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242 I SÉRIE - NÚMERO 7

ção do Dr. Fernando Gomes não pudesse ser repetida nesta legislatura. Mas o que torna ainda mais grave a declaração do Sr. Dr. Fernando Gomes é o seguinte: não foi o PSD que propôs a sua vinda ao Parlamento - o PSD achava desnecessário! Não foi o PCP que propôs a vinda do Dr. Fernando Gomes ao Parlamento! Não foi o Partido Popular que propôs a vinda do Dr. Fernando Gomes ao Parlamento! Sem intervenção da oposição, até contra a opinião do PSD, quem impôs a vinda do Dr. Fernando Gomes ao Parlamento e exigiu que a audição não se realizasse sem ele ser ouvido em primeiro lugar foi o Grupo Parlamentar do Partido Socialista!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador:- Jogo sujo? Baixa política? Será que as divisões no Partido Socialista, já indiciadas por declarações do Engenheiro António Guterres tentando obrigar o Dr. Fernando Gomes a candidatar-se já à Câmara do Porto, justificam que o ataque que hoje é feito ao PSD não seja mais do que a vontade explícita do Dr. Fernando Gomes de atacar, efectivamente, a direcção do Partido Socialista?
Só que está aberto um precedente regimental grave: a partir de agora é lícito que qualquer cidadão, qualquer entidade pública, qualquer político tenha a mesma atitude que o Dr. Fernando Gomes! E para que isto não seja assim apelo ao Partido Socialista para que use o seu magistério de influência para tentar mostrar ao Dr. Fernando Gomes que esta atitude faz muito mal à democracia, que é uma atitude de , arrogância, que é uma atitude injustificada! Porque se,
realmente, não forem divisões internas que justifiquem esta atitude do Dr. Fernando Gomes, então é uma maneira extremamente condenável de olhar para a democracia representativa!
Sr. Presidente, penso que não haverá nenhum Deputado nesta Câmara, independentemente daquilo que, de seguida, venham dizer os Srs. Deputados socialistas, que possa concordar com uma postura deste tipo.

Aplausos do PSD.

Vozes do PS: - Não apoiado!

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Saraiva.

O Sr. José Saraiva (PS): - Sr. Presidente, a minha intervenção é mais um protesto do que propriamente um pedido de esclarecimento.

O Sr. José Magalhães (PS): - Muito bem!

O Orador: - Esta Câmara e o País, que anda atento ao que aqui se passa, já descobriu há alguns meses o fantasma do Sr. Deputado Luís Filipe Menezes. Ele desaparece durante alguns dias desta Casa e, quando volta, transporta com ele o fantasma que o atormenta: o Dr. Fernando Gomes!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - E nada melhor do que criar sistematicamente a ideia de que no Partido Socialista se vive uma intriga permanente quando, de facto, o Sr. Deputado Luís Filipe Menezes é um mestre nesta matéria! Evidentemente que o fantasma dele é outro: é, designadamente, o Sr. Deputado Pacheco Pereira!

Risos do PS.

Mas ele entende que em relação ao Porto a questão se resume sempre a ter ou não ter o Dr. Fernando Gomes que vir a esta Assembleia!

Sr. Presidente, Sr.ª e Srs. Deputados, o que eu aconselhava ao Dr. Luís Filipe Menezes era que fizesse um esforço e tentasse perceber o modo de ser e de estar do Partido Socialista. Nós não precisamos de ir a correr telefonar ao Ministro, ao Secretário de Estado, ao Presidente da Câmara para fazer uma proposta. Nós não somos câmaras de eco dos nossos agentes políticos, estejam eles onde estiverem!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - O pior é que depois são desconsiderados!

O Orador: - Um camarada meu fez, de facto, a proposta que V. Ex.ª referiu e o Dr. Fernando Gomes, Presidente do Conselho de Administração da empresa Metropolitano do Porto, achou que não devia cá vir. É uma opção. Não é um desrespeito por esta Assembleia!

Risos do PSD e do CDS-PP.

Sempre que esta Assembleia entender que o Presidente da Câmara do Porto e meu camarada, Fernando Gomes, por agora, por estes dias, por estes anos, deve vir a esta Assembleia prestar esclarecimentos, ele virá. Mas não virá nunca, Sr. Deputado, quando a sua presença for despicienda. Bastará o director do Metro de superfície, o Engenheiro João Porto - um antigo ministro que nos merece toda a consideração, que não é do meu partido vir aqui prestar os esclarecimentos que são devidos à Comissão de Administração do Território, Poder Local, Equipamento Social e Ambiente. Não me parece, por isso, que a intervenção do Dr. Fernando Gomes trouxesse qualquer mérito a este período de discussão da Assembleia. Pelo contrário, ela repete, reproduz, amplia, exibe apenas, Sr. Deputado, os seus tormentos, a sua mente atormentada quando verifica aquilo que o Dr. Fernando Gomes tem feito pelo Porto, que relançou o orgulho em nós todos de voltarmos a ser portuenses, e que é, sem dúvida, a personalidade que mais fez e certamente fará pelo Porto nos últimos e nos próximos anos. Esse é o seu drama, é um drama que devia tentar resolver intimamente e não maçar-nos mais com essa questão.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o entender, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Filipe Menezes.

O Sr. Luís Filipe Menezes (PSD): - Sr. Presidente, sou muito amigo, há muitos anos, do Sr. Deputado José Saraiva e, portanto, desculpo-lhe algum lapso menos amável que fez com que produzisse afirmações que penso ele não considera correctas a meu respeito. Desculpo-o também porque o exercício que fez para tentar branquear algo de muito grave era um exercício impossível de ter sucesso!
Aquilo que o Sr. Deputado José Saraiva disse é que, a partir de agora, os políticos não têm de se responsabilizar por responder perante o Parlamento, podem mandar um