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206 I SÉRIE - NÚMERO 7

O Sr. Rui Carp (PSD): - O desafio é vosso!

O Orador: - Sr. Deputado, o PSD, ao que li na comunicação social, lançou-nos um repto ao qual respondemos com outro. E digo-lhe mais: eu, no lugar do meu camarada Jaime Gama - e se ele me permite -, às três herdades que ele colocou como prioridade para visitar, acrescentaria uma quarta que é aquela de que é co-proprietário o Sr. Deputado Braga de Macedo.

Aplausos do PS.

O Sr. Miranda Calha (PS): - Onde é que está esse jovem agricultor?!...

O Sr. Rui Carp (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Rui Carp (PSD): - Sr. Presidente, gostaria de entregar à Mesa um documento que, no fundo, vem confirmar, ratificar e registar o desafio que o Deputado Jaime Gama nos fez, desafio esse a que nós respondemos e que o PS continua, agora, a recusar-se honrar.
Em nosso entender, isto deve ficar registado.

O Sr. Presidente: - Com certeza, Sr. Deputado. Para defesa da consideração, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Duarte.

O Sr. Carlos Duarte (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Dado que fui atacado pelo Sr. Deputado Luís Capoulas Santos, ao afirmar que fugi às suas questões, devo dizer que elas não têm razão de ser.
Lamento ter de dizer, mas o senhor deve ler os documentos relativos ao subsídio para ovinos e para caprinos, porque, se o fizesse, não diria o que disse. É mentira o que afirmou! Não tem razão de ser!
Em relação às negociações em Bruxelas, só lhe respondi com a opinião de um técnico insuspeito, o Professor Francisco Avilez, que participou consigo nos Estados Gerais do PS, que é o «ministro-sombra» do PS, dizendo que o Governo português conseguiu uma alocução de fundos financeiros que maximizam as potencialidades disponíveis a nível da agricultura nacional. Esta é, pois, a melhor resposta que poderia dar, Sr. Deputado - aliás, amanhã poderá tê-la em sede de reunião da Comissão de Agricultura e Mar.
Quanto ao projecto de Thierry Roussel, devo dizer-lhe que foi um projecto apoiado em cerca de 15 % do investimento global feito. Enquanto o investimento global para os agricultores foi de 250 milhões de contos, naquele projecto não ultrapassou l milhão de contos.
Já agora que o senhor falou nesse processo, que foi excepção relativamente a todos os outros que têm, neste momento, impacto positivo na agricultura portuguesa, dir-lhe-ei que, repito., esse caso é um que, devido a intempéries e outras situações de excepção, teve dificuldades.
Mas, aproveitando o facto de o senhor ter focado um caso de excepção, então vou referir-lhe um projecto que foi apoiado pelo Governo português: o do Matadouro da Guarda. Neste caso, o Governo deu 1,05 milhões de contos e quando saiu de lá o presidente de conselho de administração - seu camarada de partido Abílio Curto - estavam construídos 84 000 contos de obra e já tinham ido para lá cerca de 1 milhão de contos.
Portanto, Sr. Deputado, peco-lhe para olhar no interior do PS e averiguar porque razão é que, havendo um projecto interessante para uma região degradada, com uma infra-estrutura importantíssima para o sector das carnes, não se sabe onde param 950 000 contos.
Peço-lhe, pois, para no interior do PS averiguar isso! Era um serviço que o senhor fazia! Era a primeira vez que o PS fazia um serviço de interesse para o País e para a agricultura nacional.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Capoulas Santos.

O Sr. Luís Capoulas Santos (PS): - Sr. Deputado Carlos Duarte, penso que o facto de se considerar certamente embaraçado...

O Sr. Carlos Duarte (PSD)- - Embaraçado?

O Orador: - ... por aquilo que ouviu não lhe dá o direito de recorrer ao insulto,...

O Sr. Carlos Duarte (PSD): - Insulto?!

O Sr. Rui Carp (PSD): - Se são fraudes do PS, são insultos!...

O Orador: - ... até porque penso que o nosso relacionamento pessoal deveria impedi-lo disso.
V. Ex.ª chamou-me mentiroso. Ora, rejeito, obviamente, esta acusação e, felizmente, como as declarações que produzi estão escritas, aconselho o Sr. Deputado a lê-las. Perdoe-me que me dirija a si nesses termos, mas, se tem vergonha na cara, recorra ao texto e sublinhe uma única frase que não seja verdadeira de entre todas as que produzi.

A Sr.ª Maria Julieta Sampaio (PS): - Muito bem!

O Orador: - Relativamente à corrupção em questões que tenham a ver com a agricultura e com o Ministério da Agricultura, aquilo que nos distingue, ou, pelo menos, que me distingue, a mim, de si e da sua bancada, Sr. Deputado, é o seguinte: entre a denúncia ou a cumplicidade com a corrupção eu, se porventura existir, em qualquer circunstância, um corrupto no meu partido, serei o primeiro a denunciá-lo, enquanto que VV. Ex.ª, quando têm provas sobejas de algumas dezenas de corruptos, sistematicamente, recorrem à táctica do seu encobrimento...

A Sr.ª Maria Julieta Sampaio (PS): - Muito bem!

O Orador: - Pergunto-lhe: o que é que já fez este Governo, que explicações já deu nesta Assembleia - e eu já as pedi - relativamente às razões que levaram à demissão do ex-presidente do IROMA e presidente demissionário das empresas PEC depois da denúncia pública dos desmandos feitos a esse nível?
O que é que VV. Ex.ªs já tentaram esclarecer relativamente à verdadeira dimensão da burla com a comercialização de cereais que foi aqui comprovada, uma vez que foi aprovado o relatório sobre o que se passou na Cooperativa Agrícola de Torres Vedras? Daí resultou que existem indícios no sentido de que problemas semelhantes se terão verificado em muitos outros locais.