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0212 | I Série - Número 06 | 03 De Setembro De 2000

também transporta menos passageiros nesse mesmo período, de acordo com os números que o próprio Governo, a Carris e a CP fornecem. Portanto, assentemos nisto: hoje utiliza-se menos transporte público, o que quer dizer que o transporte público é uma opção menos boa para os portugueses.
É bom que o Governo reconheça as suas culpas, mas deixe-me dizer-lhe que não acredito que o Governo, que em cinco anos não deu prioridade ao transporte público, vá fazê-lo a partir de agora! Eu não acredito! E não acredito, além do mais, porque era preciso coragem para isso, e coragem é algo que este Governo não tem! Era preciso que o Governo se dedicasse a pensar nas pessoas e não apenas no show off, nas imagens, na comunicação social.
E há aqui um problema dramático, Srs. Deputados: é que não há prática neste país de inaugurar comboios! Nem se inauguram carruagens! Inauguram-se estradas, mas não se inauguram comboios! É este o drama do Ministro, que, provavelmente, até gostaria de inaugurar mais autocarros e mais comboios! Mas como não se inauguram comboios nem autocarros, o Ministro dedica-se às estradas! Mas acredito que este Governo passará a dar importância ao transporte público a partir do momento em que se inaugurem comboios e autocarros.
E falta coragem a este Governo como se demonstra - já aqui foi referido - com o que se passa na Ponte 25 de Abril: então, um Governo que diz que dá prioridade ao transporte público aceita que se pague mais caro por um transporte de comboio do que o que paga de portagem um cidadão que se mete no seu carro e atravessa a ponte? Isto não é dar prioridade ao transporte público, é falta de coragem da parte do Governo! Aquilo que quero saber é quando é que o Sr. Ministro está na disposição de mudar este estado de coisas.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): - Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro de Estado e do Equipamento Social.

O Sr. Ministro de Estado e do Equipamento Social: - Sr. Presidente, Sr. Deputado, irei responder de forma muito rápida, porque hoje estamos aqui a tratar de coisas sérias. Estas questões de natureza mais médica que o Sr. Deputado coloca ficam para si porque não vale a pena tratar disso.
Mais uma vez, estudou mal a lição - ainda não está bem adaptado a esta área mas, por este andar, vai lá!
Quero apenas dizer-lhe que, em 1995, foram transportados na ferrovia, no total de transportes da região de Lisboa, 924 milhões de passageiros e, em 1999, 965 milhões. Portanto, o senhor está enganado, não aprendeu a lição, mas isso é uma questão secundária. Tenho aqui os números oficiais, a menos que os senhores tenham uma administração pública paralela - do que também são capazes…!
Segunda constatação: fica aqui também demonstrado que o PSD, mais uma vez, vem aqui lutar pelo aumento das portagens na Ponte 25 de Abril. Tenho mais uma vez de lhe dizer que não vamos por esse caminho, não vamos aumentar as portagens. Até lhe sugeria: porque é que não fazem uma petição para pedir o aumento das portagens na Ponte 25 de Abril? Porque não propõem um referendo?

Risos do PS.

O Sr. António Capucho (PSD): - Isto é de tão fraco nível para um Ministro!

O Orador: - Os senhores querem que se aumentem os combustíveis? Os senhores querem que se aumentem as portagens? Estão no vosso direito! Digam-no alto, assumam-no!
Foi bom ouvi-los hoje para as pessoas poderem ficar cientes de que aquilo que os senhores querem é que se aumentem as portagens na Ponte 25 de Abril, como querem que se aumentem os combustíveis no País! É a vossa política, estão no direito de a ter!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): - Sr. Deputado Castro de Almeida, pediu a palavra para que efeito?

O Sr. Castro de Almeida (PSD): - Sr. Presidente, pedi a palavra para defesa da consideração.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): - Sr. Deputado, solicito-lhe que esclareça a Mesa qual a razão que o leva a pedir a palavra para esse efeito.

O Sr. Castro de Almeida (PSD): - Sr. Presidente, o Sr. Ministro atribuiu-me a circunstância de ter fornecido dados enganosos à Câmara.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): - Ó Sr. Deputado...

O Sr. Castro de Almeida (PSD): - Ó Sr. Presidente, eu não engano a Câmara! Tenho de me defender! Em caso nenhum forneço dados enganosos à Câmara!

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): - Dar-lhe-ei a palavra no final do debate.
Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Castro.

A Sr.ª Isabel Castro (Os Verdes): - Sr. Presidente, Sr. Ministro, de facto, este é um debate sério e há uma questão que seriamente nos preocupa e que gostaríamos de colocar.
Julgo que a virtualidade, pelo menos até agora, da nossa proposta de agendamento para hoje foi permitir que aquilo que era um diploma que tem tido dificuldade em nascer pudesse ser hoje aqui anunciado. Naturalmente que ele vai permitir resolver e equacionar diferentemente algumas das questões que este debate suscita, mas há dois aspectos que, em todo o caso, gostaria de ver esclarecidos.
Parece-nos que o problema que se coloca nas cidades de hoje não é só o de suster e organizar o caos - esse é um problema que não é fácil -, mas, mais do que isso, importa saber como é que se conseguem tomar medidas para o prevenir e para o evitar. Nesse sentido, parece-me evidente que a política de preços que colocámos, e que o PS entendeu excessiva na