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6 DE FEVEREIRO DE 1998 1235

podem ser esclarecidas - acho que era útil que fossem esclarecidas!
O Sr. Deputado disse também que é necessário haver alternativas - aliás, já a intervenção do Sr. Deputado Jorge Ferreira (e eu não respondi a esse ponto) evocava isso. O Governo, já em Abril de 1997, lançou o concurso para essa alternativa da ENS - em Abril de 1997, Sr. Deputado! Ou seja, nunca esteve em questão a necessidade de dotar a região com uma alternativa. Só que, Sr. Deputado, voltamos à questão das populações: quantas populações, por todo o País, têm condições de circulação tão más ou até piores do que aquelas que existem no Bombarral? Ou seja, se queremos evocar o interesse das populações, temos de, então, evocar o interesse de todas as populações em todo o País e encontrar um sistema justo de as servir a todas. E isso não se obtém reduzindo ou eliminando portagens!
Finalmente, uma pequena nota: eu, pessoalmente, ainda que não tenha estado no Bombarral, naquela reunião, ando muito pelo distrito e não vi nenhumas populações na rua!

O Sr. Presidente: - Para uma interpelação à Mesa, tem a palavra o Sr. Deputado Falcão e Cunha.

O Sr. Falcão e Cunha (PSD): - Sr. Presidente, no seguimento das declarações do Sr. Deputado Henrique Neto, quero informar a Câmara, através de V. Ex.ª, de que há um ano - um ano! - a Comissão de Administração do Território, Poder Local, Equipamento Social e Ambiente, de que faço parte, vem pedindo a presença do Sr. Ministro João Cravinho, exactamente para discutir problemas dos financiamentos do Plano Rodoviário, nomeadamente as portagens virtuais.

O Sr. Gonçalo Ribeiro, da Costa (CDS-PP): - É verdade!

O Orador: - Quero dizer à Câmara, através do Sr. Presidente, que eu próprio fiz ditar para as actas dessa comissão que há um ano o Sr. Ministro João Cravinho não vem à comissão dar-nos qualquer explicação sobre esta matéria.

Vozes do PSD: - É uma vergonha!

O Sr. Presidente: = Sr. Deputado, darei conhecimento da sua interpelação ao Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.
Para responder ao Sr. Deputado Henrique Neto, tem a palavra o Sr. Deputado Silva Marques.

O Sr. Silva Marques (PSP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Henrique Neto, quanto à separação que faz entre a parte do humor e a parte séria da minha intervenção, dir-lhe-ei que é estranho que a faça. Sabe que há um humor que é o sal da vida! Mas, Sr. Deputado, apanhei-o numa fase triste, do tal acidente, ainda está a curar as suas chagas pelo que não quero insistir no lado do humor.

Risos do PSD.

Quanto à parte séria, Sr. Deputado, enquanto o Governo, este Governo, que veio alterar o quadro anterior das coisas (mau ou bom, havia um quadro anterior das coisas!), não explicitar os seus critérios, a polémica está aberta. Há uma paz, há uma solução de equilíbrio, graças à intervenção do Sr. Presidente da República - repito -, mas graças ao resultado eleitoral! Contudo, enquanto os critérios não forem definidos e compreendidos por toda a gente evidentemente que a polémica está aberta. O «vulcão» está latente! E se os socialistas não se apercebem disto, não se apercebem de mais nada. Aliás, há pouco referi que estava na esperança de que o PS, com esta experiência inédita de liderança católica, pudesse libertar-se de alguns dos seus vícios antigos, mas aparentemente não. Possivelmente, o Primeiro-Ministro tem feito esforços, mas não consegue. O Sr. Deputado Henrique Neto tem de ajudar nesse sentido!
Depois, há um outro ponto, ainda na parte séria, Sr. Deputado: se calhar, hoje, de experiência feita, o que devia ser feito era reduzir as portagens na auto-estrada Lisboa/Porto. Na verdade, nós somos o País que somos pobres! E o que é que acontece? As pessoas acham que ainda é cara a portagem e não utilizam a auto-estrada. É por isso que eu, que utilizo a outra estrada, a estrada velha, vou aí encontrar os camiões porque eles não estão a utilizar a auto-estrada Lisboa/Porto. E o que vai acontecer com a vossa política é que, qualquer dia, vamos ter - caso inédito e ímpar! - duas auto-estradas subaproveitadas!
Sr. Deputado Henrique Neto, não resisto a voltar a uma ponta de humor, não com o intuito de o acabrunhar, mas de o ajudar a sair da «valeta»...

Risos do PSD.

Sr. Deputado, é evidente que tenho o maior apreço pelo Sr. Ministro João Cravinho. Não o conheço há tantos anos como o Sr. Deputado, não tive esse privilégio, mas o que é que V. Ex.ª quer? Na altura em que o Sr. Ministro João Cravinho, no percurso da sua vida - todos nós temos aquele percurso, inadivinhável à partida... -, estava no Secretariado Técnico da Presidência do Conselho. de Ministros do regime anterior, da celebrada ditadura, era eu um perseguido político no interior do País.

Risos e aplausos do PSD.

O Sr. Henrique Neto (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado. Mas peço-lhe que seja uma verdadeira interpelação.

O Sr. Henrique Neto (PS): - Sr. Presidente, é a primeira vez que evoco esta figura regimental, e não posso deixar de o fazer, na medida em que o Sr. Deputado Silva Marques disse uma coisa que me parece não dever passar em claro. É que o Sr. Engenheiro João Cravinho, nas posições que ocupou antes do 25 de Abril, foi um opositor ao regime tão digno e tão actuante como o Sr. Deputado Silva Marques, pelo menos.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Fica registada a sua declaração.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?