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11 DE JULHO DE 1997 3287

O Sr. Presidente: - Para responder a todos os pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Carvalhas, dispondo para o efeito de
5 minutos.

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Acácio Barreiros, já o ouvi aqui dizer «os ricos que paguem a crise», certamente acompanhado ali por um outro ministro,...

Risos.

O Sr. Ministro Adjunto (Jorge Coelho): - os senhores já nem isso dizem!

O Orador: - ... depois ouvi-o dizer «os pobres que paguem a crise» e agora vem aqui dizer «O que é que é moderno? É estar no Governo e aumentar o desemprego,
o trabalho precário?... O que é moderno é assumir as responsabilidades...!».

O Sr. Ministro Adjunto: - Os senhores dizem o mesmo há anos!

O Orador: - Quer ir para ali para a bancada do seu partido, Sr. Ministro?

O Sr. Ministro Adjunto: - Com muito gosto! Não me importava de ir para ali discutir consigo!

O Orador: - Parece que os dois estão de acordo. Então, como é: os ricos que paguem a crise ou os pobres que paguem a crise? Qual é o disco, agora?

Passemos à frente, porque não vou perder mais tempo com o Sr. Deputado Acácio Barreiros.

Protestos do PS.

O Sr. Deputado Luís Queiró colocou-me uma questão interessante. Ele disse: «tive dúvidas em me meter nesta guerra entre a esquerda...» Alto lá! Eu sei qual é a estratégia do PP.

A Sr.ª Maria José Nogueira Pinto (CDS-PP): - Conte lá!

O Orador: - Daqui por uns tempos, quando a crise começar a aumentar, estarão a dizer: «vejam, estas são as consequências da crise provocada pela esquerda no poder». Mas quem tem sido a bengalinha do PS?

Vozes do CDS-PP: - É o PCP!

O Orador: - Quem é que, no essencial, concorda com a política do Partido Socialista? Quem aprovou os orçamentos? Quem é que está de acordo com
as privatizações, com a revisão constitucional, senão o PP?

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

Depois, falou em sociedades abertas. Não são sociedades abertas. Mas as sociedades abertas, como os senhores querem gerir, com o neoliberalismo, está demonstrado, são, na União Europeia, os 50 milhões de pobres e os cerca
de 20 milhões de desempregados.

O Sr. Luís Queiró (CDS-PP): - Isso é para a esquerda. não é para nós!

O Orador: - Infelizmente, quem está no poder não é a esquerda, é o Partido Socialista, que, nas questões fundamentais, essenciais e mais estruturantes, conduz a política do PSD.

Aliás, basta ouvir Ferraz da Costa, basta ouvir alguns dos economistas do PP.

O Sr. Manuel Monteiro (CDS-PP): - Quem?

O Orador: - O Leonardo Ferraz de Carvalho!

O Sr. Manuel Monteiro (CDS-PP): - Não é do PP!

O Orador: - Quer mais? Uns cinco ou seis que lhe posso citar. Todos dizem o mesmo. Claro que não vou agora passar o resto dos poucos minutos que tenho em
diálogo com o PP. Segunda-feira falaremos!

Risos do CDS-PP.

O Orador: - O Sr. Deputado Joel Hasse Ferreira colocou-me tantas questões que tenho alguma dificuldade... Foram nove ou 10, a certa altura até lhes perdi a
conta. Mus colocou duas ou três interessantes.

Falou de lobbies, das empresas... Sr. Deputado Joel liasse Ferreira, quer contar ã Camará o que é que se passou com a privatização da EDP?

O Sr. Artur Penedos (PS): - Diga-nos o que se passou!

O Orador: - Sabe, por acaso, quanto é que perderam os desgraçados accionistas de um dia para o outro? Sabe? Conte lá essa história para nós sabermos. Já agora,
é capaz de nos explicar como é que foi feito esse negócio
do Autódromo? E quanto à recente questão da Torralta, em que parece que nem o Sr. Ministro das Finanças assinou? Era bom que nos explicasse isto.
Aumentou o rendimento das famílias? De certas famílias, aumentou!

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - O médio!

O Orador: - Sabe que a média é a da «galinha».Conhece a história?!...
Pegue nos reformados, pegue naqueles que, inclusivamente, têm de ir trabalhar na agricultura depois de reformados, como pode ler num documento oficial do Departamento de Perspectiva e Emprego. Pode lê-lo. A Sr.ª Ministra para a Qualificação e o Emprego certamente conhece-o.
Falou em rendimento familiar, aumento das pensões, crescimento. Sabe que o crescimento que tem havido sustenta-se, no fundamental, em duas ou três obras públicas. Com esta economia virtual, pode explicar-se uma coisa. Sabe qual é? É que também se dizia que o Governo de direita em Inglaterra tinha uma economia saudável e foi derrotado, porque as pessoas estavam à margem dessa economia virtual. O mesmo aconteceu com a Irlanda, e era um Governo dito de «centro-esquerda». Diziam que o desemprego diminuía, o desemprego não diminui, só diminui nas estatísticas da Sr.ª Ministra para a Qualificação e o Emprego, o que é uma grande habilidade.