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384 I SÉRIE - NÚMERO 10

de regionalização, nomeadamente de Bragança, Vila Real, Castelo Branco. Portalegre, Beja, Évora e Algarve.
Hoje, é aquela senhora, a Ministra da Saúde, aqui presente, a responsável pelo tratamento dos toxicodependentes que os senhores deixaram pelo país, porque os toxicodependentes - esta é uma informação técnica que lhe forneço - não nasceram no dia l de Outubro de 1995! É que, infelizmente, as coisas são o que são e a ciência é o que é: um toxicodependente que começa a consumir e se torna dependente só aparece nas consultas - estes são estudos do Ministério da Saúde - alguns anos depois.
Portanto, estes toxicodependentes que agora estão a aparecer já o eram, na sua maioria - e não falo em períodos de Governos nem de mandatos -, no final dos anos 80 e nos primeiros anos de 90, porque os toxicodependentes mais recentes ainda não começaram a aparecer nas consultas.
Por outro lado, a comunicação social agitou-se muito quando foram divulgados os números relativos à droga, uma vez que havia um aumento significativo de primeiras consultas. E evidente que assim é, porque na altura que este Governo começou a criar CAT em locais onde estes não existiam, como é o caso de Vila Real, Bragança, Portalegre, Beja, etc. zonas onde os senhores diziam que não valia a pena! as pessoas começaram a aparecer nas consultas.
Da mesma maneira, desapareceriam os doentes de Portugal se a Sr.ª Ministra da Saúde mandasse fechar os hospitais, ou seja, estatisticamente, os dentes desapareciam! Portanto, os senhores que falam tanto dos números, vejam se aprendem qualquer coisa com estas questões. De facto, quando se abre um serviço em Portalegre - os senhores nunca contribuíram para que esses toxicodependentes alentejanos fossem tratados -, é óbvio que eles aparecem, porque já existiam!
Podia estar aqui toda a noite a explicar ao Sr. Deputado Vieira de Castro aquilo que o Sr. Ministro já explicou em Comissão... Ao menos que os seus colegas de bancada lhe expliquem o que se passa neste domínio!
Por último, queria dizer à Sr.ª Ministra da Saúde que tem feito um excelente trabalho, em conjunto com os outros ministérios,...

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - ... mas esse trabalho está a ser desenvolvido a partir da tal «herança» - e eu não gosto de usar esta expressão...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, agradeço que termine, porque, apesar de no painel dos tempos não estar a ser descontado o tempo que falou, a verdade é que já ultrapassou em muito os 3 minutos de que dispunha.

O Orador: - Mas penso que não os gastei mal. Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Gastou, sim! Quer dizer, não gastou mal, mas o problema não é esse.

Risos.

Nenhum dos Srs. Deputados gasta mal o tempo, o Regimento é que não faz distinções dessa ordem.
Faça favor, Sr. Deputado.

O Orador: - Sr. Presidente, vou terminar, mas penso que a Assembleia da República também tem um papel pedagógico nestas matérias, até porque há pessoas que estão em casa a assistir a este debate pela Televisão e convém que elas saibam como as coisas são!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, normalmente as regras não se contornam com princípios de pedagogia.

O Orador:- Sr. Presidente, agradeço a sua condescendência.
Como dizia, e para terminar, a Sr.ª Ministra da Saúde tem neste momento, e desde há dois anos - seguramente, vai continuar a tê-la por mais tempo -, a responsabilidade de tratar toxicodependentes «herdados» de uma situação anterior.
Esperemos que, daqui a l0 anos, não haja um Deputado de um outro partido qualquer a dizer o mesmo que eu estou aqui a dizer. E nesse sentido que o Governo tem estado a trabalhar, e a fazer um excelente trabalho. Se quiserem informar-se melhor sobre esse trabalho, eu próprio prestarei os elementos oficiais.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para responder aos três pedidos de esclarecimento, dispondo de 5 minutos para o efeito, tem a palavra o Sr. Deputado Vieira de Castro.

O Sr. Vieira de Castro (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Nelson Baltazar, bem gostava de concordar com o Sr. Deputado. mas não posso.
O Partido Socialista está no Governo há dois anos...

O Sr. João Carlos da Silva (PS): - Felizmente!

O Sr. Augusto Boucinha (CDS-PP): - Há mais!

O Orador: -.. e é evidente que eu nunca diria que algumas medidas não foram tomadas. o meu problema é o resultado dessas medidas.

O Sr. João Carlos da Silva (PS): - Isso é demagogia!

O Orador: - Se o Sr. Deputado Nelson Baltazar viesse aqui dizer que as urgências estão diferentes e a que as listas de espera estão mais curtas, diria que estava de acordo consigo, só que as urgências estão piores e as listas de espera estão mais compridas.

O Sr. João Carlos da Silva (PS): - Isso é falso!

O Orador: - O Sr. Deputado João Carlos da Silva está a falar assim, porque não vai vê-las, eu falo assim, porque lá vou! Exactamente!
Sr. Deputado Fernando de Sousa, V. Ex.ª disse que para l998 vamos ter um maior orçamento. O problema não é o de ele ser o maior, o problema não é o de haver muito dinheiro, o problema é o de como se gasta esse dinheiro.

Vozes do PS: - Gasta-se bem!

O Orador: - Parece-me que no passado se gastava melhor, mas o Sr. Deputado, porventura, não está de acordo comigo o Sr. Deputado dir-me-á que não. Parece-me que agora há mais desperdícios...