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2904 I SÉRIE - NUMERO 83

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - E esta opinião é não só a nossa mas também a de um ilustre membro deste Governo, que, em 1995, fez um estudo que apontava para três cenários possíveis e prováveis para o ano 2000. Ou seja, no ano 2000, teremos 640 000, 680 000 ou 780 000 desempregados.
Por isso, Sr.ª Deputada, pergunto-lhe, respondendo de alguma forma à sua afirmação de que o desemprego aumenta, se não é da opinião de que esta política conduzida pelos critérios de convergência nominais tem como consequência única o aumento constante do desemprego no nosso país.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite.

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Ferreira Ramos, relativamente à sua explicação sobre a alteração de posições do Partido Popular aquando da votação da última proposta de lei do Orçamento do Estado, quero apenas dizer-lhe que dei a resposta que dei ao seu colega de bancada, porque julgava que o PP tinha votado por convicção. Pelos vistos. não foi por isso, mas porque, como nós afinal tínhamos votado de uma forma, os senhores tiveram de votar de outra. É lamentável que assim seja!

O Sr. Augusto Boucinha (CDS-PP): - Nós somos um partido de ideologia! Não viramos para a esquerda e para a direita!

A Oradora: - Quanto às suas restantes perguntas, o senhor colocou-as como se não fosse da oposição. É extraordinário que o Sr. Deputado me tenha feito perguntas, como se a sua oposição fôssemos nós.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Exactamente!

A Oradora: - Julgava que a sua oposição era o Governo. É que se a sua oposição fosse o Governo, e não nós, o Sr. Deputado compreenderia que, por mais que os senhores façam e digam, nós estamos aqui para defender as posições de quem nos elegeu. Quem nos elegeu, gostou do que fizemos, gosta de nós e detesta os outros e são esses que temos de defender. Portanto, o senhor escusa de me atacar, porque, ao fazê-lo, o senhor está a elogiar todas as pessoas que em mim votaram.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Oradora: - É pena, Sr. Deputado, que o senhor, sempre tão preocupado com a agricultura, se tivesse esquecido dos actuais problemas desse sector.

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Dantes, não havia esses problemas!...

A Oradora: - Por exemplo, não falei dos 150 milhões de contos, já por três vezes anunciados como linha de crédito pelo Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas. Por que é que o Sr. Deputado não referiu que me tinha esquecido desse aspecto? Podia tê-lo feito!
Podia também ter dito se se solidarizava, ou não, com a afirmação do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, apoiando os espanhóis e humilhando os agricultores portugueses. O senhor também se esqueceu disso.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Ferreira Ramos (CDS-PP): - Já tomámos posição sobre isso!

A Oradora: - Mas percebo porquê. É que o senhor, na tentativa de fazer esquecer ao Governo esses aspectos, tentou referenciar isso comigo.
Foi pena, Sr. Deputado, que, por exemplo, também não me tivesse questionado sobre o Plano Mateus. O senhor está de acordo com o Plano Mateus? Considera-o um grande êxito? Pensa que foi um Plano bem utilizado para as 2500 empresas em causa? Certamente que não. mas resolveu omitir isso no seu pedido de esclarecimento, porque o seu objectivo não é o Governo, mas o PSD.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Oradora: - Assim, quando o partido do Sr. Deputado for de oposição ao Governo, talvez consigamos ter um diálogo um pouco mais profícuo. Enquanto o senhor pensar que o Governo é para ser poupado e o que deve ser atacado é a anterior actuação dó PSD, o que o Sr. Deputado nunca vai conseguir é eliminar a actividade diária de partido da oposição, que o PSD é neste momento, defendendo os portugueses, aqueles que estão desencantados e todos aqueles que votaram em nós.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Acácio Barreiros.

O Sr. Acácio Barreiros (PS): - Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite, o discurso da Sr.ª Deputada é um daqueles discursos que tem a característica de ser mais importante por aquilo que não disse do que por aquilo que disse.

Vozes do PS: - É verdade!

O Orador: - Por exemplo, não falou num aspecto muito preocupante, que existia na democracia portuguesa: o controlo do Governo sobre os órgãos de comunicação social. E não falou porque...

Protestos do PSD.

Sabe o que é que estão a pensar as pessoas que, neste momento, estão a ver a transmissão em directo desta sessão plenária? Que isto, de facto, mudou muito! No tempo do Professor Cavaco Silva, em que a Sr.ª Deputada era ministra, a televisão transmitir em directo uma interpelação da oposição era coisa que não passava pela cabeça de ninguém! Se a oposição tivesse direito a um minuto no telejornal, já era uma sorte.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Isto, de tacto, mudou muito! Há um debate democrático mais livre e mais aberto, a começar pela atitude do Governo em relação à comunicação social.