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1162 I SÉRIE - NÚMERO 31

tura política. Pela nossa parte somos a favor de uma cultura de abertura de modernidade e de participação nos grandes desafios da internacionalização.
Continuamos a pensar que tudo o que é europeu nos diz respeito e não nos demitimos de dar o nosso contributo para que no mundo se afirme não apenas uma Europa-espaço mas cada vez mais uma Europa-potência
Como disse Francisco Lucas Pires, «só haverá um Portugal mais forte numa Europa mais forte, e defender Portugal na Europa e a Europa no mundo são dois andamentos da mesma parada estratégica»
E precisamente nesta perspectiva que o PSD, embora insatisfeito com a desproporção entre os objectivos proclamados e os meios consagrados, da hoje o seu apoio unânime a ratificação do Tratado de Amesterdão esperando que ele abra a via para uma Europa em que Portugal continue a exprimir, como comunidade política inteira, uma vocação que nunca se esgotou no limitado território de que partiu a grande aventura portuguesa

Aplausos do PSD

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr Deputado Manuel dos Santos.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, Sr. Deputado Durão Barroso, na generalidade, a sua intervenção não mereceria da nossa parte grandes comentários porque podemos entendê-la, e entendemo-la, numa de três formas possíveis ou se trata de um estudo e digressão histórica pelos factos que moldaram a integração de Portugal na União Europeia, com interesse, naturalmente para as suas actividades académicas ou, quiçá para qualquer artigo de opinião escrito numa revista alemã.

Risos do PS

pode também ter sido um testamento político de V. Ex.ª ou pode ter sido um momento de afirmação de V. Ex.ª na bancada a que pertence. Em qualquer destes casos respeitamos a sua opção e nada temos a comentar. Pensamos que qualquer destes casos é perfeitamente legítimo e V. Ex.ª na generalidade do seu discurso, acabou por fazer algo de comportável e de suportável dentro desta filosofia.
Agora o que não podemos deixar sem reparo - e é esta a razão desta intervenção - e a concessão que V. Ex.ª fez no seu discurso a ala liberal e economicista do seu partido fazendo um ataque descabelado e completamente injustificado aquele que tem sido o comportamento do Governo socialista e nomeadamente, do Sr. Primeiro-Ministro quanto a inserção de uma preocupação de luta contra o desemprego na Europa.
Efectivamente Sr. Deputado Durão Barroso, o projecto europeu pelo menos para nós socialistas, e também um projecto de solidariedade, de partilha com os outros e de superação, com os outros das dificuldades que a Europa vive.
V. Ex.ª sabe tão bem como eu que os desempregados da Europa constituem hoje, o 16º país, em termos populacionais da mesma - cerca de 18 milhões de desempregados. E V. Ex.ª sabe muito bem que, em redor do desemprego se associam situações de exclusão social e de pobreza em relação as quais nos acusou de não nos preocuparmos Aliás é estranho que o tenha feito porque, quando, por exemplo, no plano nacional, o Governo socialista introduziu a política de rendimento mínimo garantido, que era, exactamente, um dos muitos instrumentos que o Governo tem lançado para lutar contra a exclusão e contra a pobreza, o seu partido - V. Ex.ª, presumo, não foi disciplinado - combateu ferozmente este objectivo, embora mais tarde, quando viu o sucesso do mesmo, o tenha vindo a recuperar.
Aliás, a sua incomodidade, e a prova de que tenho razão quando digo que este deslize da sua linguagem foi apenas uma mera concessão ao sector economicista e liberal do seu partido (que, aliás, presumo que não vai ter tempo para falar), resulta do facto de V. Ex.ª ter retomado a luta contra o desemprego - e, aí, bem, aí tem o nosso apoio - na parte final do seu discurso. Portanto, feita a concessão, V. Ex.ª retomou o fio à meada e acabou por conduzir o seu discurso dentro de um dos três propósitos que enunciei inicialmente.
Depois destas considerações, Sr. Deputado Durão Barroso, a pergunta é muito simples se V. Ex.ª fosse, por hipótese, Ministro dos Negócios Estrangeiros na altura da discussão do Tratado de Amesterdão, teria inviabilizado a aprovação do mesmo porque ele continha, e contém, um capítulo específico sobre o emprego e a protecção social?

Vozes do PS - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Durão Barroso, para responder.

O Sr. Durão Barroso (PSD): - Sr Presidente, Sr. Deputado, em relação às considerações iniciais que fez, deixe-me dizer-lhe, francamente, que as considero extremamente deselegantes!

Aplausos do PSD Protestos do PS

Ao fazer insinuações em termos relativos à vida intrapartidária, considero quase uma ofensa pensar que uma intervenção como a que fiz, sobre uma questão de Estado a que atribuo a maior importância, possa dever-se a medíocres cálculos partidários de curto prazo.

Aplausos do PSD

Mesmo assim, vou responder à pergunta que me dirigiu sobre a questão do emprego
Obviamente - e parece-me que isso nem sequer merece ser desenvolvido -, todos estamos contra o desemprego. A questão está em saber, em termos de negociação internacional, se esse era o critério que mais convinha a Portugal valorizar

Vozes do PSD - Muito bem!

O Orador - Nós somos, Portugal é - e ainda hoje, mesmo com Portugal no euro -, o país que tem os mais elevados índices de pobreza. Como V. Ex.ª sabe, o critério de pobreza, embora associado, não é inteiramente o mesmo que o critério de desemprego

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Claro!

O Orador: - O que me pareceu errado na posição do Governo socialista foi o facto de se ter mesmo vangloria-