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1794 I SÉRIE - NÚMERO 53

O Orador: - É altura de terminar com um apelo: é preciso que todos nos juntemos, as forças económicas e sociais, os trabalhadores e os empresários, os jovens e os pensionistas, o PS, certamente, o PSD, também, talvez o PP,...

A Sr.ª Maria José Nogueira Pinto (CDS-PP): - Quem sabe!

O Orador: - ... bem acolhido no arco constitucional e europeu, amanhã, e talvez o PCP - temos fé, temos esperança e até temos caridade -,

Risos.

... para que seja possível desenvolver este grande projecto nacional, nas questões concretas, sejam as do azeite, as do leite, as do euro ou as do desenvolvimento económico. Queremos que o conjunto das forças políticas, sociais e económicas trabalhem no sentido da construção europeia.
Este é um projecto irrecusável, que nos sentimos dignos e capazes de conduzir, apoiando o Governo nos esforços que tem levado a cabo.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Amaral.

O Sr. João Amaral (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Peço desculpa por começar com esta referência, mas quando vejo o Sr. Deputado Joel Hasse Ferreira, numa intervenção, a citar o catecismo, devo dizer que o PS levou uma grande volta, de facto.

Risos do PCP, do PSD e do CDS-PP.

Este voto do PSD, verdadeiramente, não se congratula com nada. O PSD morre de inveja...

Risos do PCP, do PS e do Governo.

... porque o papel que gostaria de ter aqui não é bem o que está a ter. O papel que gostaria de ter aqui era o de ter o bilhete de avião para Bruxelas, o de ir àquelas "cimeirazinhas" todas, o de dizer "Helmut, como vais?" e o de tratar o Tony por tu.

Risos.

Era isso o que, verdadeiramente, queria. Mas o papel que agora tem é o de apresentar este papelinho, o voto. O papel que tem é este! Ele, que aplaudiu e apoiou todas as políticas que o Governo seguiu para a moeda única, políticas que, aliás, executou quando estava no governo, que dá a cara, às vezes mais do que o Governo, por essas políticas,...

Risos.

... limita-se aqui a este papel de apresentar este papel, o voto. Estive a contá-las e creio que são 22 linhas, um pouco rômbicas, um bocado feitas à pressa,...

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): - Não é verdade!

O Orador: - ... quando souberam que vinha cá o Primeiro-Ministro e lhes «cheirou» a moeda única.

Mas creio que o problema deste voto não é só inveja, há também aqui um «entalanço», ali para a vossa direita, diria, para os que se sentam à vossa direita... Depois, pus-me a pensar e, afinal, não é para os que se sentam à vossa direita, é para os que se deviam sentar!

Risos.

Eu sei que VV. Ex.ª, sabem que eu sei aquilo que VV. Ex.ª pensam!

Aplausos gerais.

Agora, o problema é que este voto não é só qualificativos, não é só inveja e «entalanço». VV. Ex.ª escrevem no voto que o País, em 1992, assumiu, claramente, esta questão. Ora, VV. Ex.ª têm uma obsessão referendária desde que estão, eu diria, na oposição - credo, agora na oposição! -, desde que se sentam desse lado. Nessa altura, em 1992, não tinham; agora, andam a empurrar o PS de referendo em referendo. No entanto, na altura, sentaram-se com o PS e combinaram que não havia referendo sobre a moeda única não. E o problema é este: este voto é mau, não presta, não apenas por se congratular pela moeda única, não apenas por não pensar nas suas consequências, não apenas por aparecer aqui com toda esta congratulação sem pensar no que vai passar-se depois, com os fundos estruturais, etc., este voto é profundamente mau porque ilude os portugueses, quer pôr a Assembleia a decidir aquilo que o PSD, combinado com o PS, impediu o País de decidir!
É por isto que este voto não presta. É por isto que este voto não deve ser aprovado por nós!

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Abecasis.

O Sr. Nuno Abecasis (CDS-PP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Que sorte é poder falar sobre isto sem ter qualquer preocupação de defender um governo! Isso dá-me o privilégio de poder falar como português e a verdade é que, como português, creio ser evidente que temos de nos congratular quando o País é distinguido, e não há dúvida de que estamos em face disso.
Porém, gostaria de assinalar que estamos em face de uma distinção que resulta da convergência nominal para os objectivos que nos foram fixados e não de uma convergência real, que bem sabemos que não existe. Gostava também que esta convergência nominal tivesse sido conseguida à custa do desenvolvimento e da consolidação da nossa economia e que as privatizações significassem um aumento daquilo que o povo chama a «nossa burra», mas não é bem assim. Por isso, esta convergência pode ser ilusória.
Aliás, já hoje ouvi um ilustre economista, insuspeito, exprimir as suas preocupações para o princípio do próximo milénio em relação à forma como seremos capazes de