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1412 I SÉRIE - NÚMERO 39

O Sr. Nuno Abecasis (CDS-PP):, - Pergunte ao Deputado Francisco Torres, que está ao seu lado!

A Oradora: - Relativamente à pergunta que formulou ao Sr. Primeiro-Ministro e que penso que tem a ver com a esperança de encontrar ou não o céu, diria o seguinte: estou convencida, nessa linguagem metafísica, de que temos o céu à nossa espera, mas para entrarmos no céu precisamos de passar algumas penas cá na terra...,

O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): - A da moeda única!

A Oradora: - Não, Sr. Deputado, essas penas são alguns sacrifícios que temos de passar antes de lá chegar! Se o não fizermos, estará lá o céu, mas teremos de passar pelo purgatório durante algum tempo!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para unia intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Zorrinho.

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Olhemos para o futuro com ousadia, interpretemos os sinais, desarmemo-nos de preconceitos, cooperemos na afirmação de Portugal na sociedade aberta e globalizada deste final de milénio.
No Portugal de 1997, a economia multiplica sintomas de revigoramento, os portugueses estão mobilizados para um novo impulso no desafio europeu e existem novos sistemas para enfrentar eventuais fenómenos de exclusão pontual, decorrentes do processo de mudança e de modernização do País.
Portugal enfrenta um momento chave e uma oportunidade única para evoluir para um novo patamar competitivo e de posicionamento geo-estratégico.

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Muito bem!

O Orador: - Um momento em que tudo se joga e onde a derrota pode significar o apagamento do País do mapa das nações que contam para o desenho do futuro da humanidade.

O Sr. José Calçada (PCP): - Calma, calma!

O Orador: - O que hoje aqui debatemos e decidimos é, por isso, uma questão essencial. Trata-se de saber quem, interpretando a vontade popular, impressivamente manifestada em sucessivos actos eleitorais, assume o desígnio de aproveitar a oportunidade e concretizar um passo decisivo para o futuro de Portugal, e quem, por oportunismo, atavismo ou descrença nas potencialidades do nosso povo, se refugia em argumentos laterais e parcelares, para desvitalizar este impulso histórico.
Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: A participação de Portugal no núcleo fundador da moeda única nada resolve por si só mas é um instrumento indispensável para dar coerência e credibilidade à estratégia de afirmação nacional.
Ao integrar esse núcleo, como o demonstra o comportamento dos mercados face à expectativa de que isso possa suceder, Portugal aumenta em muito a credibilidade da sua economia e a credibilidade das suas empresas, como parceiras em negócios que cada vez mais transcendem a dimensão de um só país. Posiciona-se também favoravelmente para os desafios competitivos que na sociedade globalizada se travarão, primeiro que tudo, entre blocos supranacionais e, em segunda instância, no seio desses blocos.
Compreendamos o evidente. A credibilidade e a influência conquistadas por Portugal no seio da União Europeia é o melhor passaporte para a diversificação estratégica e para que o País possa explorar exaustivamente a sua vocação de ponte comercial e cultural entre o espaço europeu e o espaço luso-afro-basileiro.

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Muito bem!

O Orador: - Mas o aumento da credibilidade e da confiança económica e financeira, inspirada por Portugal, influencia ainda duas variáveis cruciais para o sucesso de um país na sociedade emergente: a auto-estima dos portugueses e a imagem de qualidade associada aos nossos produtos.
Essa imagem de qualidade, sedimentada por um profundo investimento nos planos tecnológico, formativo e educativo, é condição essencial para a fidelização de mercados e, em consequência, para a criação de riqueza e para a sustentação do emprego. E é com a riqueza criada que se alimentam os fluxos financeiros que permitirão dar ainda maior operatividade à matriz de justiça e protecção social que o Governo tem vindo a implantar com inegável êxito.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Quanto à defesa da identidade e da cultura própria deste País milenar, importa sublinhar que é o aumento da auto-estima o melhor gerador de motivação para a preservação da nossa riqueza patrimonial, histórica e cultural.
O problema da perda de identidade é um problema que se coloca com maior premência em sociedades decadentes. O desenvolvimento induz confiança e orgulho nacional, e o orgulho nacional e a confiança são as melhores escoras da identidade.
Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Uma análise que rompa a superficialidade da mera querela táctica interpartidária permite-nos concluir que, em substância, nada obsta a que na sociedade portuguesa e entre os principais partidos do seu espectro representativo, se estabeleça um largo consenso estratégico quanto à integração de Portugal no grupo fundador da moeda única.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - O Partido Popular poderá ver consagradas, com essa integração, condições de estabilidade, transparência de mercados, credibilidade financeira e concorrência justa, que são traves-mestras do seu ideário. Poderá ainda dar um contributo decisivo para a modernização do nosso tecido empresarial e, em consequência, para a criação de emprego. Finalmente, poderá dar um contributo para que a soberania nacional, ainda que sob a forma partilhada, se fortaleça e aprofunde.
Quanto ao Partido Comunista e ao Partido Ecologista Os Verdes, terão nesta oportunidade um momento derradeiro para acertar o passo com a história, libertando-se da pouco entusiasmante estratégia europeia que têm vindo a