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24 DE JANEIRO DE 1997 1133

tros que vinham aqui apenas falar da economia e dos números e não falar das reformas da sociedade, das reformas do Estado, das reformas estruturais de que o País carece.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - O Sr. Primeiro-Ministro não nos falou do emprego dos jovens. Disse-nos que o desemprego estava a diminuir, mas não nos explicou se a juventude deste País que sai da Universidade está a ter melhores ou piores condições no acesso ao primeiro emprego.
O Sr. Primeiro-Ministro diz-nos que houve maior recurso aos empréstimos para habitação, mas o Sr. Primeiro-Ministro não explicou, nem ninguém aí explicou, porque razão a Caixa-Geral de Depósitos está a receber mais casas precisamente porque as pessoas que contraíram empréstimos não têm dinheiro para pagar esses mesmos empréstimos que contraíram.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - É a essas questões fundamentais que importam aos portugueses, que importam às pessoas, que importa que o Sr. Primeiro-Ministro responda.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, agradeço que termine.

O Orador: - Sr. Primeiro-Ministro, não quero entrar na polémica de estátuas ou de não estátuas, mas vou dizer a V. Ex.ª, com todo o respeito e frontalidade, o seguinte: não é admissível, não é admissível que um Governo tenha dentro e fora pessoas que dizem coisas completamente diferentes.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Agradeço-lhe que termine, Sr. Deputado.

O Orador: - Já termino, Sr. Presidente.
Não é possível, não há segurança, não há credibilidade, não há estabilidade nem dentro nem fora do Governo. V. Ex.ª tem ao seu lado um Ministro que disse que não queria carregar com o Comissário Cardoso e Cunha, isto um dia depois de V. Ex.ª ter dito que confiava no Comissário Cardoso e Cunha...

Protestos do PS.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, tem de terminar.

O Orador: - Mas o que me importa a mim não é o Risos do PSD.
Sr. Comissário Cardoso e Cunha

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, já gastou sete minutos!

O Orador: - O que me importa a mim é saber quanto é que o País vai pagar para sustentar estas "brincadeiras" que nos andaram a dizer que se pagavam a si próprias. É isso que os contribuintes e os cidadãos têm direito de saber.

O Sr. Presidente: - Muito obrigado, Sr. Deputado.

O Orador: - Só mesmo para concluir, uma pergunta...

Protestos do PS.

Compreendo que o PS depois das "difíceis" perguntas do Sr. Deputado Jorge Lacão esteja incomodado com as perguntas "mais fáceis" que acabo de fazer...

O Sr. Jorge Lacão (PS): - Eu?! Eu estava tão caladinho, por que é que se está a meter comigo?

O Orador: - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro: V. Ex.ª disse aqui - e esse é um dos aspectos mais importantes da sua intervenção - que havia agitação na sociedade "provocada"...

O Sr. Presidente: - Tem de terminar, Sr. Deputado.

O Orador: - E eu gostaria de perguntar a V. Ex.ª, se bem o entendi, quem é que provoca essa agitação porque estava convencido de que as manifestações de rua eram espontâneas.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Manuel Monteiro, peço licença para lhe fazer um reparo, quando referiu que o Governo tem a colaboração do Presidente da Assembleia da República, a minha convicção é a de que quis referir-se à minha colaboração institucional,...

O Sr. Manuel Monteiro (CDS-PP): - Certamente, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - ... porque se não fosse essa eu teria que usar da palavra para defender a minha honra.
A palavra ao Sr. Primeiro-Ministro, para responder.

O Sr. Primeiro-Ministro: - Sr. Presidente, Sr. Deputado Manuel Monteiro, vamos ver se nos entendemos. Quando me dão 10 minutos...

Protestos do PSD.

Concordo que é muito difícil entender-me com o PSD, porque uma vez diz uma coisa e outra diz outra e nunca se sabe o que pensa.

Protestos do PSD.

Faço ao Sr. Deputado Manuel Monteiro a justiça de saber o que pensa e de saber o que diz.

Risos do PSD.

Mas vamos ver se nos entendemos sobre este debate. Quando se dão 10 minutos a um Primeiro-Ministro para falar, não se lhe pode pedir que aborde todos os temas.
No último debate que aqui tivemos falei precisamente de reformas estruturais, um dos temas de que o Sr. Deputado Manuel Monteiro me acusou de não ter falado agora. E, na altura, acusaram-me de falar de reformas estruturais e de não falar de problemas concretos, nomeadamente dos problemas económicos dos portugueses. Hoje, não vim aqui falar de números mas de pessoas e só utilizei os números na medida em que são indispensá-