Repito que são necessários 180 milhões de contos! Conhece o plano estratégico?

O Orador: - Conheço o plano estratégico, conheço todos os documentos, sabemos perfeitamente o que está em causa.
Sr. Deputado António Braga, percebo a sua dificuldade em ter aldrabado os seus colegas de bancada, mostrando-lhes uma realidade que não existe e esse é que é o seu problema!

Aplausos do PSD.

Sr. Deputado Almeida Santos, a questão é simples e coloca-se nos termos seguintes: V. Ex.ª referiu-se ao PEDIP. O PEDIP é um êxito de aplicação e o próprio ministro-sombra do Partido Socialista referiu-o de uma forma clara. O Sr. Deputado Almeida Santos pode estar em desacordo com o seu ministro-sombra mas é um problema seu. Nós, no PSD, já estamos habituados a isso!
Mas, Sr. Deputado Almeida Santos, devo dizer-lhe que é muito triste ver Deputados do Partido Socialista, sem conhecerem as realidades do que foram visitar, embarcarem em situações que têm muito de obscuro.
Assim, pergunto-lhe: relativamente a qualquer uma das empresas que visitou e que foi candidata a programas comunitários, havia ou não razão para o respectivo projecto não ser elegível?
Pergunto-lhe se alguma das empresas que visitou recorreu - e era-lhe permitido por lei - do indeferimento do respectivo projecto.
Pergunto-lhe se as empresas que os senhores visitaram e que são credoras de IVA não têm dívidas ao IVA. É que, como sabe, por lei, essa pode ser uma razão para não receberem o que lhes é devido.
Mas não é isso que é grave, Sr. Deputado Almeida Santos. O que é grave é que o Secretário-Geral do Partido Socialista, hoje aqui desmentido por si próprio, falou ontem no «optimismo dos imbecis», tal como pode ler-se no jornal «Público» que aqui tenho...

O Sr. Almeida Santos (PS): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador: - Desculpe. O Sr. Deputado Almeida Santos já aqui desmentiu hoje o Sr. Deputado António Guterres. Pela minha parte, estou esclarecido, faltam é outros esclarecimentos!
Gostaria que me dissesse se entende que o Governo português é um governo de gangsters e se esta é uma linguagem digna de um País e de um Secretário-Geral do Partido Socialista. Ou não estaremos a caminhar rapidamente para situações que são mais próprias de líderes partidários de outros países da Comunidade que não do Secretário-Geral do Partido Socialista?

O Sr. Almeida Santos (PS): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Almeida Santos (PS): - Sr. Deputado Nuno Delerue, é só para lhe dizer, sob minha palavra de honra, que ouvi o que o Secretário-Geral do PS disse e que foi o «optimismo imbecil» e não o «optimismo dos imbecis».

O Sr. Silva Marques (PSD): - Então, tem de corrigir!

O Sr. Almeida Santos (PS): - Porventura vai corrigir se entender que deve.
Repito que lhe dou a minha palavra de honra de que o que ele disse foi «optimismo imbecil» e não «optimismo dos imbecis»...

O Orador: - Sr. Deputado Almeida Santos...

O Sr. Almeida Santos (PS): - O Sr. Deputado acredite em quem quiser: em mim ou na imprensa. É consigo. Tem essa liberdade...

O Orador: - Sr. Deputado Almeida Santos...

O Sr. Almeida Santos (PS): - Não podemos desmentir tudo aquilo que os jornais nos atribuem. Assim, repito: dou-lhe a minha palavra de honra de que o que ele disse foi «optimismo imbecil» e não «optimismo dos imbecis».