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368 I SÉRIE - NÚMERO 1O

posição de não regionalista. E diria mais: durante os 10 anos de governação do PSD e do cavaquismo, o Sr. Deputado era regionalista, presumo que no seu íntimo continua a ser, mas, dado o bom desempenho deste Governo nessa matéria, agora até se pode dar ao luxo de não defender as regiões.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Artur Torres Pereira, para responder.

O Sr. Artur Torres Pereira (PSD): - Sr. Presidente, antes de mais, permita-me que lhe diga que confesso não ter ouvido há pouco o seu comentário após a minha resposta ao Sr. Deputado Paulo Neves. E, não tendo ouvido, pareceu-me ter V. Ex.ª chamado a minha atenção para algum termo menos próprio que terei utilizado. Quero dizer a V. Ex.ª que não dei conta disso e, aliás, não é meu hábito fazê-lo...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, não está em causa a intenção, não se preocupe.

O Orador: - ... e quero dizer que, se empreguei algum termo menos próprio, naturalmente, quero, desde já e sem saber a quem o enderecei, pedir desculpa pelo facto, que foi totalmente involuntário.

O Sr. Presidente: - Certamente, não está em causa a intenção. Queira prosseguir.

O Orador: - Sr. Deputado Afonso Candal, tive há dias ocasião de travar com o senhor seu pai, que não conhecia, numa estação de televisão, um debate,

O Sr. Afonso Candal (PS): - Não vi, estava em casa com a «senhora minha mãe».

Risos do PS.

O Orador: - Nem falando do senhor seu pai?! Nem quando se fala do senhor seu pai?!

Risos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, agradeço que façam silêncio para o Sr. Deputado poder usar da palavra.

O Orador: - Ia eu a dizer, Sr. Deputado, que tive o prazer de conhecer pessoalmente o senhor seu pai num debate televisivo há uns tempos atrás...

Risos do PS.

Devo referir que não sei qual a razão desta minha afirmação suscitar a hilaridade da sua bancada, mas seguramente que a não é relacionada com a expressão que utilizei. VV. Ex.as lá saberão a razão porque a minha expressão suscitou a vossa hilaridade.
Feito este comentário, quero dizer a V. Ex.ª que não vou entrar pelo debate, de resto com o seu pai bem mais interessante do que o que estou travar consigo, de quem é irresponsável por ser regionalista ou quem é responsável por não ser regionalista. A esse pretexto e a esse respeito, de resto, Sr. Deputado, fará o favor de olhar para dentro da sua bancada, para a bancada do Governo, ou para lá da bancada do Governo. Devolvo a V. Ex.ª ou a quem entender essas acusações ou esses comentários, mas desse lado.

O Sr. Afonso Candal (PS): - Só estou a tentar compreendê-lo, mais nada!

O Orador: - Sr. Deputado, chega de subterfúgios e de sofismas!
Em relação à regionalização, a questão política do passado está ganha, os portugueses vão ter direito ao referendo.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - A questão política do presente é que o senhor e a sua bancada vão ter de responder aos portugueses e dizer-lhes se é verdade que os querem enganar, se é verdade que, afinal, querem deixar cair o referendo pelo facto de as sondagens revelarem que a pergunta que escolheram para o referendo dar uma opinião dos portugueses diferente daquela que resultava de outra pergunta. Sr. Deputado, responda aos portugueses, não os leve ao embuste, desminta perante o País que não querem deixar cair o referendo...

O Sr. Afonso Candal (PS): - Responda-me, a mim! Eu não falei em referendo.

O Orador: - ... e que o Sr. Deputado Francisco de Assis não vai ser desautorizado, como foi em relação à colecta mínima, na opinião que ele tem de fazer o referendo no primeiro semestre de 1998.

Aplausos do PSD.

O Sr. Francisco de Assis (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra para defender a honra da bancada.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Francisco de Assis (PS): - Sr. Presidente e Sr. Deputados, em relação à questão agora colocada pelo Sr. Deputado Artur Torres Pereira no que concerne à questão do referendo, quero dizer, de forma muito clara, que o PS quer que o referendo se faça em condições de seriedade absoluta. Essa é uma diferença em relação à bancada do PSD,...

Vozes do PSD: - Oh!

O Orador: - ... que quer fazer o referendo mas não quer garantir a sua realização em condições de seriedade absoluta!

Aplausos do PS.

Esta é também uma diferença marcante. A resposta é clara: queremos o referendo e contribuímos para que se apressasse o processo de revisão constitucional, numa altura em que o PSD colocava entraves artificiais com o único intuito de alongar tal processo, para evitar a realização do referendo nesta legislatura; queremos que o referendo se faça, mas também queremos que se proceda à actualização dos cadernos eleitorais, de modo a não