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O Orador: - Isto sem formular qualquer juízo crítico de natureza puramente pessoal em relação a quem saiu, porque o que importa é a natureza global da solução e não a apreciação em concreto do mérito ou demérito da intervenção deste ou daquele ministro. E é nesta perspectiva que projectamos, porque o que esta bancada parlamentar espera do Governo é apenas uma coisa: que o Governo cumpra os compromissos assumidos com Portugal e com os portugueses.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Temos um compromisso programático, está plasmado no programa que o Governo apresentou perante esta Assembleia da República, e depositamos em absoluto a expectativa de que seja possível cumpri-lo. Porém, não perdemos o sentido crítico.
Pensamos que há questões, que aqui foram colocadas por alguns Deputados da oposição, que também suscitam a nossa preocupação. Só que os Deputados da oposição perdem toda a razão quando confundem todas as questões e quando valoram da mesma forma aquilo que é importante e aquilo que não tem qualquer importância, ou quando mistificam completamente a realidade. É evidente que a circunstância de a nossa economia não estar a ter um ritmo de crescimento superior à média das economias europeias nos causa alguma preocupação. No entanto, isto tem de ser visto no contexto em que estamos a desenvolver a nossa actividade. Logo, não é lícito que se diga que não tem havido um crescimento significativo da economia portuguesa, que o rendimento das famílias não tem aumentado, que não temos resolvido um dos problemas maiores que é o problema do desemprego, quando, pelo contrário, temos vindo, progressivamente, a criar mais emprego. O nível e a qualidade de vida dos portugueses é, hoje, muito melhor do que era em 1995. Temos razões para estar satisfeitos, mas há uma insatisfação que nos caracteriza permanentemente e é esta insatisfação que projectamos também na acção do Governo. Esta é, também, a diferença entre a nossa forma de encarar a acção política e a governação do País e aquela que caracterizou a intervenção do PSD por fim das suas consequências.
Creio que quem apresenta uma moção de censura - e não está em causa a oportunidade de apresentação da mesma, porque esse juízo tem de ser feito por quem a apresenta, e muito menos o direito que está constitucionalmente reconhecido -, nos termos em que ela foi apresentada, tem a obrigação perante o País de apresentar alternativas, de dizer: «este caminho está errado, nós propomos outro caminho!

Aplausos do PS.

Entendemos que o País não deve ser governado desta forma, deve ser governado de outra forma».
O Sr. Deputado Durão Barroso fica muito incomodado e diz que digo sempre a mesma coisa. Até me ofereceu um livrinho cor-de-laranja.

Protestos do PSD.

Se nos tivéssemos conhecido há 30 anos, ter-me-ia oferecido um livrinho vermelho!

Aplausos do PS.

Sr. Deputado Durão Barroso, o problema não está em mim. O problema está em si. Está na sua incapacidade de apresentar uma alternativa, de chegar ao Parlamento e de expor, perante os parlamentares e o País, um projecto alternativo, uma linha de orientação diferente. Veja que o Sr. Deputado, durante 20 minutos, fez uma avaliação catastrófica do estado do País,…

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Uma crítica!

O Orador: - … e não apresentou uma única solução! A única coisa que disse foi: a política económica e financeira é tão má que precisa rapidamente de uma alteração radical, e esta alteração radical tem de ser feita com tanta celeridade que até estamos a elaborar uma plano de emergência que apresentaremos oportunamente ao País.
Sr. Deputado, creio que isso é uma autocensura ao próprio PSD; é o reconhecimento, perante o País, de que o PSD não está em condições de governar Portugal. Mesmo aquela parte do País que, neste momento, possa não estar muito contente com a acção do Governo encontrou, hoje, aqui razões para ainda ficar mais descontente com a acção da oposição ao Governo.

Aplausos do PS.

Mas não nos contentamos com isso. O mal dos outros não é o nosso bem, e as nossa responsabilidades são enormes.
Por isso, para terminar, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, incito o Sr. Primeiro-Ministro e o Governo a agirem em fidelidade absoluta com os compromissos programáticos assumidos com o País, porque é isso que Portugal espera de nós!

Aplausos do PS, de pé.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, visto não haver mais inscrições…

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Peço a palavra para interpelar a Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, faça favor de especificar a questão que coloca em causa a ordem de trabalhos.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Sr. Presidente, tem a ver com um aspecto decorrente de uma intervenção do Sr. Primeiro-Ministro, que exibiu um mapa sobre o número de agentes incorporados nas forças de segurança nos últimos cinco anos.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Sr. Presidente, perante esta situação, foi pedido ao Sr. Primeiro-Ministro que