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1600 I SÉRIE - NÚMERO 46

de trabalho e não em língua oficial, quando a União Europeia integrar vários outros países, quando houver o alargamento a outros países. Para nós, isto é insustentável. Jamais cederemos neste ponto, nesta distinção da língua portuguesa como língua de trabalho ou como oficial.
Como o Sr. Presidente me chamou a atenção, pois já não disponho de tempo, passo à «geometria variável positiva».
Srs. Deputados, foi por nosso intermédio que a palavra «ponderação» passou a integrar o projecto de resolução n.º 140/VI. Esta palavra é suficientemente ambígua e «enxuta». Ponderar significa pensar, reflectir, parar, escutar e olhar mas também...

O Sr. Rei Carp (PSD): - Fazer, agir!

O Orador: - ... fazer! Mas fazer e agir com ponderação. Não casamos com o conceito de «geometria variável». E que a expressão que aqui consta é «geometria variável», como se disse na Comissão, palavra substantiva...

O Sr Presidente: - Sr. Deputado, peço que pondere o tempo que está a exceder.

O Orador: - Parece-nos, por isso, que temos de trabalhar mais este conceito, mas jamais aceitaremos qualquer directório ou qualquer «Europa a duas velocidades». Não aceitaremos uma orquestra a várias vozes, nem qualquer forma de afastar Portugal das decisões fundamentais no centro da União Europeia e nunca para além da União Europeia. Não somos um país suficientemente grande para invocar a população como critério, como faz a Espanha, mas temos uma cultura que a Europa não pode dispensar.
Para terminar, Sr. Presidente, direi que «geometria variável», para nós, será inaceitável se Portugal não estiver no centro do círculo geométrico.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Carp.

O Sr. Rui Carp (PSD). - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Vou ser muito breve, começando por saudar - e digo isto, apesar de ultimamente termos discutido e divergido muito - a intervenção do Sr. Deputado Narana Coissoró. É que a nossa preocupação aqui centra-se nos interesses dos portugueses.
Lembro-me de uma frase do Padre Manuel Antunes num célebre ensaio sobre identificação de um país, onde cie diz que devemos saber descobrir os tesouros das nossas terras e das nossas gentes, sem deixarmos essas tarefas aos estrangeiros. É uma grande realidade! Deveremos ser nós a decidir sobre os nossos próprios interesses.
Mas, atenção, Sr. Deputado Narana Coissoró - e penso que a sua linha de intervenção vai nesse sentido e nem sequer será coincidente com afirmações de outros colegas seus de partido, segundo os quais os portugueses devem afastar-se da Europa -,...

O Sr Narana Coissoró (CDS-PP): - Jamais alguém do meu partido disse isso! Isso é falso!

O Orador: - .. nós não queremos que os portugueses sejam marginais na União Europeia. Esse é um ponto fundamental. Julgo que esta intervenção do Sr. Deputado Narana Coissoró é muito importante, porque pode corrigir...

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Não há nada a corrigir!

O Orador: - ... uma interpretaçâo que, até agora, vinha muito na linha dos órgãos centrais do seu partido.

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Não é verdade!

O Orador: - Quanto à matéria hoje em discussão, penso ser de saudar o consenso obtido no projecto de resolução.

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Era isso que eu receava.

O Orador: - E de saudar esse consenso, apesar de se terem registado - e aqui também tenho de referi-lo - algumas manobras por parte do PS, quando este, antes deste debate, se quis apropriar do trabalho feito consensualmente na Comissão para avançar com um projecto. Felizmente, venceu o bom senso e foi retomado o tal projecto que agora estamos a apreciar.
Estamos preocupados em ouvir a sociedade civil, em que, desta vez, na revisão do Tratado da União Europeia, o Parlamento tudo faça para que todos os portugueses que queiram debater e apreender o que está em causa possam manifestar-se. As próximas eleições podem também ser - e sê-lo-ão, com certeza! - um momento importante para isso. Ouvir os representantes dos interesses económicos e sociais, das instituições universitárias e da sociedade civil é uma proposta que o PSD sempre tem defendido e, por isso, regozijamo-nos com a intervenção aqui feita pelo Sr. Deputado António Murteira, seguindo essa iniciativa do PSD.
Finalmente, não consideramos, Sr. Deputado Joel Hasse Ferreira, possidónias as propostas que o Governo, apoiado pelo PSD, apresentou, aquando da elaboração do chamado «Livro Branco», apresentado por Jacques Delors. Não consideramos possidónio criar emprego, criar riqueza e dar esperança aos nossos jovens. E de tal maneira não o é que o próprio «Livro Branco» Crescimento, Competitividade, Emprego, apresentado por Jacques Delors, assumiu e adoptou algumas das propostas que o Governo português apresentou.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - E, mesmo depois da aprovação desse «Livro Branco», na própria Cimeira de Corfu, recordo-me que as iniciativas locais de emprego apresentadas pelo Governo português foram elogiadas e assumidas pelo Conselho de Ministros e pela Cimeira europeia. Aliás, o próprio Sr. Deputado Manuel dos Santos, ainda há pouco tempo, em Bruxelas, teve a oportunidade e a hombridade de referir esse facto.
Resumindo, estamos preocupados com os interesses nacionais, mas não queremos ser marginalizados na Europa. Queremos defender os interesse nacionais, mas também queremos ser europeus e estar na primeira linha da construção europeia, sem núcleos duros nem várias velocidades.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Castro.

A Sr.ª Isabel Castro (Os Verdes): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, gostaria de referir, tal como o Sr. Deputado João Poças Santos o fez, que, decorrido um curto espaço de tempo, estamos de novo a discutir no Parlamento questões que se prendem com a