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Sr. Presidente, Sr. Deputado Barros Moura, pura e simplesmente, não lhe admito a insinuação.
VV. Ex.as perderam este debate em toda a linha.

Risos do PS.

O Partido Socialista nem sequer participou no debate. Inscreveu V. Ex.ª agora, no crepúsculo do debate, à última hora, para dizer um emaranhado de asneiras, permita-se-me a expressão, e fazer uma provocação inaceitável.

Aplausos do PSD.

VV. Ex.as não foram capazes de participar no debate, defendendo o Governo, e preferem fazer uma provocação ignóbil que eu não esperava da sua parte, porque tenho a maior consideração pessoal por V. Ex.ª, desde que, há longos anos, convivo consigo politicamente.
Não admito, o meu partido não admite nem recebe lições de democracia, quer do Partido Socialista quer do Sr. Deputado Barros Moura.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Muito especialmente, o partido fundado por Sá Carneiro - e eu próprio estive ao lado dele na fundação -, hoje, passados 25 anos, não aspira, manifestamente, a qualquer chefe autoritário.
O Partido Social Democrata é um partido de raiz democrática e não recebe lições de V. Ex.ª.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado José Barros Moura para dar explicações, se assim o entender.

O Sr. José Barros Moura (PS): - Fá-lo-ei com todo o gosto, Sr. Presidente.
Começo por dizer que este debate ainda não terminou. O debate continua a desenrolar-se, nós interviemos no uso das nossas faculdades regimentais e, até por uma questão de deferência, quisemos ouvir-vos primeiro.

Risos do PSD.

O que ouvimos não nos satisfez. Eu disse-o com toda a clareza e repito-o com toda a clareza: uma vez «espremido» o conteúdo dos vossos discursos, resulta muito pouco a não ser o que procurei sintetizar - o espectro da ingovernabilidade, o espectro do caos económico e social e o apelo mítico a soluções de autoridade. Repito-o, com todo o respeito pelo passado do vosso partido e do seu fundador…

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - E o seu passado?

O Orador: - O meu passado confronto-o com todos os desta Câmara e faço-o sem qualquer problema, nomeadamente em matéria de democracia!

Aplausos do PS.

Meus caros senhores, para mim, isso é claro como água: não tenho quaisquer problemas relativamente ao meu passado.

Uma voz do PSD: - E quanto a Felgueiras?

O Orador: - O nome dessa localidade que o senhor mencionou deveria calá-lo porque, relativamente a esse problema, as minhas posições foram e são extremamente claras. Achava bem que o senhor não mencionasse aqui essa localidade, que deveria merecer maior consideração da sua parte.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Ó Sr. Presidente informe-nos qual é a localidade, se não a gente não entende!

O Orador: - A localidade é aquela de sou Presidente da Assembleia Municipal: Felgueiras.
Foi feita uma insinuação grave ao ter sido feita essa menção e a minha resposta foi dada a um aparte anónimo que mencionou essa localidade com significativo insidioso, o que de maneira nenhuma admito. Que isto fique claro!
Continuando, e para terminar, devo dizer que eu próprio também tenho uma enorme consideração pessoal pelo Sr. Deputado António Capucho e, por vezes, essa consideração leva-me a ficar surpreso ao vê-lo defender coisas manifestamente inaceitáveis que não o vi defender, por exemplo, quando convivemos no Parlamento Europeu, sede em que o debate era democrático,…

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - E aqui não é?!

O Orador: - … em que se confrontavam projectos diferentes, mas em que o Sr. Deputado não era obrigado a defender soluções tão aberrantes como algumas que lhe tenho ouvido defender aqui. Mas compreendo e respeito a sua posição.
Reafirmo o sentido da minha intervenção: o PS e o seu Governo não recebem lições em matéria de capacidade de decisão nos momentos difíceis e rejeitam totalmente o apelo a políticas e medidas securitárias e o apelo implícito ao autoritarismo que constou dos discursos de alguns dos representantes da vossa bancada.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Ministro das Finanças (Pina Moura): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Qual a realidade e qual a verdade da situação económica portuguesa? Esta é a pergunta que tem estado no centro deste debate. A nossa resposta é clara e simples: nem o caos que o PSD diz ser nem o oásis que o PSD gostaria que o Governo ficcionasse.
A primeira condição para enfrentar dificuldades e começar a resolver problemas é falar verdade, recusando a mistificação. E falar verdade é assumir as duas faces que caracterizam a situação económica.
Por um lado, a economia portuguesa está a crescer em 2000 a um ritmo, pelo menos semelhante ao de 1999, mas