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488 I SÉRIE - NÚMERO 15 

seja, anteriormente existia uma única entidade e neste momento existem duas e há que conciliar, também aí, os interesses de investimento das duas entidades em presença, ou seja, a REFER e o operador, tendo em atenção que o operador comece a internalizar nas suas preocupações muito mais o servir a clientela do que produzir comboios.
De facto, é essa a alteração que se pretende, ou seja, que haja uma atenção da CP relativamente ao mercado, e isso terá de ser o operador a fazê-lo; posteriormente, haverá também um gestor da infra-estrutura, isto é, o investimento em infra-estruturas será no sentido de dar resposta às necessidades do operador. É esta a relação que se está, agora, a processar.
Quanto às linhas do Vouga e do Dão, existem dois projectos em curso, sendo que um deles se caracteriza pelo aproveitamento turístico das infra-estruturas ferroviárias nos troços desactivados de Serrada do Vouga, Viseu e Santa Comba Dão, transformando-se o percurso ferroviário em trilho turístico.
Há um projecto nesse sentido e terá, agora, de haver contactos entre o gestor da infra-estrutura ferroviária e a Associação para o Desenvolvimento do Turismo na Região Centro, que é a promotora do projecto, no sentido de saber como é que ele se pode concretizar, dado que vai necessariamente exigir alguns investimentos e, portanto, é preciso saber quem é o responsável eles e quem é que faz a gestão do circuito turístico.
Este é um problema que foi colocado recentemente e que entendemos ser um processo de mais-valia para a região, sob o ponto de vista turístico, na medida em que todos reconhecemos que, do ponto de vista paisagístico, esta região é extremamente rica e o caminho de ferro insere-se em zonas muito bonitas cujo aproveitamento para percursos pedonais, para bicicletas e montadas poderá vir a ser uma realidade.
Neste momento, este projecto já foi apresentado, está em apreciação e, depois, terá de se encontrar a forma empresarial de o gerir.
Existe também, e por fim, um conjunto de outros estudos relativamente a algumas linhas ferroviárias e a alguns serviços ainda em funcionamento que visam analisar a viabilidade da aplicação de uma tecnologia ferroviária ligeira, na medida em que, de facto, em muitos dos troços não podemos estar a transportar milhares de toneladas para transportar meia dúzia de passageiros, ou seja, essa não será a maneira mais racional de prestação de serviços àqueles passageiros.
Portanto, a sua substituição por outros meios de transporte ou por tecnologias ferroviárias ligeiras é uma realidade, na medida em que será a melhor maneira de melhorar a qualidade de serviço prestado às pessoas diminuindo os encargos do Orçamento do Estado, o que se traduzirá numa diminuição de custos para o contribuinte.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (João Amaral): - Srs. Deputados, após a pergunta e resposta seguintes, procederemos à votação do voto n.º 135/VII. Portanto, peço aos Srs. Deputados de todas as bancadas que estejam atentos porque realizaremos essa votação sensivelmente dentro de 15, 20 minutos.
Passamos, então, à pergunta que irá ser formulada pelo Sr. Deputado Joaquim Manas, sobre a linha fluvial Barreiro-Lisboa, a qual, creio, irá, também, ser respondida pelo Sr. Secretário de Estado dos Transportes.
Tem a palavra o Sr. Deputado Joaquim Manas.

O Sr. Joaquim Matias (PCP): - Sr. Presidente. Sr. Secretário de Estado, Srs. Deputados: O atravessamento do Tejo é, de facto, estratégico na vida da Área Metropolitana de Lisboa. Peço, no entanto, ao Sr. Secretário de Estado que não divaguemos sobre este assunto e tratemos das questões concretas, porque há muito para dizer e, certamente, se isso fosse possível, ficaríamos aqui o dia todo a falar nelas.
Há já quase dois anos que o Governo publicou um documento, que se chama «Um rio, uma só margem», visando o reforço dos corredores de ligação entre as duas margens, incluindo, naturalmente, e bem, o fluvial, porque, aliás, esta questão dos modos de transporte põe-se mais em termos de complementaridade e de aproveitar a intermodalidade do que propriamente na competitividade entre eles. Interessa, de facto, uma competitividade que resulte num bom resultado final e numa melhoria das condições para os utilizadores.
De facto, como o próprio estudo refere, na hora de ponta, mais de metade dos utentes utiliza o transporte fluvial entre as duas margens e houve um reforço global desse transporte de 28%, sendo de 33% na hora de ponta.
Dos diferentes terminais - são quatro -, o segundo maior, a que corresponde 39% do tráfego, é o do Barreiro, que é também o que não tem alternativas e aquele onde as populações, de acordo com o estudo elaborado pelo INE para a Área Metropolitana de Lisboa, mais se deslocam de barco e, embora todas as empresas que façam a travessia sejam da tutela de V. Ex.ª, este é o único que pertence à Soflusa, pois os outros são da Transtejo.
No referido estudo, na parte respeitante à linha do Barreiro, que apenas teve um aumento de 1.4%, dizia-se que estavam em curso estudos para o aumento da frota da Soflusa. Já para não falar na vergonha que é um documento dessa importância conter uma lacuna dessas (e, na altura, referimos isso), presumo que, ao fim de dois anos, esses estudos já devem estar feitos. E digo que é uma vergonha e que, nessa altura, eles já deviam existir porque, já em 1993, o estudo do ITEP - Universidade de Lausanne, que deu origem ao terminal do Barreiro, propunha tempos de percurso e modernização para esse terminal.
O que acontece, neste momento, é que os barcos continuam a fazer o mesmo percurso de há 40 anos. Nessa altura, os barcos de caldeira a vapor, aquecida a carvão. eram demorados e a questão é muito simples: que medidas concretas, quais e quando, para renovar a frota, melhorar o conforto, reduzir tempos de percurso e aumentar a segurança? Chamo a particular atenção do Sr. Secretário de Estado para este assunto, uma vez que está a haver acidentes em demasia.
Por outro lado, as interfaces, e estas desde 1993 que também estão feitas,...

O Sr. Presidente (João Amaral): - Sr. Deputado, faça o favor de terminar.

O Orador: - Termino já. Sr. Presidente.
Quanto às interfaces, particularmente a interface do Barreiro, para além de ter o comboio de «costas viradas» para o barco, o que revela a intermodalidade, os acessos rodoviários não foram concluídos, num terminal que está