O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

29 DE OUTUBRO DE 1994 175

pertinente, sobre se não estamos só a ter investimento estrangeiro com capa portuguesa. Não estamos, com(r) poderão ver na referida lista que vos vou dar, pois há aqui um conjunto significativo de empresas portuguesas e há também algumas joint-ventures entre portugueses e estrangeiros.
Aliás, posso dizer que, por exemplo, foi feita uma joint-venture entre a Somner-Allibert e uma das melhores empresas têxteis portuguesas, para produzir os têxteis para a indústria automóvel. E esta empresa portuguesa não vai dar apenas o nome, porque já produzia este tipo de componentes antes da joint-venture com a Somner-Allibert; a joint-venture com a Somner-Allibert vai reforçar e potenciar toda a sua capacidade não só com a Ford/Volkswagen como também com os mercados europeus.
Portanto, parece-me que esses vossos receios são infundados, porque há, de facto, participação portuguesa e, hoje em dia, numa economia aberta, na economia global em, que estamos, não podemos fazer tudo sozinhos, algumas vezes fazemos alianças estratégicas com os outros.
Quanto ao sentimento dos industriais do sector, sou o primeiro a dizer que compreendo algum sentimento deles. De qualquer forma, os senhores nunca me ouviram dizer que este projecto ia permitir que todos os industriais portugueses do sector metalúrgico e metalomecânico trabalhassem com a Ford/Volkswagen. Nunca, da minha parte, houve uma afirmação desse tipo. Pelo contrário, sempre assumi uma postura realista e responsável, dizendo que havia um grande conjunto de empresas portuguesas que não tinham capacidade de acesso a este projecto, mas que íamos pegar nas melhores do sector, naquelas que teriam condições e tentar dinamizá-las e apoiá-las para que acedessem ao projecto, tentando atingir os objectivos de 45 % do valor acrescentado nacional. Ultrapassámos esses objectivos, estamos em 46,6 %.
Sempre tive uma atitude realista e responsável e, como tal, não me podem acusar de ter gerado expectativas infundadas nos industriais do sector. Compreendo que aqueles que não ouviram as minhas afirmações tenham criado expectativas que, hoje em dia, não consigam acomodar, mas, da minha parte, nunca houve uma afirmação no sentido de que este projecto ia satisfazer todas as empresas do sector metalúrgico e metalomecânico nacional, pois isso seria irrealista. Pelo contrário, sempre chamei a atenção para o facto de que isto não iria ser assim.
Em relação ao que disse o Sr. Deputado José Manuel Maia, já referi que há associações com empresas estrangeiras, mas também há uma grande participação nacional. Aliás, como já disse, vou dar uma lista que esclarece essa questão, a todos os grupos parlamentares.
No que diz respeito ao número de postos de trabalho criados, efectivamente, o projecto inicial previa, à partida, cerca de 4600 postos de trabalho directos na empresa, mas, neste momento, prevê-se que ela vai arrancar com 3000, ou seja, um número inferior ao que estava inicialmente pensado. Quanto ao número de postos de trabalho indirectos, já gerados, neste momento, nas empresas que vão trabalhar para a Ford/Volkswagen, acabei de o referir há pouco.
Relativamente às infra-estruturas, elas são uma responsabilidade do Governo português, estão a ser desenvolvi das e há apenas uma - gostaria de o dizer aqui claramente - que me dá grandes preocupações: temos de implementar um sistema de tratamento de resíduos industriais no nosso país. É que o problema existe, os resíduos andam por aí a «passear» e, de facto, é importante implementar um sistema que minimize este problema e que venha também tratar os resíduos do projecto Ford/Volkswagen Na medida em que haja atrasos na implementação deste
sistema, por dificuldade na escolha de sítios, é óbvio que temos de equacionar aqui um novo problema, que é o de saber como vamos tratar os resíduos gerados neste projecto.
Esta é a única infra-estrutura que nos preocupa; o resto está tudo a avançar normalmente, de acordo com os compromissos assumidos.
Em relação às questões colocadas pelo Sr. Deputado Joel Hasse Ferreira, quero dizer que o impacto do projecto Auto-Europa na região de Setúbal é extremamente significativo, pelo número de empresas que se estabeleceram naquela região e que são fornecedoras da Ford/Volkswagen.
Quanto à questão de que se não se fizesse um projecto Ford/Volkswagen esse dinheiro podia ir para as PME do distrito, é evidente que isso, em termos teóricos, poderia equacionar-se sempre, mas, na prática, Sr. Deputado, são projectos destes que têm um efeito de arrastamento sobre as PME.
As PME, muitas vezes, por si só, não conseguem já a sua dinâmica, precisam de um «motor», de um impulsionador da sua dinâmica e são estes projectos, como, aliás, o Sr. Secretário-Geral do PS reconheceu, que dinamizam toda a sua estrutura. Isto é visível na indústria de componentes que lá se estabeleceu e num conjunto de PME de serviços que vão aproveitar as oportunidades na região de Setúbal.
Relativamente às notícias de reduções neste projecto, até este momento, repito, até este momento, ninguém da Ford ou da Volkswagen ou da direcção do projecto em Portugal nos anunciou qualquer redução. O que nos foi dito claramente é que estão a fazer o exercício - que considero normal - de ver em que medida é possível aumentar a rentabilidade do projecto, diminuindo custos na própria fábrica, em Palmeia. Foi isso que a Volkswagen disse que estava a ser feito, na sequência dos esclarecimentos que pedi sobre as notícias dos jornais.
Na minha opinião, trata-se de um exercício que todas as empresas devem fazer hoje em dia, isto é, a partir do momento em que têm uma capacidade instalada, devem ver a forma como se tornam mais eficientes e produtivas.
Foi isto que me foi dito e, portanto, neste momento, não há nenhuma perspectiva de desinvestimento da Ford/Volkswagen. Aliás, seria irrealista que tivessem, em Portugal, a fábrica mais moderna da Europa, com um investimento de 400 milhões de contos, e fechassem no dia seguinte. É óbvio que isto não é credível nem é minimamente realista.
Quanto à pergunta do Sr Deputado António Alves, o investimento está praticamente feito e é evidente que se trata de um investimento tipo «capital intensivo», como acontece, hoje em dia, com os projectos industriais modernos, e, portanto, a geração de postos de trabalho não e aquela que, idealmente, gostaríamos, porque é um projecto de capital intensivo. Em todo o caso, os efeitos indirectos, os efeitos sobre a modernização dos recursos humanos em Portugal são extremamente importantes e sublevam o número quantitativo de postos de trabalho que se criam.
Sr. Deputado Joaquim da Silva Pinto, já tive oportunidade de esclarecer que se geraram expectativas para as quais não contribuí mas que compreendo, pois alguns não leram bem o projecto Ford/Volkswagen e criaram um excesso de expectativas. No entanto, já expliquei, claramente, a minha posição sobre esta matéria.
Quanto a estrangeiros para chefias e a portugueses a serem chefiados, como é evidente, não mandamos nas empresas privadas e são elas que escolhem os seus directores. O que posso dizer-lhes e que estão a ser recrutados muitos engenheiros portugueses para o projecto.
Posso também dizer-lhe, com base na experiência que tivemos com o projecto Renault, que os jovens engenhei-