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Quem assim pensa não tem a menor preocupação com as famílias de centenas de milhar de trabalhadores da função pública, bem como dos respectivos pensionistas, que ficariam todo esse período à espera dos seus aumentos; quem assim pensa não cuida de verificar se isso pode causar interrupção de obras, ruptura de fornecimentos em hospitais, perda de fundos comunitários, estrangulamentos financeiros em escolas ou municípios.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

Muitos argumentarão que a moção de censura decorre da instabilidade interna do PSD ou, aproveitando uma expressão do seu líder parlamentar, da necessidade do seu presidente aparecer na fotografia. Não se estaria a pensar no País mas nas circunstâncias passageiras de uma conjuntura partidária.
Só que é a governabilidade do País que está em causa. Não podemos aceitar que o «vírus» da ingovernabilidade de um partido se projecte na vida nacional.
Esta insistência em vir aqui fazer a liturgia da censura só vem demonstrar aquilo que temos defendido em várias circunstâncias, de acordo, aliás, com o pensamento já expresso pelo Dr. Durão Barroso no passado: a necessidade de as moções de censura, independentemente do quadro constitucional, deverem ser construtivas, isto é, definirem a alternativa global de pessoas e de políticas, contra a lógica permanentemente derrubante do «agora vota-se e logo se vê as consequências».
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O facto de rejeitarmos que alguns procuram alimentar um clima artificial de crise, não nos impede de estar atentos ao País e às dificuldades dos portugueses para lhes dar a melhor resposta.
Como tive já ocasião de dizer, verificou-se este ano a transição para um novo ciclo na economia portuguesa, por ter praticamente alcançado o pleno emprego e estar sob o fogo cruzado, particularmente significativo em Portugal, nas suas consequências negativas para o Estado e as famílias, dos aumentos do dólar e do preço do petróleo bruto e da subida das taxas de juro internacionais, que sempre tiveram maiores implicações em Portugal do que na generalidade dos países europeus.
Os novos problemas concretos causados a tantas famílias portuguesas não podiam deixar de dar sinais de inquietação e de dúvida. É meu dever estar atento a esses sinais, para compreender os anseios e preocupações que os motivam e lhes dar uma resposta de esperança e de confiança.

A Sr.ª Rosa Maria Albernaz (PS): - Muito bem!

O Orador: - A grande virtualidade da democracia está em que ela nos permite sempre melhorar o que estamos a fazer e, quando necessário, corrigir avaliações ou erros. Ora, não terei nunca qualquer dificuldade, ao contrário do processo mental dramático do PSD, em admitir que errei para corrigir esses erros.

Aplausos do PS.

O drama do PSD é ficar permanentemente agarrado aos seus erros, e, até, ter tido quem teorizou essa forma de comportamento político.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Corrigir erros, corrigir avaliações precisamente em nome da confiança e da defesa de interesses legítimos dos cidadãos.
As pessoas estão primeiro; é com gosto que ouço o PSD chegar também a esta tese.

Risos do PSD.

Mas para isso é preciso ouvi-las e compreendê-las, dever e responsabilidade que nunca recusarei, até para ser mais capaz de mobilizar o País em torno de um projecto nacional de modernização e solidariedade, e não vir tentar manipular ou instrumentalizar em torno de ideias que não correspondem à realidade.
Por isso, este ano parlamentar marca também, por parte do Governo e do PS, um novo ciclo político, capaz de corresponder ao novo ciclo económico e social de que falei. Já dei provas de que o assumo sem reservas.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: De acordo com os dados da União Europeia, o nosso crescimento económico actual está já ligeiramente acima do chamado crescimento potencial, atentos os recursos existentes. É uma dificuldade real.
Daí a nossa aposta num fortíssimo impulso modernizador para crescer mais, criar riqueza, desenvolver melhor a economia e a sociedade. O nosso problema é essencialmente qualitativo, a qualificação das pessoas, a produtividade das empresas, a renovação das cidades, a qualidade dos serviços prestados pelo Estado e pela Administração, e nunca a destruição dos sistemas de protecção social, como me pareceu intuir do fundo da intervenção do Sr. Deputado Durão Barroso.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Modernizar, modernizar, modernizar,…

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - O Governo!

O Orador: - … é esta a questão central para a economia e a sociedade portuguesas e, por isso, o eixo central da estratégia do Governo. Modernizar com equidade e com consciência social, tendo nas pessoas e na sua valorização a grande alavanca transformadora de Portugal: da educação e formação ao longo da vida, aos investimentos produtivos inovadores; do combate sistemático à burocracia, recorrendo às tecnologias do futuro, à reforma dos sistemas de saúde e protecção social para lhes garantir sustentabilidade e qualidade; da sociedade de informação, com participação generalizada na Internet, às grandes redes de telecomunicações e infra-estruturas; da requalificação das cidades à resolução dos problemas ambientais; da valorização da ciência ao reconhecimento do papel essencial da cultura e da identidade na formação da economia e da sociedade do conhecimento.
Não se trata de figuras de retórica mas de estratégias definidas, de políticas em curso, que têm no III QCA, o primeiro a ser aprovado em Bruxelas, e nos seus