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2278 I SÉRIE - NÚMERO 65

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: - Sr. Presidente, Sr. Deputado Marques Mendes, a sua intervenção é uma admirável contradição: na primeira frase, disse que eu tinha razão...

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Não pode errar sempre!

O Orador: e, a seguir, disse que, afinal, era tudo mentira.
A verdade é a seguinte: o PSD fez, nesta Câmara, previsões sobre o que ia acontecer aos portugueses, e não estou a falar de números, estou a falar de pessoas! Disse que haveria mais portugueses desempregados e há menos!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Disse que os portugueses iriam ganhar menos e iriam ser esmagados pelos impostos, e o rendimento disponível dos portugueses, depois dos impostos, subiu em Portugal de uma forma que, salvo noutro pais, não tem paralelo na União Europeia!

Aplausos do PS.

O Sr. Deputado Marques Mendes esquece-se de tudo quanto foi aqui dito pelos senhores sobre o que ia acontecer em Portugal, quando, afinal, aconteceu rigorosamente o contrário.

O Sr. José Junqueiro (PS): - Exactamente!

O Orador: - No fundo, porventura, talvez os senhores desejassem que, em vez de estar aqui hoje a responder por uma situação muito mais favorável da economia das famílias portuguesas, estivesse a responder pela situação em que as famílias portuguesas ficaram nos últimos anos da vossa governação.

Aplausos do PS.

E é por isso que há confiança! Sabe como é que se mede a confiança do país, Sr. Deputado? A confiança do País, que é uma questão política - nisso, tem toda a razão! mede-se pela atitude das pessoas perante a vida. E é por isso que há cada vez mais pessoas a comprar casa, é por isso que há cada vez mais pessoas a fazer contratos de empréstimo para compra de habitação ou para o consumo!

O Sr. Luís Filipe Menezes (PSD): - Para automóveis!

O Orador: - O consumo em Portugal está a subir, porque as pessoas têm confiança em relação ao futuro e não pensam que o futuro as vai impedir de continuarem a viver melhor!

Vozes do PSD: - Está enganado!

O Orador: - É isso que os senhores não vêem e é por isso que o investimento está a crescer!
Mas vamos falar com clareza. Não reivindiquem a herança, porque, se é evidente que o país teve tudo a favor, em 10 anos, se é evidente que a situação de Portugal esteve melhor em 1995 do que em 1985, nos pontos cruciais, que se relacionam com o bem-estar dos portugueses nos últimos anos da vossa governação, permito-me citar a União Europeia: particularmente lamentável - a palavra inglesa é regrettable - foram as severas perdas em emprego no período de 4 anos, entre 1992 e 1995 - Comité de Política Económica da União Europeia -, e particularmente lamentável a degradação do equilíbrio orçamental entre 1990 e 1993.

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Bem lembrado!

O Orador: - Quem comprometeu o futuro dos portugueses, quem comprometeu as condições de vida dos portugueses não fomos nós mas, sim, o PSD.

Aplausos do PS.

Felizmente, para os portugueses, o Governo mudou e, com a mudança do Governo, mudaram duas coisas: em primeiro lugar, nós, que durante quatro anos crescíamos menos do que a Europa; passámos a crescer mais do que a Europa,...

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - ... o que significa que passámos a ter mais confiança em nós próprios do que aquela que tínhamos no vosso tempo; em segundo lugar, passámos a falar verdade, o que é outra coisa fundamental.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Vou dar-lhe alguns exemplos particularmente significativos em relação ao crescimento da riqueza em Portugal: em 1992, no Orçamento do Estado, os senhores prometeram que íamos crescer 3% e crescemos apenas 1,9%; em 1993, também no Orçamento do Estado, os senhores prometeram que íamos crescer 3% e a economia portuguesa diminuiu 0,5%;...

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - ... em 1994, já a medo, prometeram que iríamos crescer 1% a 2% e crescemos 0,8%; em 1995, cresceríamos 2,5% a 3,5% e crescemos 2,3%. Os senhores sempre enganaram os portugueses nas previsões que fizeram!

Aplausos do PS.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Então, como é que assinou aquele documento do euro?!

O Orador: - Por isso é que não havia confiança! Quando um ministro dos vossos Governos vinha aqui dizer que a economia ia crescer a tanto, que o emprego ia crescer a tanto ou que os preços iam crescer a tanto, os portugueses sabiam que era um puro exercício de propaganda política.

O Sr. Osvaldo Castro (PS): - Uma aldrabice!

O Orador: - Pelo contrário, nas previsões que nós próprios fizemos nesta Câmara em relação ao crescimen-