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312 I SÉRIE - NÚMERO 9

nem sempre a tradicional capacidade dos portugueses para improvisar, remendar e surpreender quando tudo parecia perdido, nem sempre, dizia eu, tem resolvido satisfatoriamente este tipo de situações.
Estamos, portanto, à porta do euro e todos os partidos aqui representados terão de assumir as suas responsabilidades, quer no futuro próximo, quer a mais longo prazo.

O Sr. Luís Queiró (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - Nós, CDS - Partido Popular, não saímos, de forma alguma, derrotados neste processo.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Fornecemos a estabilidade quando ela era necessária à prossecução das políticas que acabaram por não ser implementadas,...

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - ... mas sabemos conviver com o euro, quer na frente teórica, quer na frente da sua aplicação na prática. Saberemos sempre defender as posições que melhor servirão Portugal no quadro negocial que se avizinha. Numa palavra, sabemos mover-nos neste quadro.
O PSD, quando podia ter sido autêntico em todo este processo, não ofereceu sempre a estabilidade exigida, o que se traduz em alguma incoerência, e acaba por ter de colar-se à última hora, em nome, por exemplo, de acordos como os recentemente celebrados com as nossas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Teria sido possível ter chegado a esta altura numa posição mais confortável...
O PS queria e quer a moeda única, mas não fez as reformas que se justificavam, por falta de engenho ou arte ou por calendário eleitoral. O facto é que não as fez.
Quanto ao PCP, receamos, embora não o desejemos, que não se consiga adaptar à convivência pós-euro. Não será por falta de capacidade dos seus Deputados, mas poderá sê-lo por clara intransigência perante uma evolução que, como outras, não previram nem querem - o que é legítimo mas que com ela não podem deixar de conviver.
Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: O Governo vai ter este Orçamento aprovado pelo PS e pelo PSD. Todavia, por tudo o que fica dito, não nos sentimos minimamente vinculados a viabilizá-lo.
Resta aguardar que o Governo e o Partido Socialista, na discussão na especialidade, tenham a lucidez de viabilizar a introdução das óbvias e necessárias adaptações para que não caminhemos para o inevitável, sem tomarmos os já claramente identificados cuidados.
Nós, CDS - Partido Popular, contribuiremos, mais uma vez, como oposição responsável na defesa dos interesses de quem nos elegeu, pois pode esta Câmara estar certa de que vamos trabalhar até ao último momento para que se consiga, mais uma vez para os portugueses, aquilo que não era a vontade inicial do Governo, expressa nas propostas de lei que hoje começamos a discutir.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para pedi esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Joel Hasse Ferreira. Desiste?!

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Não é fácil desistir, Sr. Presidente!

O Sr. Presidente: - Então, faça favor! Não é fácil nem necessário...

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado António Galvão Lucas, V. Ex.ª sabe como o aprecio há longos anos, apesar das divergências que desde a juventude mantemos em relação a uma série de aspectos políticos e económicos.

O Sr. João Carlos da Silva (PS): - Ainda se lembram delas?!

O Orador: - Ainda nos lembramos delas, Sr. Deputado.
Em primeiro lugar, V. Ex.ª falou da questão da convergência nominal e da convergência real. Ora bem, gostaria que reconhecesse que com este Governo, conforme foi referido pelo Sr. Primeiro-Ministro ainda há pouco, com extrema clareza e abundante «cópia» de números, se tem verificado um crescimento superior ao crescimento médio europeu no processo de convergência real, processo este que se compatibilizou com o da convergência nominal. Portanto, alterou-se a conjugação entre as duas convergências, ao contrário do que se tinha passado nos últimos anos do «cavaquismo».
Em segundo lugar, não é claro para nós - e prefiro interrogar V. Ex.ª e não outros Deputados da sua bancada sobre este assunto, talvez por razões facilmente perceptíveis - qual é o vosso projecto de União Europeia. E que, a este propósito, o Sr. Deputado teceu algumas considerações sobre a indústria britânica... O que é que pretendem exactamente? Quer dizer, não querem participar na terceira fase da União Económica e Monetária. nem querem o euro para já. O que é que querem? A resposta não é compreensível, nem para nós, nem para o País - pelo menos, ainda não fizeram um cartaz com a bandeira a estraçalhar a União Europeia, tal como fizeram com a bandeira nacional... Em suma, digam-nos qual é o vosso projecto para a União Europeia.
Em terceiro lugar, não considera o Sr. Deputado que, quer no quadro das relações entre a União Europeia e os países do Mercosul, quer no quadro das relações entre Portugal, o Brasil, outros países latino-americanos e os países da CPLP, a posição de Portugal sairá reforçada com a participação na próxima fase da União Económica e Monetária como o pivot dessas relações, apoiando-se, por um lado, no espaço do euro e. por outro, tirando partido de algumas vantagens comparativas nas relações, nomeadamente com o Brasil, outros países latino-americanos e os países da CPLP, ao contrário do que resultaria no caso de ficar algures «pendurado» na periferia económica da Europa?
Em quarto lugar, não considera V. Ex.ª que houve progressos, que certamente queremos que se acelerem e consolidem, na área da reconversão do tecido empresarial? V. Ex.ª não é apenas Deputado, também é empresário e gestor de reconhecidos méritos, por isso gostaria que dissesse algo sobre esta matéria.
Em quinto lugar, Sr. Deputado António Galvão Lucas, aguardamos ansiosos o contributo do CDS-PP para a reforma fiscal. O Governo já aprovou uma resolução e, por iniciativa dos Deputados socialistas, já promovemos algu-