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19 DE FEVEREIRO DE 1998 1367

núcleo duro de accionistas portugueses para manutenção e controlo de decisões, estratégicas da empresa.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Por fim, deve consolidar a necessidade de associar, desde já, enquanto decorre a definição do processo de privatização, um parceiro estratégico, que seja uma grande companhia ou um grupo de empresas já associadas de aviação internacional, que reforcem a posição competitiva. da TAP no mercado.
O que não é possível, em nosso entender, Sr. Presidente e Srs. Deputados, é a TAP continuar isolada por mais tempo, com risco de perder o tempo e a oportunidade de se desenvolver e de sobreviver.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Abecasis:

O Sr. Nuno Abecasis (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Manuel Varges, fico sem saber se falaram os dois da mesma companhia... Parece-me que deve haver aí um desvio qualquer.
O meu colega, Gonçalo Ribeiro da Costa, colocou uma série de questões, que constam da imprensa da especialidade, da imprensa económica, interrogações essas que todos fazem, que tenho ouvido membros do Governo, deste e de outros, exprimirem desta ou de outras formas e que são evidentes. É que se a TAP fosse aquela empresa modelar, até com os melhores índices do mundo em alguns aspectos que o Sr. Deputado ali referiu, não teríamos tido, com certeza, qualquer dificuldade em encontrar um adequado parceiro estratégico, que até respeitasse as razões por que queremos ter uma companhia de bandeira. Aliás, se for só para voar para a Europa, tenho muitas dúvidas sobre o interesse de uma companhia de bandeira, porque essa tem alguma coisa a ver com a nossa expansão no mundo e com a própria lusitanidade.
Bom, perante todas essas dúvidas, o Sr. Deputado descreveu uma empresa paradisíaca, em que tudo funciona e em que as metas combinadas com Bruxelas foram cumpridas, quando todos os testemunhos económicos dizem o contrário - isso deixa-me perplexo!
Porém, como as questões colocadas pelo meu colega são, de facto, dirigidas ao Sr. Ministro e não ao Sr. Deputado e já estamos habituados a que nesta Assembleia essa bancada, sob alguns aspectos, noutros não, seja bastante «mais papista do que o Papa» (salvo outras coisas em que é completamente contrária ao «Papa», digamos, ao «Papa político» deste Governo), indo muito para lá do que o Governo diz e devendo mesmo, em algumas alturas, deixa-lo embaraçado -, mantenho todas as perguntas feitas pelo meu colega Gonçalo Ribeiro da Costa, não com intenção de afligir ou colocar armadilhas no caminho do Governo, mas porque este é um problema, que, quer queiramos quer não, não fica assim, «incha», e ou resolvemo-lo bem ou «vamo-nos lixar», não sei de que maneira... Portanto, o melhor é estarmos com atenção às respostas, que espero sejam adequadas e sinceras, do Sr. Ministro.
Quanto ao Sr. Deputado ter dito ali da tribuna que isso depende da vontade de todos nós, não sei como... Mas se o Sr. Deputado me quiser dizerem que posso intervir e contribuir para o bom andamento da TAP, certamente vou contribuir já, generosa e empenhadamente. Só que não sei como. Não está na nossa mão.

O Sr. Presidente: - Agradeço-lhe que termine, Sr. Deputado.

O Orador: - Neste aspecto, somos mais espectadores do que outra coisa; ao menos, sejamos espectadores informados.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Varges.

O Sr. Manuel Varges (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Abecasis, meu querido amigo, naturalmente não sou o Governo mas apenas o porta-voz do meu grupo parlamentar para esta área e, como compreenderá, sou um estudioso e estou muito informado sobre tudo o que se. passa neste domínio.
Com o devido respeito, devo dizer que não tenho culpa que o Sr. Deputado Gonçalo Ribeiro da Costa ande distraído e não saiba minimamente o que se passa quanto a esta matéria.

O Sr. Gonçalo Ribeiro da Costa (CDS-PP): - Ninguém sabe!

O Orador: - Mas o Sr. Deputado tem sempre uma oportunidade de se informar. Faça favor de, através de um requerimento, faculdade que o Regimento lhe confere, pedir ao Governo ou à TAP que lhe digam se o ratio e os indicadores que lhe indiquei são falsos ou verdadeiros.

A Sr.ª Natalina Moura (PS): - Muito bem!

O Orador: - No entanto, há uma coisa que nem o Sr. Deputado Nuno Abecasis nem o Sr. Deputado Gonçalo Ribeiro da Costa podem deixar de reconhecer. É que, em 1974, a TAP tinha 100 milhões de contos de prejuízo. De facto, beneficiou depois de um apoio financeiro importante e certo é que, em 1997 - poderão confirma-lo! -, vai ter resultados positivos. Isto são factos e não vale a pena desmenti-los.
Sr. Deputado Nuno Abecasis, quanto ao seu pedido de esclarecimento, respondo-lhe que sei que o senhor é um homem interessado em tudo o que sirva os interesses do País e o bem-estar do povo. Portanto, basta apenas a sua compreensão; a sua atenção e o espírito atento com que acompanha o que se passa à sua volta para verificar que o «quadro» da TAP que «pintei» não é negro, é muito realista e muito verdadeiro.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Gonçalo Ribeiro da Costa (CDS-PP): - Sr: Presidente, peço a palavra para uma interpelação à Mesa.